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Nunca foi meu hábito exigir a cabeça de treinadores - embora já tenha sido obrigado a demitir alguns - nem é este o caso agora, necessariamente, com Paulo Bento, mas acho que após o regresso a Portugal os principais responsáveis da Federação Portuguesa de Futebol devem entrar num período de profunda reflexão, porque é por mais evidente que o desempenho da Selecção Nacional no Mundial foi de tal modo negativo, que seria seriamente irresponsável não o fazer.

 

A partir de hoje, e durante alguns dias e semanas, vão surgir muitos artigos do género deste a comentar a história de uma campanha futebolista que não deixa saudades algumas e, inevitavelmente, a apontar dedos e encontrar culpados. É pura natureza humana e quem assume a liderança de um grupo e de um projecto, tem a obrigação de saber que quando as coisas não correm bem, as achas para a fogueira não só vão ser muitas e impiedosas como também vão arder por algum tempo.

 

Para ser justo, devemos reconhecer que não obstante um leque de decisões discutíveis por parte de Paulo Bento e, porventura, também pelos dirigentes federativos, houve uma boa dose de azar: as adversidades que surgiram no jogo inaugural que levaram à goleada pela Alemanha; lesões a jogadores importantes da equipa, como foi o caso de Fábio Coentrão; critérios de arbitragem sem o mínimo de benefício da dúvida, a começar pelo referido primeiro jogo, em que Portugal foi vítima uma grande penalidade (mal assinalada) logo aos 10 minutos e acabou por jogar mais de uma hora apenas com dez elementos em campo; e, sobretudo, um Cristiano Ronaldo significativamente condicionado por problemas físicos.

 

Com tudo isto dito e analisado, é missão praticamente impossível não regressar ao ponto de origem e questionar as escolhas de Paulo Bento. Muito em linha com o seu carácter, insistiu no "núcleo duro" de jogadores que o acompanharam desde o primeiro dia, recusando reconhecer que alguns deles não estavam em condições para satisfazer as exigências da competição no Brasil. Contrário à esperança que a sua pré-convocatória chegou a indicar, acabou por não integrar jogadores para determinadas posições que requeriam alternativa, assim como mais alguma juventude, de modo a dar maior estabilidade e equilíbrio ao grupo.

 

Não me vou dar à ousadia de sugerir que Paulo Bento perdeu a confiança de uma Nação, mas creio que não será exagero algum adiantar que a vasta maioria de portugueses deixou de acreditar na sua capacidade para liderar a Selecção Nacional, apesar de Fernando Gomes já ter reafirmado a sua confiança plena na permanência do técnico até ao Euro 2016. A questão prioritária que está sobre a mesa é se o antigo treinador do Sporting, face ao que sucedeu, é o homem indicado para orquestrar a inevitável renovação que esta selecção terá de ser alvo. E, isto, muito em breve, porque a fase de apuramento começa em Setembro.

 

publicado às 07:54

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2 comentários

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De Marcos Cruz a 27.06.2014 às 13:24

Paulo Bento meteu uma ideia na cabeça: compromisso é tudo. E não sai disso. Não quebra compromissos com ninguém nem perdoa a ninguém que quebre compromissos com ele. Acontece que este conceito de compromisso é dimensionado à pequena escala da inteligência de Paulo Bento: ele não percebe que o compromisso com a Federação se encaixa num compromisso maior com os portugueses. Daí ele dizer: aconteça o que acontecer, não me demito. Ou seja: a Federação, com a qual eu não quebro o meu compromisso, é que tem de decidir se me quer despedir ou não.
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De Rui Gomes a 27.06.2014 às 15:15

Fernando Gomes, pelas suas declarações repetidas, dá a entender que esse compromisso é mútuo.

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