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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Aí está mais uma época futebolística. Mais uma época na qual os adeptos depositam a esperança de, no final, passar pela emoção de comemorar o “título”. No que diz respeito ao nosso Sporting, começou bem. Diria até que teve verdadeiras entradas de leão. Espero e desejo que, como na época anterior, não tenha saídas de sendeiro, como diz o ditado. E para que isso aconteça é preciso que mais que as técnicas e as tácticas em cada jogo, haja moderação e inteligência da parte de quem dirige, isto é, que não se critique quando se deve incentivar, que se fale para dentro e não para fora, como tem sido habitual nos últimos tempos. Em suma, que “não se parta a palha a coices”, logo ao primeiro desaire. A crítica emocional, o disparate ridículo, admite-se ao adepto comum, desde que feito no recesso do seu lar, no café, ou até nas redes sociais. A quem tem responsabilidades exige-se bom senso.
Sem querer ter a estultícia de dar lições de análise futebolística, parece-me, pelo que observei até agora, que temos uma equipa mais equilibrada e até mais dinâmica. Os reforços, de uma forma genérica, e sem entrar em apreciações individuais, acrescentaram mais-valia. Contudo, ainda é muito cedo para tirar conclusões definitivas. Além disso, nunca devemos esquecer que não jogamos sozinhos. Os nossos adversários directos também têm o seu valor. O campeonato é longo e sujeito a muitos imponderáveis: lesões, castigos, erros de arbitragem, entre outros factores objectivos e subjectivos. O futebol joga-se principalmente dentro das quatro linhas, mas também fora delas.
Os nossos dirigentes têm que saber ter uma postura institucional que lhes tem faltado. Têm que despir o fato do adepto comum, e reagir de forma racional nas suas atitudes, pautando o seu comportamento pela sensatez. Uma equipa começa no topo da hierarquia e acaba no mais modesto funcionário. Todos a remar para o mesmo lado. Não há êxito sem união, sem trabalho, sem modéstia. Dizer antes da partida que já ganhámos, como o ouvi do presidente, com alguma arrogância é um mau começo. Arrasar um elemento da equipa, jogador, treinador, por exemplo, quando algo corre mal pode ser (erradamente) atitude de treinador de bancada, mas nunca pode ser função de quem desempenha qualquer papel directivo. E já vi muito disso no passado próximo.
Se queremos ter saídas de leão temos que ter a humildade de aprender com os erros. Falar quando necessário usando a palavra com parcimónia. A palavra mal usada tem efeito boomerang. Concentrarmo-nos mais no nosso objectivo e menos no que se passa na casa dos outros. Para ser campeão não chegam desejos e muito menos bazófia. As lições do passado recente devem servir para mudarmos o que está errado. E parafraseando um deputado da velha República “só os burros não mudam”. Apesar da minha posição crítica em relação à Direcção, quero acreditar que temos dirigentes inteligentes. Para bem do Sporting.
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