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Em meados de 2013 Bruno de Carvalho anunciou que, em breve, teria início a auditoria que prometera durante a campanha para as eleições de Março desse ano. A expectativa era enorme, sendo assunto nas redes sociais e nas conversas entre sportinguistas.

 

A imprensa, mesmo a de referência, deu larga cobertura. Entrevistado para o Jornal de Negócios, em 25 de Setembro de 2013, e questionado sobre se suspeitava de corrupção no Sporting, Bruno de Carvalho respondeu de forma sibilina:Aquilo que eu como sportinguista digo é: se não houve negligência e gestão danosa, foi um azar muito grande do Sporting. Vamos ter de ver com a auditoria de gestão se fomos o clube mais azarado do mundo ou se houve realmente negligência ou gestão danosa.”

 

Dos anteriores presidentes, foi Dias da Cunha quem se referiu à auditoria em tom de maior desagrado, pelo que mereceu uma reprimenda pública do presidente do Sporting, tendo este afirmado que “Dias da Cunha está na auditoria e terá de ter algum cuidado. (…) Ele devia preservar-se.” Entretanto, o nome de pessoas e a sua honra eram arrastados na lama, havia quem exigisse a expulsão de sócios e clamasse por justiça. Ainda a auditoria não se tinha iniciado e para muitos sportinguistas já havia culpados. Nomes circulavam um pouco por todo o lado.

 

Na Assembleia Geral de 4 de Outubro de 2013, Pedro Bacelar Gouveia, presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar, informou que a auditoria analisaria o período de 2 de Junho de 1995 a 27 de Março de 2013 e que teria cinco fases correspondentes a cada um dos mandatos desde Pedro Santana Lopes até Godinho Lopes e quatro áreas distintas (gestão imobiliária, gestão desportiva, gestão dos bens e serviços e gestão dos recursos humanos). A auditoria, com uma duração máxima de treze meses, na primeira fase verificaria o mandato de Godinho Lopes e a gestão imobiliária dos últimos 18 anos.

 

Algum tempo depois, em 10 de Dezembro de 2013, o Diário de Notícias informava que o Sporting tinha assinado uma parceria com a Mazars & Associados para a realização da auditoria de gestão ao Grupo Sporting, iniciando-se os trabalhos em 2 de Janeiro de 2014. Bruno de Carvalho presente na cerimónia de assinatura da parceria comunicou que os resultados finais seriam revelados em Março de 2015 e que no fim da apreciação de cada mandato presidencial, cerca de 60 dias, seria apresentado um relatório preliminar até às conclusões definitivas. Foi informado que o estudo às contas leoninas feito pela empresa Mazars & Associados custará aos cofres do clube 319 mil euros.

 

Posteriormente, em nota divulgada no site oficial do clube em Maio de 2014, o Conselho Directivo e o Conselho Fiscal invocaram a “complexidade dos assuntos” e a “quantidade de documentos a analisar” para justificar que dificilmente o prazo de conclusão da auditoria seria cumprido. Imperou o silêncio depois desta nota no site do clube.

 

Entretanto, chegou-se ao final do mês de Abril e, sobre esta matéria, instalou-se uma cortina de silêncio e de omissão que, aliás, é extensivo a outras áreas cruciais da vida do clube. Bruno de Carvalho garantiu que “a auditoria é um processo em que todo o Sporting está envolvido e é importante que com esta auditoria se possa esclarecer o passado para se olhar de forma tranquila para o futuro". Para quando a informação que foi prometida aos sportinguistas? Ou, será que nas palavras de premonitórias do seu presidente, o Sporting é “o clube mais azarado do mundo”?

 

Por exemplo, o relatório preliminar sobre o mandato Dias da Cunha deveria ter sido apresentado até 31 de Março de 2015. O mesmo Dias da Cunha que Bruno de Carvalho recomendou que se preservasse. No entanto, Dias da Cunha tem direito à informação e, como o actual presidente, à honra e ao bom nome. A verdade e a transparência, para além do rigor e da exigência, obrigam ao cumprimento escrupuloso dos prazos. 

 

Não é aceitável uma auditoria de branqueamento sobre qualquer tipo de irregularidades cometidas por membros de órgãos sociais do clube. Aconteceu no passado e conhecem-se as consequências. Mas, igualmente, não é aceitável que a auditoria constitua um instrumento de gestão do poder e uma arma de arremesso a ser utilizada de forma cirúrgica conforme as conveniências. Se não cumprir a sua finalidade, a auditoria constitui um grave risco, funcionando como um espelho que não revela a realidade, mas o seu oposto. E isso seria trágico para o Sporting.

 

publicado às 11:04

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76 comentários

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De Leão Zargo a 29.04.2015 às 17:41

Lion

Estamos todos à espera da celebrada auditoria. Enquanto não estiver cá fora isso é conversa fiada!
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De Lion73 a 29.04.2015 às 18:46

Já tem alguns resultados parciais. O que pensa deles? Ou então pode-me indicar um link onde eu possa verificar a sua opinião sobre os mesmos?

Isto para não ficarmos pela "conversa fiada".

Sendo o "rigor" e a "transparência" agora tão discutidos e exigidos e nesta matéria, falamos, claro está, em atrasos de um trabalho efectuado por uma entidade independente ao clube e que ao contrário do foi dito, com justificações do Sporting por esses atrasos, folgo em ver o nível de exigência do Sportinguismo actual.

Depois de tanta preocupação facebookiana e com a postura comunicacional do presidente, depois da preocupação com as "30 contratações" ( onde se incluem, com o propósito de fazer barulho, jogadores que vieram por empréstimo ou com contratos de um ano, inclusivamente vindos para a equipa B e alguns vindos de escalões inferiores ), que, imagine-se não impediram a SAD de ter lucro e de estar a fazer as suas 2 melhores épocas desportivas da última meia dúzia de anos...

... eis agora os atrasos por uma Auditoria que nem era desejada por quem estão tão preocupado com os mesmos.

Matéria irrelevante é saber o que é que está na base de contratações que o Sporting não podia pagar, de contratações que falharam nos exames médicos ou nem os fizeram, da duplicação da massa salarial que o Sporting não podia suportar, da alienação dos passes do plantel principal, equipa B e até juniores, para pagar despesas correntes, dos milhões gastos em comissões e pagos a entidades obscuras. Nada disso interessa. Responsabilização? Nenhuma!

Aqui del Rei que há atrasos na Auditoria! Que vieram Piris e Welder por empréstimo! Que veio Magrão por 1 ano! Que foram contratados Enoh, Sambinha e Gazela a equipas do CNS!

É a desgraça, a catástrofe anunciada de um Sporting a implodir e levado ao abismo por um presidente tresloucado, cuja gestão levou a um indesejado equilibrio financeiro, à criminosa redução do passivo, a capitais próprios positivos, ao regresso à Champions League, à recuperação dos passes da esmagadora maioria dos jogadores, à Sporting Tv, ao futuro pavilhão, a semanas como as últimas e as próximas, com o Andebol no playoff na atribuição do titulo, o Futsal na Final Four da Uefa e da Taça de Portugal e com legitimas aspirações a revalidar o título de campeão, com a vitória do Hóquei na Taça CERS e presença na Final Four da Taça de Portugal, o futebol na final da Taça de Portugal e, imagine-se, a destroçada e vilipendiada equipa B a fazer a melhor época de sempre.

Há gente que tem as prioridades muito trocadas. E que se preocupa demasiado com o menos importante e de menos com aquilo que é decisivo.
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De Leão Zargo a 29.04.2015 às 19:07

Lion73
Não leve a mal que lhe diga que está ser demagogo. Podemos vibrar com as nossas vitórias, informarmo-nos sobre o andamento da próxima época, contribuirmos para a Missão Pavilhão, acompanharmos a problemática dos Fundos, preocuparmo-nos com o atraso da auditoria.
Se cada um de nós entender é capaz de integrar cada um destes aspectos no seu quotidiano sportinguista. Permita que lhe diga que essa da "conversa fiada" é despropositada neste contexto.
No entanto, aceito que cada um estabelece as suas prioridades, mas não há necessidade de excluir o que quer que seja.

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