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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O filósofo grego Sócrates foi condenado à morte, com cicuta, com base na acusação de que tinha corrompido jovens com as suas ideias. Corromper, neste caso, correspondia a ensinar os jovens a reflectir com sentido crítico. De acordo com os acusadores, era preciso defender a coesão social.
O Sporting é um clube formador onde militam um grande número de jovens, alguns ainda na fase da infância. Estão no início do acesso a valores e princípios, onde se deve inculcar a tolerância e o respeito pelas diferenças.
Segundo o impresso entregue a jovens no "Encontro das Escolas Academia Sporting", no passado sábado, pode ler-se em "dez mandamentos" frases como "saber dizer o pior do adversário" ou "o sportinguista é fanático". Isto, ao contrário do ensino socrático, é para formar cidadãos livres?
Quando um clube formador, com o prestígio do Sporting, chega ao descalabro infame de inserir em panfletos distribuídos aos seus formandos, incitações ao ódio contra o que é diferente, não está a exercer o seu papel de formar para a civilidade. Não sei de quem partiu esta manifestação de "racismo" mas é licito levantar a hipótese de fazer parte do clima de guerra contra tudo que se instalou no clube.
O Sporting não pode ser uma escola, tipo "madraças", onde se ensina fanatismo extremo e radical. Vivemos num país livre e tolerante e o Sporting por este caminho está a prestar um mau serviço à democracia e aos seus princípios. O Sporting tem de ser uma escola de virtudes e não de maus costumes. O Sporting está a bater no fundo e este ainda pode abater.
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