Bruno de Carvalho formalizou hoje a sua candidatura, apresentando uma lista de nada menos do que 84 elementos. O seu programa, assente em sete pilares, consta de 120 medidas que pretende implementar no clube caso seja eleito. Curiosamente, nas pesquisas que efectuei até este momento, nada vi sobre futebol, mas é possível que apareça mais tarde. Um nome que reconheci imediatamente e que me repugna, pela sua indigna atitude para com o Sporting ao longo destes últimos dois anos, é Vicente Moura, partindo do princípio que é o mesmo que chefiou até há pouco tempo o Comité Olímpico Português. A sua presença nesta lista vai longe para permitir compreender os seus constantes ataques à Direcção demissionária e outros.
Mas a parte do discurso do candidato que mais manchetes está a provocar, inevitavelmente, foi a ameaça que dirigiu aos dirigentes cessantes no sentido de os processar por má-fé e gestão danosa: «Se, por exemplo, no dia 24 de março houver pagamentos em atraso e a actual Direcção não se responsabilizar irei agir cível e criminalmente contra todos os seus membros por má-fé e gestão danosa.»
Nem sei qual a implicação factual desta sua posição, além de demonstrar que os dois anos de guerra que ele andou a fomentar para fazer cair os órgãos sociais irá não só continuar, mas até aumentar significativamente. Precisamente o que o Sporting está a necessitar nesta fase tão degradada e turbulenta da sua história!... Fez, de seguida, as usuais promessas eleitorais: redução dos gastos para 60% nos próximos dois anos, vai construir o um pavilhão junto ao Estádio de Alvalade, vai manter a maioria do capital da SAD no poder do Clube, etc., etc., etc..
Já se suspeitava mas confirma-se agora a origem da diabolização da banca que se tem propagado nas redes sociais e na blogosfera em dias recentes: «Não de deixo intimidar pela ameaça da falta de apoio da banca. Não aceitámos chantagem de milhões. Já reuni com os bancos e não me vão fechar as portas, mas comigo a presidente quem manda sou eu.»
Para uma pessoa de modesta capacidade financeira pessoal e discutível actividade empresarial, que vai depender de um salário para ser presidente do Sporting, e com recursos de sustento de tesouraria ainda por provar, a sua arrogância é indubitavelmente espantosa.
E isto é apenas o início de uma longa caminhada que promete ser pouco pacífica.