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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Li e reli, cuidadosamente, um extrato da recém-entrevista de José Couceiro na « A Bola TV» e apesar da evidente ausência de alguns pormenores pertinentes ao tema fulcral da ocasião, deu para apurar que foi abordado pelo Sporting para assumir o cargo de treinador, pela saída de Sá Pinto - disposição que me surpreende - e que as partes não chegaram a um acordo, não pelos valores do vínculo contratual, mas por determinadas exigências que terá apresentado, quanto a funções e poderes, que não foram concedidas pelo Clube. Gostaria de concordar com o seu discernimento de que o Sporting necessita de um «Manager», e só hesito em fazê-lo, porque não explanou a sua visão quanto às especificidades do cargo - considerando que o desempenho é muito ambíguo no futebol, especialmente em Portugal - e, ainda, porque não esclareceu se pretendia acumular funções. Uma condição sua é inaceitável: nem o Sporting nem qualquer outro clube do Mundo dará «poderes absolutos» a um director-técnico, quer exerça ou não, em simultâneo, o cargo de treinador. Nem o histórico Sir Alex Ferguson, que acumula funções no Manchester United, tem esses elevados poderes. Na Inglaterra apelidam de «Manager» os treinadores principais, o que não implica, necessariamente, autoridade absoluta sobre a gestão do futebol do clube.
José Couceiro tem razão quanto à sua apreciação de que o Sporting, neste momento, está dependente do treinador e da equipa profissional e que essa circunstância, no futebol de hoje, põe em causa a própria Direcção, pela ausência de resultados. É igualmente muito sensato quando indica que a constante mudança de presidentes prejudica o clube, porque «pessoas diferentes pensam de forma diferente e os modelos de trabalho são diferentes. Para decidir é preciso saber e dominar os assuntos. Caso contrário a margem de erro é maior. E isso leva anos. É uma situação muito complexa».
Gostaria de ver o sobrinho-neto de Fernando Peyroteo como director-geral da SAD, função que já desempenhou, mas, por agora, não aparenta ser possível. Já a ideia de se tornar treinador principal não me agrada tanto, pura e simplesmente porque não acredito que seja essa a sua maior aptidão e porque não vejo isso como solução definitiva, se é que uma existe. Em última análse, é deveras agradável ouvir alguém que sabe do que fala e que não adianta críticas sem fundamento e objectividade, em contraste com tantos outros que, nos dias de hoje e sempre, desfilam na passarela da presunção vaidosa e maliciosa.
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