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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Bruno Azevedo de Carvalho não para de me surpreender. Já me tinha habituado às suas diatribes contra os que o criticavam; antigos presidentes, sócios contestatários, a nível interno, ou adversários a nível externo. São inúmeras as guerras que comprou e não pagou; com funcionários do clube, com agentes desportivos, com instituições. Da sua trincheira nas redes sociais partiram os ataques mais virulentos. Todos pasmamos com a descabelada crítica pública no Facebook, à equipa que acabara de perder um jogo em Guimarães. O mais preocupante é que este comportamento tornou-se recorrente, com reflexos negativos na moralização do balneário, e nos resultados, como aconteceu durante esta época. Mas o conteúdo da última comunicação nem lembra ao diabo.
Quando há dias surgiu a notícia que ia deixar de comunicar pelo Facebook, estive tentado a acreditar, embora com reservas, dada a personalidade narcisista do presidente. Como justificação apresenta a interferência na sua vida pessoal. Mas quem mistura a sua privacidade com a actividade da colectividade não é o próprio Bruno?
Ao ler, porém, o extenso comunicado justificativo perdi todas as ilusões. Não há ali qualquer intenção de moderar o verbo, antes pelo contrário. O que lá está é mais do mesmo, um sacudir a água do capote das responsabilidades. Com excepção da sua pessoa nada escapa ao crivo da sua crítica. A novidade é que desta vez nem os seus colaboradores directos e os seus acólitos escapam à sua verborreia. A culpa estende-se aos técnicos, às modalidades e pasme-se, aos próprios adeptos que ousam apoiar os “meninos” que recusam crescer. O homem contra o mundo. O curioso é que não vi ainda nenhuma manifestação de repúdio por parte dos 86 por cento que lhe deram a reeleição. A surpresa estende-se, portanto, à apatia de quem o sustenta no poder.
Ultrapassada a reeleição, Bruno de Carvalho parece fazer jus ao ditado que diz que “morde a mão que lhe dá de comer”. Fazendo inversão do ónus do poder, não compreende ou não quer compreender, que a soberania do clube a que preside, pertence aos seus associados, e que o lugar que ocupa é transitório. Considera, cada vez mais, o Sporting como uma coutada sua. Veja-se o infeliz mudança da gala de aniversário para coincidir com o seu casamento, o que não deixa de ser um acto de abuso de poder. Noutras circunstâncias já vi ilustres sportinguistas iniciar um processo de destituição de um presidente. Por onde andarão?
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