Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Vítor Ferreira, vice-presidente do Conselho Directivo e Administrador da Sporting SAD - licenciado em Direito pela Faculdade de Coimbra e advogado desde 1974 - em entrevista a "Bola Branca" da Rádio Renascença, explica as razões que o levaram a recuar de uma candidatura à presidência da Liga de Clubes:
«O estado do futebol português, sobretudo na área de dirigismo, levaram-me a desistir de avançar com uma candidatura à presidência da Liga de Clubes, desgostoso pela incompetência e pelas manipulações a que assisti na antecâmara do acto acto eleitoral. O dirigismo português precisava de um despedimento colectivo, e um despedimento colectivo por incompetência e por inadaptação aos valores do desporto. O estado do futebol nacional, sobretudo na área de dirigismo, está muito mal. Está pior do que há 100 anos, talvez. Há 20 anos, afirmei que o futebol português precisava de um 25 de Abril e de um 5 de Outubro. Mas quando comecei a ver o que passava, os interesses sórdidos, as manipulações, pensei que este não era o meu mundo. Achei que o Sporting, na minha pessoa, não deveria avançar. Foi isso que decidimos. Apesar de estar já tudo programado, com uma lista formada, era só pessoas de bem.»
As razões de Vítor Ferreira são perfeitamente claras e o cenário que descreve corresponde à realidade do futebol português, agora e já de há muitos anos a esta parte. Mas precisamente por estas razões é que ele devia ter avançado para o acto eleitoral, mesmo reconhecendo que poderia ñão assegurar os apoios necessários para garantir a eleição, mas pelo menos tentava, porque sem tentar, então é que não há mesmo hipótese alguma.
A bem dizer, tem sido este o eterno problema do Sporting, em que os seus dirigentes, e outros associados ao Clube, na generalidade pessoas de bem, não têm o estado de espírito e a disposição para combater a "guerra" nas trincheiras onde ela tem de ser forçosamente lutada. Por outras palavras, não querem sujar as mãos, mas sem as sujar o "status quo" à conveniência dos "suspeitos usuais" é preservado e os sportinguistas ficam junto às linhas laterais a protestar com a já conhecida oratória eloquente mas, ao fim e o cabo, totalmente inconsequente.
Por estas e outras razões que são referidas de tempos a tempos, é que diz que o mundo do futebol não é para todos e quem pensare que poderá enfrentar e derrotar "tanques" com "fisgas" na mão, vai ter uma surpresa muito desagradável. Mas, como "somos diferentes", vamos continuar na diferença a ser prejudicados ano após ano.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.