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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Análise Financeira por Bruno de Carvalho. A razão pela qual a RTP negou o Serviço Público...
Este é o verdadeiro projecto em curso no Sporting
Um documento-audio recentemente tornado público através das redes sociais, onde José Maria Ricciardi e Sikander Sattar – quais agentes administrativos da nossa SAD – refutam intenções de privatização/aquisição do Capital Social da SAD do Sporting, merece a devida reflexão por parte de todos os adeptos, em menor ou maior grau de familiaridade com a real situação económica do Clube. Trata-se de um dos maiores tabús leoninos – perder a maioria do Capital Social do Sporting para uma entidade privada. Um tema que conheço, sob o qual tenho já “assobiado” de soslaio em diversos textos pelo Camarote. Um dia estimado leitor, este será um tema obrigatório. Seja enquanto continuarmos nas mentiras presidencialistas que não revelam a verdade, seja quando acontecer a bancarrota voluntária/involuntária do Sporting, ou no dia em que estes dois senhores tomarem conta do nosso Clube – que ninguém duvide que existem pessoas a aguardar pelo momento certo para entrarem no Sporting. Bruno de Carvalho ainda não percebeu. E mesmo que tenha percebido, sabe que não tem arcaboiço para os dois anteriormente referidos. A “Restruturação” foi a pior coisa que poderia ter acontecido ao Sporting. Em Abril de 2016 mencionei algo a respeito. Ficámos à mercê.
O que valem as pessoas.
O Sporting está virtualmente erguido, mas estruturalmente de rastos. A minha modesta contribuição como redactor no Camarote, fundamentada com insistência em assuntos de ordem económica, intenciona o direito como sportinguista – de convicção e carácter – que me assiste, em alertar para o que se anda a passar de facto no Clube. Algumas reacções sensíveis à discussão destes temas, que aqui e além se foram manifestando embora engolidas pelo tempo, demonstram que infelizmente estamos pouco preparados para entender a verdade sobre algo inadiável. Para tal, muito contribui esta mentira que nos vendem todos os dias relativamente à “consagrada” salvação do Clube.
Conheço e acompanhei com consonante proximidade a ascensão de Sattar até à cerca de 10 anos. Um homem cuja remansada presença não revela a ubiquidade que detém em diversos quadrantes da nossa sociedade – a superior inquietação deste senhor foi desde sempre o poder da comunicação social, e per si, o desmantelamento ao abrigo da lei do que será a desresponsabilização de um "mero" auditor numa falência de milhões. Multiplique-se Sattar por 5, e obtemos a génese dos “donos disto tudo”, nesta nossa Nação tanto portuguesa, como sportinguista. Tudo isto começa quando o vazio se torna em heroísmo, ou quando o apedeuta se revê no mais talentoso dos seres.
Ontem mentira, hoje verdade. Amanhã ninguém se lembra.
Um exemplo em como a pouca-vergonha está instalada. O recente debate presidencial foi um lamentável exemplo do vazio no qual o nosso Clube se encontra, no que respeita a uma matéria humana crítica e conhecedora, capaz de impedir que o Sporting tenha os seus dias contados. Ignorando que outros detenham igual acesso ao conhecimento das reais contas do Clube como o próprio, Bruno de Carvalho teve a ousadia de – através da apresentação de prints feitos a mando ou pelo próprio – mentir em relação a números:
– “Redução do Passivo em 88 Milhões”, desconhecendo que o mesmo foi transformado em Valores Convertíveis e transportado para uma diferente secção do Relatório & Contas.
– “Melhoria dos Capitais Próprios em 90 Milhões”, quando na realidade se trata de uma consequência directa da medida acima descrita.
– “Resultados sempre acima de 3 Milhões…”, o que por redundante lapso, apenas acontece em 2015 (2014 foi positivo mas apenas nos €368 Mil, e não €3 Milhões), com um 2016 a terminar nos €31 Milhões negativos…
– “Resultados da SAD sempre positivos 2 anos”, assumindo posteriormente a versão correcta, sem se aperceber.
– “Direitos de TV em 2012 de €12,500 Milhões, 2013 de €11,5 Milhões, 2014 cerca de €15,300 Milhões, 2015 de €20,5 Milhões, 2016 de €26,218…”, extrapolando os números sob sua gestão – em 2015 foram €17,353 e 2016 foram €24,809 Milhões.
– “Passámos os patrocínios e publicidade de €9,5 Milhões para €12 Milhões”, quando na realidade o Sporting baixou de €10,181 Milhões de 2015 para €9,921 Milhões em 2016.
Que nos tenha passado ao lado por mero desconhecimento, considera-se aceitável. Mas vergonhoso foi, quando em pleno directo com 1h30 de debate, Bruno de Carvalho omite a brutal ascensão dos seus custos operacionais em Junho de 2016, através de um gráfico onde a linha dos custos se submete visualmente à referência dos proveitos, empolando a verbalização dos ganhos, encobrindo a mais do que duplicação de custos com imparidades de 2016 (€80,110 Milhões) em relação a 2014 (€31,081 Milhões). Se o leitor tiver interesse em fazer estas contas, facilmente percebe que Markovic, Elias e Meli são dispensados para evitar a apresentação de Custos com Pessoal em Junho de 2017, na ordem dos… €62,950 Milhões/estimativa, tendo como base os valores apresentados no último trimestre.
Existem Óscares para gestão financeira em Portugal?
Estamos a falar de um valor em ordenados que supera em 400% o Orçamento Anual desejado para o Futebol – temos de entender que só com Ofertas Públicas de Subscrição e Cash-Advance o Sporting pode ombrear com orçamentos de SL Benfica e FC Porto – por enquanto esta é a realidade que temos de aceitar, a bem ou a mal. Estamos a falar que só em vencimentos da estrutura do Futebol, os Rendimentos Operacionais são absorvidos em quase 93%. Qualquer aluno de Ensino Secundário, com razoável conhecimento de Matemática, sabe que isto é o mais aproximado a uma tragédia – fazer contas a transacções de atletas para desculpar esta alarvidade, é o caminho que Ricciardi e Sattar desejam que os adeptos façam.
Uma palavra para Pedro Madeira Rodrigues
Pedro Madeira Rodrigues, independentemente da apreciação que cada um de nós faça ao talento para o cargo a que se candidata, merece o respeito de todos os sportinguistas. Para lá de um homem calmo ou acutilante, diplomático ou acusador, está um ser humano que tem uma família e uma carreira, e que em prejuízo destes, tomou a decisão que tomou – arriscar por aquilo que acredita. Em 2 meses, Madeira Rodrigues estruturou uma equipa e uma campanha, viajou e reuniu. Seguramente que nem tudo lhe correu bem, mas de certeza que neste período, fez mais trabalho institucional que Bruno de Carvalho em 4 anos. E tudo isto, sempre de sorriso e olhar amigo, não por benefício pessoal, mas pelo Sporting.
Se ganhar, merece o apoio de todos. Se não vencer, todos lhe devemos uma palavra de amizade por aquilo que ofereceu, de livre vontade.
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