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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
“…E depois de uma profunda análise, creio que chegou a hora de abandonar o Facebook (…) Amo-te Sporting, e nada nem ninguém irá mudar isso e com este Amor nem a morte nos separará”.
Depois de proceder à leitura integral de um dos mais esquizofrénicos textos que me lembro, algumas dúvidas me restam: Bruno de Carvalho nada mais terá para dar ao Sporting do que uma doentia obsessão – questiono porém, da verdadeira razão desta psiconeurose existir, para além dos seus efeitos contraproducentes para o Clube, a curto prazo. No final da época passada, em muitos de nós ficou um sentimento de esperança – bem diferente da desconfiança no futuro que agora nos assiste. Um dia, Bruno de Carvalho será treinador-jogador, num estádio de Alvalade vazio.
A culpa é mesmo dos jornais desportivos?
Ser sportinguista, nunca se afigurou um fácil sentimento coexistencial entre a lógica e a razão. Pode ser irracional suportar tanto azar ou incompetência, mas aqui estamos nós para gostar do Clube como sempre! Mas a verdade é que, se procedermos a uma dicotomia entre o corpo e a alma do nosso Sporting, reconhecemos claramente um enclave com diversos anos de existência, já por nós debatido – fantasmas a mais, crises existenciais, teorias conspirativas, interesses bancários, claques que interferem na diaspora, bastidores, etc. Particularmente, não conheço maior saco de gatos do que isto. Sei, isso sim, que é impossível um Clube, Pessoa ou Instituição vencer na vida com tantos problemas por resolver, para além dos que se inventam diariamente.
Algo que o Festival da Eurovisão nos ensinou
Vejo no Sporting uma espécie de Conde (ou Imperador) ressabiado na presidência, onde qualquer súbdito nunca é bom o suficiente para a dimensão dos seus devaneios – uma espécie de Imperador Nero, na magistral obra Quo Vadis, de 1951. Quer o Sol, quer a Lua, e quer tudo para hoje, tal como o próprio considerava que num ano (o ano da sua chegada) o Sporting recuperava financeira e desportivamente! Para Bruno de Carvalho não existe limite na Humanidade – quer mais do que o “humanamente possível”. Arriscaria mesmo que Bruno de Carvalho ainda não compreendeu que o nível de sucesso que se pretende no Clube depende sim, de muitos outros factores que não apenas um ordenado pago aos seus funcionários. Um desses factores é, como bem sabemos, a sanidade. Outro, é a auto-consciência. Outro, é a paciência. Outro, é aquele que eu chamo com algum humor, “factor Luísa Sobral”* – trata-se da Estrutura que pode e deve existir por trás de uma pessoa ou de uma instituição, afim de a apoiar num objectivo comum concreto. O problema é que para Carvalho nada disto faz sentido. As “Luísas Sobrais” deste mundo estão todas abaixo, ou por debaixo... Para bom entendedor.
* Para os que não estão a par, Luísa Sobral foi a compositora do tema "Amar pelos Dois", interpretado pelo irmão Salvador Sobral no Eurofestival da Canção, cujo sucesso se deveu não apenas ao dom vocal de Salvador, como naturalmente a todo o apoio concedido pela irmã na produção e composição da referida canção.
Porquê aquela SMS depois do jogo Sporting-Inter Movistar, Presidente?
Existem determinadas ambiguidades na vida pessoal de Bruno de Carvalho que, por uma questão de respeitabilidade, decoro e protecção à sua integridade, não devem ser tornadas públicas ou mesmo debatidas através de um Blog ou rede social. Tal como existem questões do nosso Clube que nunca poderiam ficar tão expostas quanto Bruno de Carvalho tornou visível ao longo deste famigerado mandato presidencial. A última missiva que Bruno de Carvalho escreveu através do Facebook, não será a mais grave difusão recente de verborreia. Existe uma sms, difundida após a recente derrota da nossa equipa de Futsal perante o Inter Movistar e dirigida a todos os atletas do Clube – e provavelmente a Dirigentes – na qual Bruno de Carvalho acabrunha não apenas o plantel às ordens de Nuno Dias, como todas as restantes Modalidades! Segundo o texto, o Atletas andam a brincar com o esforço do próprio Presidente. Isto, estimado leitor, é apenas o princípio.
Segundo o teor da referida mensagem, a derrota na Final envergonha 1) o "Sporting", 2) o "Presidente" e 3) restantes "Atletas das diversas Modalidades", colocando mais uma vez "o próprio Sporting à mercê do julgamento da Comunicação Social"… Isto é normal? Admira-me sinceramente Nuno Dias não ter colocado (ainda) o lugar à disposição. Já Vicente Moura, não me admira rigorosamente nada.
Roma a arder, Nero a recitar poemas, Bruno no Panteão.
No Panteão Celestial dos ex ou futuros Presidentes do Sporting, todos serão recordados um dia pelo resultado da sua contribuição ao Clube, ou por alguma medida de maior impacto registada ao longo do mandato. Roquette, que para mim representa parte do que o Sporting actualmente precisa, será recordado – entre melhores ou piores causas – pelo abandono da primitiva gestão de um clube de Futebol face a criação da primeira SAD desportiva em Portugal. Algo que João Rocha, de algum modo, tinha idealizado anos antes. Já Bruno de Carvalho, ao fechar a sua conta no Facebook, será apontado como o primeiro homem moderno a enterrar-se a si como à sua verborreia, qual Deus vivo, num sarcófago virtual. Uma carga dramática de tal dimensão, que nem o próprio Nero se lembraria.
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