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O Bom, o Mau e o Vilão

Leão Zargo, em 07.10.15

 

"reality show" apresentado ao país a partir dos estúdios da TVI com Bruno de Carvalho como personagem principal e Pedro Guerra a fazer de saco de boxe já foi amplamente esmiuçado na blogosfera leonina. No entanto, a intervenção do presidente do Sporting foi de tal ordem assombrosa e invulgar que há sempre algo para acrescentar ao que já foi escrito. Imploro, por essa razão, a vossa paciência para esta breve prosa.

 

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Confesso que tenho uma opinião muito semelhante aos que sublinharam o desatino que por lá aconteceu. Aliás, esse desatino reforçou a minha convicção de que o que ali se passou é revelador de que o “tempo” de Bruno de Carvalho no Sporting se esvai rapidamente como a areia da praia por entre os dedos das mãos. Ninguém fica impune quando se cai num desvario daqueles e a apoplexia revelada por muitos adeptos da gestão “bruniana” é própria do desespero que grassa nas hostes. No entanto, ainda vai correr alguma água por baixo das pontes até que esse tempo se esgote.

 

Num determinado momento do reality show tudo aquilo remeteu-me para o conhecido spaguetti western “Il buono, il brutto, il cativo”, de Sergio Leone, com Clint Eastwood, Lee Van Cleef e Eli Wallach. Do “filme” da TVI ficam os leitores do Camarote Leonino com a terrível missão de distribuir os protagonistas da noite televisiva pelos principais papéis. Obviamente o assobio fica por conta do “moderador” Sousa Martins.

 

Ao contrário de alguns sportinguistas, considero que o que se passou é revelador da perspicácia táctica de Bruno de Carvalho, confirmando que se pode ter elevado sentido táctico e pouco ou nenhum sentido estratégico. Ao intervir daquela maneira, afirmando e declarando o mesmo e o seu oposto conforme a conveniência, o actual presidente do Sporting lançou uma boa meia dúzia de bombas de napalm sobre os ouvintes que procuravam descortinar o sentido do verbo presidencial. É que, no final, não se ficou a saber sobre aquilo que verdadeiramente interessa.

 

Na realidade, não houve informação credível sobre o que é premente por estes dias. Por exemplo, sobre a Doyen, o Recreativo da Caála, a situação de Carrillo, André Martins, Labyad, Rossel e Viola, o sponsor para as camisolas das equipas de futebol e do naming da Academia e de duas bancadas do Estádio de Alvalade, a verdadeira razão do novo empréstimo aprovado na última Assembleia Geral, o pagamento antecipado do Pavilhão ou a garantia a favor da Galp no valor de 5M€.

 

É por essa razão que reconheço o elevado sentido táctico de Bruno de Carvalho ao conseguir que aquilo que temia não fosse abordado de forma significativa durante o programa o que lhe permitiu puxar o pé para o chinelo e dar uma sova ao Pedro Guerra de que este não se vai esquecer tão cedo. Quando Pedro Guerra afirmou que a decisão do TAS sobre o caso Doyen não é passível de recurso, Bruno de Carvalho sacou de fotocópias a propósito de Filipe Vieira e o assunto ficou por ali. Tudo isto perante o Manuel Serrão que mais parecia um gentleman inglês do vale do Douro e o desgraçado do Dr. Eduardo Barroso que ficou KO com o raspanete presidencial quando se atreveu a balbuciar duas frases.

 

O napalm que Bruno de Carvalho levou para o estúdio parece ter sido eficaz segundo muitos. No meu caso, ocorre-me que foi apenas provisoriamente eficaz quando me recordo da célebre frase cinéfila “adoro o cheiro de napalm de manhã”, do icónico Apocalipse Now. Mas, como se sabe, isso é outro filme muito para além de um mero spaguetti italiano. São contas de outro rosário!

 

publicado às 12:41

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53 comentários

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De juliuscoelho a 07.10.2015 às 17:04

Nao tenho nada haver com o presidente do Sporting que elogio e critico quando acho necessário mas enquanto houver resultados nao colocarei nunca tudo em causa como o faz muito boa gente que se diz sportinguista.

E o seu comentário carece de sustentação em muitos dos tiros que atirou para o ar.
É facil de o decifrar .
Tem que fazer melhor.

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