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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
As baixas leoninas no contingente à disposição de Fernando Santos dizem qualquer coisa sobre o esforço a que o Sporting tem sido sujeito.
1. Jesus tem-se queixado com alguma frequência da sobrecarga de jogos a que a equipa leonina tem sido sujeita nas últimas semanas. Tratando-se de Jesus, as queixas têm sido relativizadas pela maior parte da crítica, mas os reflexos dessa sobrecarga estão agora à vista de todos.
Coentrão e William abandonaram o estágio da Selecção por estarem lesionados, Gelson não iniciou o treino de ontem e apenas Bruno Fernandes e Rui Patrício estão a trabalhar com Fernando Santos sem limitações. Jesus tem esticado o Sporting até ao limite e dá que pensar até onde poderia ir se não fosse esta pausa para as selecções. Da última vez, esticou Bas Dost até partir...
2. A propósito de Jesus, há uns dias o treinador do Sporting disse que era conhecido no mundo por ter disputado duas finais da Liga Europa. Ontem, ficou ainda mais conhecido no Brasil por ter sido o treinador que disse, a propósito de Wendel, que uma coisa é jogar no Fluminense e outra é jogar no Sporting.
Os brasileiros, que pelos vistos não ligam muito à Liga Europa, ainda não conheciam a tendência de Jesus para os exageros de retórica e ficaram ofendidos. Passaram o dia de ontem a ligar para cá, tentando descodificar a mensagem e nós passámos o dia a dizer que não, não era nenhuma falta de respeito, que o próprio treinador tratou de o garantir na declaração que produziu, que no máximo seria falta de diplomacia e que, na verdade, Jorge Jesus estava apenas a sublinhar a necessidade de adaptar Wendel, não apenas à intensidade do futebol português, mas também à especificidade das ideias do próprio treinador.
Um simples "fait-divers" que, ainda assim, levanta uma questão: será mais estranho que os brasileiros fiquem incomodados com tão pouco ou que nós conheçamos Jesus tão bem que já não fiquemos incomodados com nada?
Jorge Maia, jornal O Jogo
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