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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
As duas últimas semanas foram destrutivas, sem nexo e prejudiciais para quem quer ver esclarecidas as suspeitas que importa.
Muito do que aconteceu é consequência directa da Assembleia Geral da Liga que oficializou o azedume entre os 13 clubes do G15, o FC Porto e o Sporting. E, tal como o sentido de oportunidade do G15, acabou por servir apenas para agravar (muito) o ambiente e espalhar a infecção, também as consequências e retaliações foram inúteis e destrutivas.
Só numa circunstância se pode aceitar que o empenho de jogadores e treinadores seja questionado, como aconteceu no Tondela-Benfica e no Braga-Benfica: quando a polícia investiga, e mesmo assim com cuidado. Estamos a falar da relva; não das alcatifas dos gabinetes. A última coisa que os clubes podem querer é que os adeptos percam as ilusões. Não há nenhuma fonte mais credível, aos ouvidos do público, do que o futebol a dizer sobre si próprio que não tem carácter: não é uma suspeita que se levanta; é uma confissão. Foi isso que, sobretudo, Bruno de Carvalho e Nuno Saraiva fizeram, com uma ligeireza agoniante.
Está bem que há hipocrisia da parte de quem usou métodos semelhantes durante anos e anos, mas a teoria do olho por olho só produz cegos. O mesmo se aplica às últimas revelações dos emails. Nestes meses, ficámos a saber de muitas coisas importantes, que não são ruído, nem cabalas, nem campanhas, nem "ataques ao coração do Benfica", como Rui Vitória lhe chamou (sem pensar na quantidade de pessoas que ofendia, ele que é um cavalheiro). Lançar suspeitas sobre outros clubes, como sucedeu no último Universo de Bancada, é perder o foco, diluir o assunto, fornecer álibis fáceis a quem sabe usá-los. Estas, sim, foram duas semanas de puro ruído.
José Manuel Ribeiro, jornal O Jogo
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