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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O futebol constitui um espaço propício à manipulação da informação que, por norma, assume as roupagens convenientes a quem a produz e emite. Essa manipulação decorre de vários factores, nomeadamente o carácter efémero e precário do desporto-rei, a paixão que o envolve, a gestão do poder, a necessidade de influenciar a opinião crítica dos adeptos e a presença de agências de comunicação nos grandes clubes. A finalidade é substituir a realidade por um cenário artificialmente construído, através de uma sistemática e minuciosa gestão da realidade. Existe sempre essa finalidade, mesmo quando a comunicação está mal feita ou é mal direcionada.
Os sound bites, ferramentas simples e repetíveis, mas eficazes na manipulação, fazem parte do nosso panorama futebolístico. Palavras-chave e ideias-chave proferidas repetidamente em público ou plantadas nos jornais. E nas redes sociais que, ultimamente, tornaram-se num palco privilegiado da estratégia comunicacional de qualquer instituição desportiva. A um outro nível há os comunicados oficiais, as entrevistas e artigos de opinião nos jornais ou os celebrados debates nas TVs com representantes dos principais clubes. Não se trata de mero folclore, mas de comunicação pura e dura, cirúrgica e com vários graus de complexidade, e que vai direitinha aos adeptos sequiosos por mensagens mobilizadoras e integradoras.
No Sporting, com a actual direcção, a intenção de iludir (e de capturar) a realidade alcançou um nível como antes nunca se verificara. Essa gestão da realidade não implica necessariamente o recurso à mentira, o que aliás seria contraproducente numa sociedade da informação. Através das agências de comunicação contratadas pelo Clube (WL Partners e YoungNetwork Group) verifica-se a difusão de versões encobertas por uma máscara favorável, onde se omite a parte menos conveniente à estratégia de poder de Bruno de Carvalho.
Assim, sobre a reestruturação financeira, auditorias às anteriores gestões do Clube, conflitos institucionais, processos judiciais contra sócios e ex-dirigentes, contratações de jogadores, Pavilhão João Rocha, Doyen, Marco Silva, Carrillo, Formação, etc., prevalece sempre um determinado sistema de ordenação, descrição e interpretação dos factos. Vale tudo, desde o recurso aos canais oficiais do Sporting até à página pessoal no Facebook do presidente, passando pelos jornais e pelas redes sociais. Daí até à presente campanha eleitoral foi um passo.
Apesar do período crucial que se vive no campeonato da 1ª Liga, a comunicação do Sporting por vezes parece navegar ao sabor de ventos e marés, mas sempre à vista do que é urgente na recandidatura presidencial de Bruno de Carvalho. Agora, neste frenesim constante a prometida transparência no quotidiano da acção directiva do Sporting é chão que deu uvas, assim como a celebrada cultura de exigência que o candidato a presidente prometeu implantar no Clube. Quando se chega a este ponto é evidente o ambiente de fim de ciclo e que se passou à fase de contar as espingardas. Sinal de eleições!
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