Caro Fernando Albuquerque,
Tem razão quanto ao conceito. Aliás, foi isso que a SAD fez com o Pedro Mendes, já que o contrato que termina este ano é de cinco anos. Quando chegam aos 18, a SAD tem de escolher com quais jovens vai arriscar longo prazo, porque como se sabe, só uma muita pequena percentagem consegue dar o salto para o futebol principal, com sucesso. Agora com a equipa B o risco é menor, porque o salto não é tão grande. O Pedro Mendes só há pouco tempo está a dar sinais de se poder assumir com regularidade e ainda não é uma certeza. Ir para o Parma não quer dizer muito, para já. Além do mais, as dificuldades financeiras, hoje e sempre, condiciona a SAD quanto ao leque de riscos.
Cumprimentos
De Fernando Albuquerque a 13.02.2013 às 11:58
Prezado Rui Gomes
Para terminar este assunto e como sou muito chato, já chegou onde eu queria, ou seja o espaço que vai dos 18 até aos 23 anos, quando terminam os contratos para segurar os atletas que possuam condições para serem mais-valias no futuro, quer para aproveitar para a primeira equipa do SCP quer para posterior encaixe financeiro.
Ora, não faço a mínima ideia qual foi a prestação que o Pedro Mendes teve durante o tempo que esteve no Real Madrid. Se não o compraram é porque viram não ser o jogador pretendido. O que eu sei diz respeito aos jogos que este jogador fez nas selecções jovens e na equipa B do SCP , que sempre me agradaram muito.
Sendo assim, quando chegou a meio do contrato, os responsáveis do SCP se estivessem interessados , deveriam proteger-se e tentar aumentar a validade do mesmo e não é no último ano que se negoceia a permanência do atleta, pois todos nós sabemos qual é a postura dos representantes dos jogadores cujo interesse é apenas receber a comissão, sem se importarem se os clubes, donos do passe foram prejudicados. O caso do russo é o exemplo mais recente, mas há uma relação que não tem fim e o SCP sempre a ver os navios passar.
Para lhe ser sincero o SCP precisa de uma pessoa que saiba negociar contratos, pois não compreendo como se vende um jogador e não haja uma clausula que o iniba de jogar noutro clube em Portugal, pois como sabe os nossos adversários estão cheios de antigos atletas formados na Academia e estes andaram escondidos em clubes estrangeiros e de repente aparecem a jogar nos nossos concorrentes, e o nosso SCP recebeu zero euros. Este é um assunto muito importante que os nossos dirigentes sabem que existe, mas como a Direcção muda muitas vezes o mesmo fica sempre nas gavetas dos mesmos.
Saudações leoninas Fernando Albuquerque
Caro Fernando Albuquerque,
O todo deste cenário é bastante complexo. A evolução dos jovens oscila imenso e o que mostram numa determinada fase, não reflecte, necessariamente, o seu potencial de longo prazo. Mas o todo da avaliação é complicado pelas dificuldades financeiras. Compreendo o seu ponto, mas chegar a meio de um contrato e renovar, salvo em casos excepcionais, não é muito fácil para o Sporting. Temos o caso do Tiago Ilori: eu estava convencido, pelo que mostrou há dois anos quando fez a pré-época com a equipa principal, que agora já faria parte desta permanente, mas ainda não aconteceu. Os técnicos saberão explicar porquê. Isto, como bem sabe, não é uma ciência exacta, envolve cálculos e riscos, mas concordo que a chave é ter as pessoas mais competentes para fazerem as decisões. Quanto à cláusula pelo regresso a Portugal, o SCP quase sempre a impõe, mas pouco serve se quando o jogador regressa e o SCP não tem o poder financeiro para exercer a opção (caso Simão Sabrosa). Mas o aspecto mais importante de todos é o nível competitivo da equipa principal. Este dita o aproveitamento da formação. Ao abrigo dos regulamentos de compensação da FIFA, o SCP recebe sempre, até uma certa idade, que um jogador se transfere. Depois, ainda há o acordo de solidariedade que impõe um montante adicional.
Penso que a ideia de ver jogadores formados no SCP em outros clubes, é mais emocional que real. Não há nenhum, actualmente, seja onde for, que eu gostaria de ver no SCP neste momento. O Hugo Viana regressou a primeira vez e, depois, não veio novamente por que exigiu ao SCP aquilo que nunca recebeu do Braga. Este é um tema muito interessante que dá pano para mangas. O meu amigo é sempre bem vindo, nunca chateia.
Cumprimentos
De Fernando Albuquerque a 13.02.2013 às 17:45
Prezado Rui Gomes
Estou de acordo consigo, embora eu ache que o SCP não explora convenientemente os contratos que efectua com os seus atletas. Poderá dizer-me que eu sou um leigo neste assunto, que eu aceito. Embora tenha sido director desportivo das camadas jovens do clube cá da terra, esse cartão da FPF que tive, não me habilita a discutir estes assuntos em profundidade.
É evidente que sou uma pessoa atenta em tudo o que diz respeito ao desporto, principalmente ao futebol.
Quando falou nesse jogador que o SCP tinha uma clausula de opção se voltasse a jogar em Portugal, é verdade que não tínhamos dinheiro para o tentar comprar, mas poderia haver outras formas de recebermos mais algum, pois para isso é
que existem os advogados e o nosso clube é farto nessa profissão e como bons sportinguistas se calhar poderiam dar uma ajuda nesse campo.
Dou-lhe dois exemplos de rescisões mal efectuadas. Carlos Martins e Varela, ambos foram para um clube espanhol de fraca cotação e passado pouco tempo regressaram a Portugal para os clubes que sabe. Não deveria o SCP ter acautelado os seus interesses ? sabendo-se que eram dois atletas saídos da sua formação ?
Cumprimentos Fernando Albuquerque
Caro Fernando Albuquerque,
Não sei se esses dois casos servem de exemplo, já que ambos foram dispensados, salvo erro, e não transferidos. O Sporting ainda recebeu algum pela ida do Varela para o FC Porto, mas do outro não, pela sua idade. O Varela, como já disse, foi uma má opção de Paulo Bento, já Carlos Martins esgotou o seu tempo no clube. Há certos limites pelos regulamentos da FIFA e pela lei Bosman, que proíbe condicionar a livre circulação de jogadores. Não digo que a contenda não possa ser melhor gerida pelo Sporting, mas sei que é um aspecto do futebol muito complexo. A chave de tudo, é segurá-los ainda na formação e para isso é necessário recursos financeiros. Foi assim que o Barça levou o Igor Ié e o Agostinho Cá, muito embora o SCP ainda tenha recebido mais de 2 milhões por eles. E, não esquecer, que assim que os jovens começam a mostrar promessa, pela instrução dos empresários, não querem que os jogadores fiquem presos por contratos de longo prazo. Como já aqui escrevi, tudo indica que Bruma irá renovar até 2018 e com aumento salarial mas, contrário à minha expectativa, a sua cláusula de rescisão vai manter-se nos actuais 30 milhões. Depreende-se que isto foi uma das condições do empresário, porque a intenção não é de ele permanecer no SCP até 2018. Quanta mais elevada a cláusula, maior o desinteresse de eventuais compradores. Quando um clube não está a negociar a partir de uma posição forte, que é o caso do nosso, tudo se complica. Tudo indica que o Ricky não foi para o Dínamo de Kiev precisamente por isso. O clube ucraniano pretendeu tirar partido da instabilidade e afins que existem no Sporting e como Godinho Lopes não abdicou, este recuou. O SCP teria recebido 13 milhões mais 3 por objectivos e os dois avançados, pelo menos até ao fim da época. A mim não me afecta ver alguns jogadores formados no SCP, mais tarde virem parar a outros clubes. O Sportin recebe o que tem de receber pela formação e assunto fechado. O que é que o SCP ia fazer agora com o Diogo Rosado e o Rui Fontes que foram para a equipa B do Benfica ?
Cumprimentos caro amigo