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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Os últimos golos de Peyroteo
A dimensão mítica de Fernando Peyroteo no imaginário dos sportinguistas não se compara com mais nenhum jogador de futebol. Essa dimensão mítica decorre do seu currículo excepcional, dos títulos conquistados, do número de jogos realizados, dos golos marcados, das internacionalizações conseguidas e dos admiráveis feitos desportivos. E pelo facto dos seus méritos terem sido obtidos nos campos de futebol, verdadeiro arquivo da memória de muitos milhões de adeptos, um reflexo da imagem do espaço social e cenário da existência individual e colectiva.
De forma algo inesperada, Peyroteo decidiu abandonar o futebol de competição e marcou a sua Festa de Despedida para 5 de Outubro de 1949. No entanto, ainda participou nos jogos da Taça de Preparação, organizada pela Associação de Futebol de Lisboa, que se realizaram no mês anterior. Foi nesse torneio que marcou os seus últimos golos com a camisola leonina, e logo um “póquer” num 4-0 ao Belenenses (4 de Setembro) e um “hat-trick” numa significativa vitória por 8-0 frente ao Oriental (11 de Setembro). No comentário ao jogo nas Salésias, o jornalista Manuel Mota escreveu na revista Stadium (nº 353, de 7 de Setembro) que “Peyroteo, como que a preparar a sua festa de homenagem, marcou os quatro golos. Proeza de vulto, mesmo num jogador que já nos habituou a feitos idênticos”. E concluiu afirmando que “Peyroteo faz falta”.
Peyroteo participou em quatro jogos da Taça de Preparação, apenas não alinhou no último com o Estoril Praia disputado em 2 de Outubro. O Sporting tinha vencido as quatro partidas, já era o detentor virtual do troféu, e Rola é que alinhou no lugar de avançado-centro no Campo da Amoreira. Como a Taça de Preparação não era considerada uma competição oficial, a época de 1949-50 não está incluída na carreira do “bombardeiro” com a camisola verde e branca.
***A fotografia refere-se ao jogo do “hat-trick” com o Oriental e foi capa da Stadium (nº 354, de 14 de Setembro).
Canário, Veríssimo, Juvenal, Passos, Azevedo e Barrosa (1949-50)
Seis Violinos
O jornalista Tavares da Silva crismou de “Cinco Violinos” uma célebre linha atacante do Sporting. Muito justamente. E, todos nós, sportinguistas, aprendemos desde cedo a soletrar os seus nomes: Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travassos e Albano. Na verdade, toda aquela equipa leonina era uma orquestra de violinos. Diz-se, no futebol, que a melhor defesa é o ataque. Mas, sem um guarda-redes excepcional, uma defesa sólida e um meio campo eficaz nunca será possível uma boa estratégia de ataque. Nesta fotografia estão os outros violinos, os que seguravam e lançavam o jogo para aqueles que visavam com tanto sucesso a baliza adversária.
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