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O estado a que chegámos…

Leão Zargo, em 16.05.18

 

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O Sporting Clube de Portugal vive uma época estranha, sem semelhanças a qualquer outro período da sua história centenária. O drama é que se calhar tinha de ser mesmo assim. Na verdade, a revolta e a frustração apoderaram-se da alma e do querer de várias gerações de sportinguistas e abriram caminho a uma loucura autofágica, autodestrutiva, que tomou conta do Clube. Permitiram o triunfo do ego sobre a realidade e esqueceram-se que a mediocridade necessita de ambientes tóxicos para sobreviver, que há quem se alimente dos restos, de coisas putrefactas.

 

Quando o Sporting vive vergado por vergonhas sucessivas e perigos graves, quando se permitiu que o fel e a infâmia contaminassem quase tudo, quando se queimam e desvalorizam os jogadores em conversas insanas, quando se pretende roubar a dignidade a atletas com anos e anos de leão ao peito, quando um exército de fanáticos quer impor a refundação de um Clube digno e centenário, o que há fazer é regressar aos nossos mais antigos que com lucidez nos avisaram dos perigos futuros.

 

Daniel Queirós dos Santos, capitão de equipa, membro do Conselho Técnico do Clube, presidente do Sporting entre 1914 e 1918, presidente da Assembleia Geral em várias ocasiões e Sócio Benemérito, escreveu de forma cristalina: “O clube não é propriedade de um grupo, nem pode caminhar de modo errante. Tem de agir como um corpo, com a cabeça, o tronco e os membros ligados entre si. Se falta a cabeça é o descontrolo total.”

 

A presidência de Bruno de Carvalho terá consequências ainda difíceis de imaginar. O Sporting não só perdeu a sua identidade, como viverá uma situação difícil quando ele se demitir ou for demitido. Dividiu para reinar e deu origem a graves problemas de solidariedade e de coesão interna, mas também de ordem financeira, institucional e organizacional. O estado a que o Clube chegou é da nossa total responsabilidade. Quando uma pessoa como ele finalmente se vai embora deixa as coisas ainda piores do que aquelas que encontrou.

 

publicado às 12:32

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5 comentários

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De Fernandes a 16.05.2018 às 15:20

Em geral concordo, menos com isto: "O Sporting não só perdeu a sua identidade"

Há imensos anos que a identidade do clube se tinha perdido, BdC é um produto disso mesmo.

Claramente o pior ainda está para vir, porque para além dos problemas pré-2013, e dos enormes problemas que BdC criou, hoje não há ninguém que mereça liderar o clube, o que coloca um enorme "?" sobre o seu futuro.
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De Leão Zargo a 16.05.2018 às 15:31

Fernandes, compreendo quando refere que "há imensos anos que a identidade do clube se tinha perdido, BdC é um produto disso mesmo". Nesse aspecto, a última década do século passado e a primeira deste século deixou marcas, mas ainda havia uma determinada coerência com o passado.

No entanto, penso que foi a frustração dos sportinguista muito bem explorada por Bruno de Carvalho, associada ao descalabro da gestão de Godinho Lopes, que explicam a eleição dele. No entanto, é certo que com a criação da SAD o Sporting passou a ser um clube com características diferentes.
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De Cris Dileo a 16.05.2018 às 15:36

como é que é possivel não se vislumbrar ninguem que assuma agora o comando do clube ?

há muito que BC anda à deriva - já devia estar preparado um projecto credivel que pudesse unir todos os Sportinguistas.

porque o pior que pode acontecer é BC sair e voltarem aqueles que estavam antes - aí é que o clube fica divido e é muito complicado
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De Leão Zargo a 16.05.2018 às 15:44

Cris Leo

Há quem queira avançar, a questão está na capacidade de reunir condições para isso. Todos calculamos que em breve haverá novidades. Digo-lhe que o que mais receio é que o candidato vencedor surja apoiado e rodeado por muitos que ontem ainda batiam palmas a Bruno de Carvalho. Veremos!
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De Cris Dileo a 16.05.2018 às 16:34

Matematicamente isso é garantido - ninguem será eleito sem o voto da grande maioria dos votantes em BC

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