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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Foram onze as contratações desta época para a Equipa A do Sporting - o que é um número apreciável para uma SAD em situação de ruptura financeira.
- 4 Defesas: Welder, Piris, Maurício e Jefferson
- 3 Médios: Vítor, Magrão e Shikabala
- 4 Avançados: Heldon, Montero, Slimani e Cissé
Analisando, um a um:
Welder: ninguém percebe o que veio para aqui fazer, ainda para mais se considerarmos que haviam opções de valor no plantel, como Miguel Lopes e Arias (um emprestado, o outro oferecido) e ainda Esgaio e Riquicho (na equipa B). Irá, certamente, ser devolvido a procedência.
Piris: não é um mau jogador mas nunca se revelou uma verdadeira mais valia para a equipa. A sua contratação também não se percebe totalmente, se levarmos em conta o referido quanto a Welder. Acho que também deverá mudar de ares.
Maurício: não sendo um jogador com a riqueza de argumentos técnicos que gosto de ver no Sporting, acaba por ser um recurso útil pela sua entrega e pela disponibilidade física e anímica que coloca no jogo. Deve ficar, mas penso que numa trajectória normal de evolução de Dier, passará a sentar-se no banco.
Jefferson: bom jogador, confirmou as indicações dadas no Estoril. Deixou de marcar de livres directos, o que pode ser sinal de quebra de confiança. Apagou-se no final da época, talvez por não ter oposição directa no seu lugar. Deve ficar, devendo ser encontrado um concorrente à altura para a posição de lateral esquerdo.
Vítor: humilde e trabalhador, mas sem a fineza e confiança necessárias para representar o Sporting. Sempre que entrou fê-lo a “medo” e sem nunca conseguir demonstrar real valor. Deverá ir para outras paragens já no final da época, onde espero que tenha o sucesso que merece.
Magrão: teve o auge da sua carreira há uns anos. Nada veio acrescentar e acabou por tomar o lugar que poderia ser de uma muito esperada promessa da “B”: João Mário. Deverá ser dispensado.
Shikabala: neste caso, o mistério adensa-se. Tendo vindo a meio da temporada, acabou por nunca jogar. Na “B” também não convenceu e teve o azar de se lesionar. Conheço muitos dos seus compatriotas. Dizem-me ser um tecnicista de classe, mas um "menino mimado", que sempre criou problemas por onde andou. Sem mentalidade competitiva forte não lhe adivinho grande futuro no Sporting.
Heldon: também ainda não convenceu. Parece bastante humilde e com vontade de melhorar, mas não mostrou as qualidades técnicas que se exigem para representar uma opção valida para a sua posição. Para emprestar, se possível a um clube estrangeiro, porque sendo interessante e podendo vir a “explodir”, não me parece ainda capaz de acrescentar alguma coisa a um Sporting de nível europeu.
Montero: bom jogador, muita classe. Um goleador. Parece andar "triste", ou talvez seja apenas cansaço. Esperemos que não se tenha apagado a chama e que após o descanso do Verão venha com energias renovadas para se afirmar, na próxima época, como o fora de serie que é, na Champions e na Liga Portuguesa.
Slimani: sempre gostei deste tipo de atacantes. Um “tanque”, que dá tudo e que “rebenta” com os centrais adversários, lá na frente. Não podemos aspirar a vê-lo partir para grandes voos, pois não tem a qualidade técnica para isso mas foi, sem dúvida uma bela aquisição, que tem tudo para se tornar numa referência num clube de meios escassos como é o Sporting dos dias de hoje.
Cissé: estou convencido que Cissé só veio para o Sporting devido à inexperiência e à necessidade momentânea que a Direcção teve de mostrar que se sabia movimentar no mercado de transferências. Era suplente na Académica, nunca se afirmou na nossa equipa B e acaba a época como suplente do Arouca. Para emprestar ou oferecer, a quem se mostre interessado (lia-se hoje no Record que o Sporting procura quem o leve).
Em conclusão, dos 11 contratados, 4 deverão ficar (Maurício, Jefferson, Montero e Slimani) e os restantes 7 devem dar o lugar a novos. Não se pode dizer que seja uma colheita fabulosa quando temos um índice de aproveitamento de 36%. No entanto, considerando o baixo custo envolvido na generalidade das transacções e a relativa inexperiência da Direcção em funções, tem de se reconhecer como meritório o trabalho efectuado a este nível. Basta ver que a mais valia que poderíamos obter na venda de apenas um deles, hoje em dia (por exemplo Montero ou Slimani) deverá superar o custo global das onze aquisições efectuadas. Ora, e ainda que apenas considerado esse vector, isso, já poderíamos afirmar que estamos perante uma agradável mudança de paradigma no futebol do Sporting.
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