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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
A Sporting SAD emitiu um comunicado mostrando o seu desagrado com Carlos Barbosa da Cruz e as interrogações do colunista no seu artigo de opinião no jornal Record, explicando ainda já terem sido accionadas as diligências legais "necessárias à defesa da instituição". Eis o artigo em questão:
Neblina que paira nas Pampas
O Sporting anunciou, há dias, a celebração de um protocolo de cooperação estratégica com o Racing Avellaneda, da Argentina, envolvendo diversas situações, incluindo a compra do passe do jogador Marcos Acuña, tudo por 9,6 milhões de euros. Apenas isto. Tenho gostado, até agora, do desempenho do Acuña, que me lembra o Nico Gáitan, talvez menos virtuoso, mas mais trabalhador e esforçado; o tempo se encarregará de dizer se a aposta foi ganha, mas as perspectivas são encorajadoras.
O que me parece criticável é a escassez de informação divulgada pelo Sporting, no quadro desta contratação. Por duas razões; em primeiro lugar, porque tendo o Sporting assumido, nomeadamente no caso Doyen, uma postura - correcta - de transparência em matéria de transferência e titularidade de passes, caber-lhe-ia dar o exemplo e esclarecer o mercado e os adeptos, com mais detalhe. Em segundo lugar, porque, a propósito desta transferência, muito se especulou na comunicação social; falou-se no apoio de um grupo de investidores, falou-se numa garantia bancária, falou-se no financiamento do Stellar Group, por conta da futura transferência do Adrien.
Parece-me que toda essa tergiversação aconselharia a que o Sporting fosse mais loquaz na disponibilização de informações sobre os termos do tal acordo estratégico com o Racing Avellaneda e explicasse com que dinheiro o passe foi pago, ou se houve garantias de pagamentos futuros, identificando, caso existam, as entidades envolvidas no negócio e respectivos beneficiários finais.
O Sporting tem desenvolvido um esforço coerente no sentido de combater os poderes ocultos no futebol, sejam eles a nível de organização, arbitragem, disciplina, etc; ora, as questões de transferências propiciam muitas águas turvas, muita gente pelo meio, muitos interesses por detrás da proverbial cortina, muitos circuitos financeiros, muitas aparências enganadoras sobre quem é dono de quê.
Veja-se a trapalhada que foi a repartição das mais-valias resultantes da venda de Ederson ao Manchester City, na qual nunca se percebeu muito bem a participação de Jorge Mendes - já de si questionável, porque um empresário não é suposto ter interesses económicos nos jogadores que agencia - e cujo acerto de contas, resultou na aquisição pelo Rio Ave ao Benfica dos passes dos jogadores Pelé e Nuno Santos, pelo mais que exagerado valor de quatro milhões de euros, tendo em conta que o primeiro esteve parado durante o ano e o segundo tinha sido vendido pelo próprio Rio Ave ao Benfica, onde nunca vingou, por muito menos do que isso. São estes jogos de sombras, de que o futebol é tão pródigo.
Esperava-se do Sporting outra postura, outra pedagogia; como em tudo na vida, a coerência é o pilar da autoridade moral.
C O M U N I C A D O
1 - Ontem, o Dr. Carlos Barbosa da Cruz veio a público, na sua coluna de opinião no jornal Record, lançar um conjunto de insinuações sobre o modo como a Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD tem agido durante esta janela de mercado.
2 – Compete-nos recordar que, desde a chegada da actual Direcção e Administração, sempre nos pautámos por uma política de transparência e rigor, fazendo publicar no Jornal Sporting todas as informações relativas a transferências, contratos e comissões – quando existem – relativas a negócios de activos da SAD, bem como, na mesma altura, fazemos a mesma comunicação através da CMVM.
3 – Do mesmo modo, sempre colaborámos com as autoridades de regulação do mercado prestando todas as informações relevantes, além das que nos são solicitadas.
4 – Sendo a Sporting SAD uma empresa cotada, cujo principal accionista é um Clube centenário de dimensão mundial, todas estas suspeitas, levantadas de forma leviana e propositada, causam graves prejuízos ao bom nome e credibilidade das instituições.
5 – Nesse sentido, serão dadas instruções ao departamento jurídico da Sporting SAD para que dê o competente seguimento a este assunto tomando as medidas que se revelem necessárias à defesa da Instituição.
6 – Por fim, vem a Sporting SAD lamentar que continuem a existir no seio da Família Sportinguista quem alimente a mentira, a insinuação maldosa e a calúnia, que têm por único objectivo a desestabilização do Clube, fazendo o jogo de terrorismo comunicacional dos nossos rivais e adversários.
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