Jorge Sousa vai ser suspenso por três jogos devido às palavras que dirigiu ao guarda-redes Vladimir Stojkovic, do Sporting B, no embate com o Real Massamá. A Comissão de Instrutores da Liga considerou que o internacional português infrigiu o artigo 198.º, que condena árbitros "que se dirijam de forma menos correcta e educada" a outros agentes, entre eles os jogadores.
No documento redigido pelo Conselho de Disciplina, todo o lance é descrito ao pormenor, referindo que Jorge Sousa se dirigiu "de forma audível e exaltado" nos seguintes termos a Stojkovic:
"Mas estás a falar por mim para quê c...? Estás a falar para quem c...? Pá baliza. Mas que brincadeira? Eu não brinco com ninguém c.... Põe-te na p... da baliza pá. Que é isto? Quem é que está a brincar c...? Quem é que está a brincar?".
Diga-se que a pena a que Jorge Sousa estava sujeita ia de um a cinco jogos, ao passo que uma infracção disciplinar grave incorria num castigo entre três e 15 partidas.
Luciano Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), não compreende o castigo de três jogos a Jorge Sousa:
«É inadequado, desajustado e completamente absurdo. Fico apreensivo ao imaginar como é que o Conselho de Disciplina vai agir quando um jogador usar esta linguagem daqui para a frente. Sei que há diferenças nas molduras disiciplinares, mas não me recordo de nenhum jogador que tenha apanhado um castigo tão severo por este tipo de linguagem. Não estou nada satisfeito.
Não se está aqui a falar se a linguagem foi correcta e se se utiliza ou não, mas sim de uma decisão de castigar um árbitro. Se for intenção do árbitro, a APAF estará ao lado dele para recorrer.
Confio plenamente no Conselho de Disciplina e quero ver de que forma as coisas vão acontecer daqui para a frente. Quero acreditar que o CD vai ter o mesmo comportamento para qualquer agente do futebol. Não me interessa o passado. Interessa como os casos vão ser julgados daqui para a frente».
Confesso que não sei avaliar o "peso" da suspensão no que a um árbitro diz respeito, nas circunstâncias. Parece-me, no entanto, que uma repreensão com um jogo de castigo, teriam sido suficiente.
Reacção expectável de Luciano Gonçalves a assumir uma postura "politicamente correcta", muito embora não tenha resistido à disparatada comparação a um jogador.