Como sempre, não faltam desculpas ao nosso treinador de milhões numa tentativa de justificar o injustificável, face a mais uma pobre exibição a que assistimos. Mesmo tendo em conta esta fase "madrugadora" da época, devia-se ver alguns sinais de evolução na equipa, tanto em termos individuais como colectivos. Claramente, não é esse o caso. Continuamos com problemas defensivos gritantes que nos levou a sofrer nove golos em quatro jogos, e a construção de jogo ofensivo evidencia-se pela sua escassez. O pouco de positivo à vista tem vindo dos jovens, aqueles que Jorge Jesus pretere à primeira oportunidade. Eis algumas das suas declarações pós-jogo:
Neste contexto, seria necessário rever a organização interna do Sporting que programou este estágio, obviamente com a aprovação do treinador. Mas, mais para o caso, dois jogos consecutivos em que a equipa chega atrasada ao destino e ao jogo, por imprevistos no percurso que deviam ter sido antecipados. Quem é responsável por esta desorganização ?
«Trabalhámos sempre em cima de carga, os jogadores cada vez a responder melhor, hoje contra uma boa equipa. O resultado vale o que vale, porque o mais importante é estarmos preparados no dia 6, tendo mais alguma qualidade no dia 22 e 29. Mas o dia 6 é que é a valer. É aí que a equipa tem de corresponder a tudo aquilo que fizemos na pré-época».
O resultado "vale o que vale" por ter sido mais uma derrota, caso contrário não faltariam auto-elogios. É evidente que o mais importante está para vir, mas não pode ser uma boa indicação o que se tem visto até agora.
«Hoje tinha muitos jogadores de fora, com algumas mazelas, como o André, o Chico, o Ryan, o Iuri… o próprio Palhinha entrou com algumas dificuldades. O Pedro estreou-se e esteve muito bem. Surpreendeu-me pela positiva. O Tobias voltou a estar muito bem. O Piccini fez um jogo soberbo, independentemente de estar cansado, para ele não houve cansaço».
Não comento as supostas "mazelas" de André Geraldes e Iuri Medeiros, porque estes até têm jogado, mas fico perplexo perante as contrariedades sofridas por Francisco Geraldes e Ryan Gauld. Não deve ter sido pelos minutos de jogo, até porque o Ryan nunca calçou na Suíça, foi apenas um mero turista. Esta sua condição só pode derivar das "tareias" que têm levado dos adjuntos de Jesus, a treinar à parte do grupo e até num outro campo.
De qualquer modo, até dá para rir ele recorrer a esta justificação com jogadores, salvo o Iuri, que não fazem parte dos seus planos para a época.
Piccini ter sido "soberbo" não merece comentário. Muito lutador, mas falta muito mais. Chegou a fazer algum cruzamento ?
«Foram 10 dias positivos. Quatro jogos em 10 dias que obrigou a que jogássemos carregados, pesados, as pernas pesam muito… Quatro jogos contra quatro boas equipas. Não quisemos treinar com equipas de menor dimensão, do campeonato suíço, mais fraco. Jogámos com o Basileia que normalmente é campeão. Tivemos de nos por à prova com equipas que nos obrigaram a correr mais, a trabalhar mais».
Sempre me constou, até por experiência própria, que o grau de dificuldade de jogos de pré-época deve ser gradual, de modo a acompanhar o desenvolvimento físico dos jogadores e a vertente técnica da equipa. A exemplo do que ele próprio programou na época passada, a sua filosofia é outra, e o resultado está à vista. E, no sábado, temos uma equipa que não deverá ser nada meiga.
Há muito mais para dizer, mas vou ficar por aqui para facilitar o debate dos leitores. Reconhece-se que o regresso dos internacionais, uma vez integrados, será uma importante mais-valia para a equipa. Isto, partindo do princípio que não serão vendidos. Se isso acontecer, ficamos ainda com menos razões para optimismo.