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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Carlos Severino, antigo jornalista, ex-director de comunicação do Sporting e actual líder do movimento «SOS» (Salvar o Sporting) indicou hoje que é sua intenção apresentar candidatura à presidência do Sporting. Em abono da verdade, não conheço o suficiente da pessoa para opinar, com profundidade, sobre os potenciais méritos da sua candidatura. É do conhecimento público que esteve oito anos ligado ao Sporting como director de comunicação durante os mandatos de José Roquette e Dias da Cunha e, mais recente, tem aparecido ocasionalmente com comunicados, como líder de mais um dos diversos «movimentos» em torno do Sporting. Baseado nesta informação e nas suas recém-declarações, deixa-me a ideia que poderá ser mais uma candidatura do género da de Zeferino Boal, no último acto eleitoral; ou morre logo à partida ou fica pelo caminho.
Lamento verificar mais um adepto sportinguista sob a monumental ilusão de querer implementar o chamado «modelo do Barcelona» no Sporting. É uma noção completamente irrisória e distanciada de conhecimento realista. Para saber, de uma vez por todas, o Sporting já tem há anos um modelo de formação, no mínimo, tão bom como o do Barcelona e não necessita de melhorar, nesse sentido. A diferença - que o Sporting nunca conseguirá equilibrar ao nível do clube espanhol - reside com a capacidade financeira de um e do outro. O Barça dispõe dos meios para ser paciente com os jovens que forma, segurá-los logo à raiz com contratos vantajosos e, pelo mesmo motivo, introduzi-los gradualmente na equipa principal. Mesmo assim, e já escrevi sobre isto numa outra ocasião, o seu plantel actual, somente no que se refere a activos contratados do exterior, envolve um investimento superior a 200 milhões de euros, com uma média salarial, por jogador, superior a 6 milhões anuais. É nada menos do que impossível, hoje e sempre, o Sporting poder competir com esta dimensão financeira. Como Aurélio Pereira já explicou, e bem, o Sporting oferece 100 a um jovem da formação e surge um clube de fora a oferecer mil ou dez mil; como é possível segurar esse jovem ?...Temos os casos recentes de Igor Ié e Agostinho Cá, que foi precisamente o que aconteceu e o Sporting ainda acabou por receber mais de 2 mihões de euros, quase pela bondade do Barcelona, porque um dos jovens já estava sem contrato - recusou renovar - e o outro, Agostinho Cá, ficaria livre em poucos meses. Nada me exaspera mais do que ouvir adeptos do Sporting insistir nesta tese, sem o mínimo de conhecimento dos factos. E aqui temos um potencial candidato a presidente a fazer o mesmo.
A segunda questão que abordou nas suas declarações também não faz qualquer sentido. Um congresso do Sporting é útil para muitos efeitos, mas esses não incluem , nem podem incluir, discussões sobre o futebol profissional, desporto e indústria. A gestão desta esfera de actividade do Clube não pode ser exposta a debate público, com qualquer objectivo de realização. Primeiro porque muito do que ocorre no seio de uma SAD não pode ser divulgado publicamente e, segundo, porque o público, em geral, não tem conhecimentos suficientes para o efeito. Tão claro como água. Veremos o comportamento deste candidato nas próximas semanas.
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