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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
As equipas B participam no Campeonato da 2ª Liga desde 2012-13. Logo nesta época, o Sporting inscreveu na competição uma equipa com origem, essencialmente, na Academia de Alcochete, constituída por seniores de 1º e de 2º ano e por juniores de último ano. Jogadores mais experientes (3º e 4º ano), formados na Academia, proporcionaram uma maior capacidade competitiva. Houve, ainda, alguns jogadores contratados, no Verão de 2011 e em Janeiro de 2013, ou por empréstimo. No decurso da época de 2012-13 houve atletas que transitaram da equipa B para a equipa A.
Apesar de Bruno de Carvalho sempre ter afirmado (e de constar no seu programa eleitoral de 2013) que dirige pessoalmente todo o futebol do Clube, há em muitos sportinguistas a convicção de que nunca existiu um projecto específico para a equipa B. De facto, é pouca ou nenhuma a reflexão e a intervenção do presidente nessa área.
O Sporting B teve em 2016-17 uma época penosa, tendo permanecido durante algumas jornadas na zona de despromoção. A partir do mês de Fevereiro, com a substituição do treinador João de Deus por Luís Martins, houve uma recuperação significativa e evitou-se a despromoção. No final, a equipa classificou-se no 14º lugar, com 55 pontos, mais 3 pontos do que o Académico de Viseu, obrigado a participar no playoff de manutenção.
Para esta época foram contratados dezasseis jogadores e nas 42 jornadas da 2ª Liga alinharam 41 jogadores com a camisola leonina. Um número tão elevado de contratações nunca se tinha verificado anteriormente. Os técnicos da equipa B trabalharam com um plantel excessivo. Com um plantel assim não é possível haver um bom planeamento individual e colectivo, tudo é casuístico, decidido de acordo com as necessidades de cada momento competitivo.
Evitou-se um grande mal quando Luís Martins assumiu a orientação técnica da equipa. Com o novo treinador passou a haver uma maior solidez defensiva, com os jogadores mais próximos uns dos outros e mais pressionantes sobre os adversários. Isto permitiu maior posse de bola, menos riscos na grande área leonina e melhores soluções ofensivas. Havendo mérito de todos os jogadores em campo, destaca-se a boa integração do médio Rafael Barbosa, que regressou em Janeiro do empréstimo ao União da Madeira, e do avançado Gelson Dala que se estreou em Portimão, em 15 de Janeiro, e foi o melhor marcador da equipa.
Outro aspecto em que Luís Martins revelou grande acerto foi na utilização dos “reforços” da equipa A. Esta utilização é habitual e verifica-se todos os anos, embora nem sempre seja bem sucedida. Também se verificou com João de Deus, mas com resultados muito irregulares. O novo treinador teve o contributo de jogadores “resgatados” em Janeiro que alinharam na B com elevada mestria. Refiro-me a André Geraldes, Francisco Geraldes, João Palhinha (no jogo com o Guimarães B) e Ryan Gauld. Ricardo Esgaio e Matheus Pereira também desempenharam um papel relevante. Luís Martins foi capaz de colocar a qualidade individual destes jogadores ao serviço da dimensão colectiva da equipa.
Nas catorze jornadas em que orientou o Sporting B, Luís Martins obteve oito vitórias, três empates e três derrotas. Foram estes resultados desportivos que possibilitaram que a equipa saísse da zona de despromoção, quando estranhamente alguns sportinguistas já questionavam sobre a valia ou a necessidade da existência de uma equipa B. É importante que não se repita uma época assim.
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