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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Depois do afastamento de Portugal do Mundial, não queria publicar mais nenhum post. Lamentavelmente, vejo-me obrigado, pelos rumores de última hora que indicam que José Peseiro é o novo treinador do Sporting.
A informação foi revelada pela CMTV e reiterada pelo jornal O Jogo, enquanto que o Record avança que é apenas um dos nomes sob consideração e nada está confirmado.
Não vou comentar o caso enquanto não houver confirmação.
O Diário de Notícias publicou isto:
José Peseiro tem francas possibilidades de ser o próximo treinador do Sporting, treze anos depois de ter abandonado Alvalade. O DN chegou à fala com o treinador que não quis comentar, ao passo que José Sousa Cintra apenas revelou que ia anunciar o treinador na segunda-feira sem querer desmentir ou confirmar qualquer nome.
Uma derrota especialmente ingrata para Portugal, tendo sido superior em tudo menos no marcador (2-1), a uma selecção do Uruguai que jogou praticamente o jogo todo de "autocarro".
A diferença, que acabou por ser fatal, dois golos de um grande avançado, Cavani. O primeiro, aproveitamento muito oportuno pelo erro de cobertura ao segundo poste de Raphael Guerreiro e, talvez, com Rui Patrício a poder fazer um pouco melhor. O segundo, um soberbo remate sem defesa para o guarda-redes português.
Portugal exerceu enorme pressão até ao apito final, mas faltou o melhor.
Decerto que há detalhes a debater, mas por hoje resta saber que ficamos com um Mundial sem os dois melhores jogadores do Planeta. Um cenário que não agradará muito à FIFA, mas o futebol é mesmo assim.
Declarações de Cristiano Ronaldo no final do jogo:
"Portugal bateu-se bem. Na minha opinião jogou melhor do que o Uruguai, mas isto é o futebol. Quem marca mais golos é quem ganha. O Uruguai está de parabéns. Estamos de cabeça erguida. Demos o nosso melhor e a equipa esteve bem. Como capitão, sinto-me orgulhoso da equipa, do staff e de quem trabalhou arduamente com esta equipa.
Agora não é o momento de falar do futuro. Tenho a certeza de que a Selecção continuará a ser uma das melhores do Mundo, com grandes jogadores e um grupo fantástico, jovem, com ambição de triunfar."
Venceu o Benfica nas grandes penalidades no 5.º jogo do playoff
PARABÉNS LEÕES !
Palmarés do Campeonato Nacional:
Mais títulos por clube:
15 - Sporting
7 - Benfica
2 - Miramar
2 - Correio da Manhã
Todos os títulos nacionais:
1990/1991 Sporting
1991/1992 Venda Nova
1992/1993 Sporting
1993/1994 Sporting
1994/1995 Sporting
1995/1996 Correio da Manhã
1996/1997 Miramar
1997/1998 Correio da Manhã
1998/1999 Sporting
1999/2000 Miramar
2000/2001 Sporting
2001/2002 Freixieiro
2002/2003 Benfica
2003/2004 Sporting
2004/2005 SL Benfica
2005/2006 Sporting
2006/2007 Benfica
2007/2008 Benfica
2008/2009 Benfica
2009/2010 Sporting
2010/2011 Sporting
2011/2012 Benfica
2012/2013 Sporting
2013/2014 Sporting
2014/2015 Benfica
2015/2016 Sporting
2016/2017 Sporting
2017/2018 Sporting
“Não se pode acreditar em coisas impossíveis, disse Alice.
Isso é falta de treino, disse a Rainha.”
(Lewis Carroll, em Alice no País das Maravilhas)
Miguel Cal e Ricardo Farinha escreveram um documento programático que pretende “contribuir para um debate construtivo e livre em que todos os Sportinguistas se possam envolver”. Na verdade, é um trabalho muito válido que propõe uma reflexão sobre o nosso Clube e os caminhos que pode (deve) seguir no curto e no médio e longo prazo. Trata-se de uma análise da realidade leonina que, em simultâneo, consegue ser global e específica e estabelece uma estratégia, identificando caminhos para a superação e o sucesso. De facto, há no documento “uma visão estratégica e a identificação das prioridades”. Para além de reflexivo, é operativo.
O documento designa-se “O futuro do Sporting começa por todos nós”, e nele distinguem-se as prioridades para o curto prazo (“Desafios imediatos”) e para o médio e longo prazo (“Batalhas de Leão”). Nos “Desafios imediatos” estipulam-se três linhas orientadoras:
- O processo de rescisão de jogadores;
- O processo jurídico de corrupção movido contra o Sporting;
- O descontrolo das claques do nosso clube.
É talvez o ponto mais frágil do documento. Simplista e linear no que refere ao processo de rescisões, desconhecedor da dimensão sociológica da “cultura ultra” no que refere às claques de futebol. Pela urgência daquilo que constitui o curto prazo, aquilo que está já a acontecer, para muitos leitores pode existir o risco desta fragilidade analítica colocar em causa o mérito da globalidade do trabalho.
A parte referente às “Batalhas de Leão” é em geral lúcida, flexível e competente. Reconhece que o futebol pelo seu carácter simbólico e financeiro constitui um combate de primeira grandeza. Define as seguintes directrizes:
- Potenciar performance da equipa principal de futebol;
- Maximizar a experiência “Ser Sporting”;
- Ajustar comunicação de forma a valorizar activos do clube;
- Participar no desenvolvimento ético do futebol nacional.
Na vida há as contingências inevitáveis, mas que se podem prever e controlar através de um quadro de intervenção adequado às circunstâncias. No caso do futebol existem variantes que poderão condicionar o comportamento dos adeptos, como os resultados que a equipa de futebol está a conseguir. Pela importância dessas variáveis, que se podem tornar muito pouco controláveis, os autores estabeleceram três orientações de acção que visam minimizar factores imponderáveis e “potenciar a performance da equipa principal de futebol”.
É interessante o valor que é concedido à condição de “Ser Sporting”. Muito bem. O poeta Herberto Helder recordou que os gregos antigos não escreviam necrológios. Quando alguém morria perguntavam apenas: “Tinha paixão?” Na verdade, “para eles, tudo devia estar provido de paixão e tudo aquilo que não estivesse era censurável”. O que contribua para o aprofundamento da paixão sportinguista é um investimento no futuro.
Outro eixo de intervenção proposto pelos autores reside na forma como a comunicação pode contribuir para a valorização de jogadores e do próprio Clube. Deve haver um modelo de comunicação consistente que beneficie do facto do Sporting ser socialmente transversal com implantação em todo o país, nas comunidades nacionais no estrangeiro e nas antigas colónias portuguesas. A Academia de Alcochete constitui um elemento de referência e o ecletismo integra a matriz original leonina.
Finalmente, o Clube tem de estar na vanguarda do desenvolvimento ético do futebol português. Sabe-se que há interesses e jogos poderosos financeiros que tentam sempre controlar as competições desportivas, que originam esquemas fraudulentos e corrupção. O futebol distanciou-se da “arété” dos gregos e ficou prisioneiro da “civilização do espectáculo”, mas o Sporting é um dos clubes fundadores do futebol nacional enquanto grande fenómeno social e cultural de massas. Por essa razão, deve cuidar daquilo que também é seu, assumindo de forma activa uma acção construtiva para o desenvolvimento ético do desporto-rei.
No seu trabalho, Miguel Cal e Ricardo Farinha referem-se a questões estratégicas e estruturais em coerência com aspectos de carácter ocasional e conjuntural. Num Clube como o nosso cruzam-se com grande intensidade o planeamento estratégico e o instante temporal. O projecto de uma época pode ser pulverizado por uma derrota com uma equipa secundária, como uma vitória na Champions pode optimizar um ano desportivo. A defesa permanente da identidade do Sporting constitui o elemento aglutinador, integrador e mobilizador dos sportinguistas. O universo leonino é antagónico do medo e do ostracismo, tem de ser sempre um espaço de liberdade e de coragem na procura crítica dos melhores procedimentos para superar os obstáculos e as limitações com que nos confrontamos.
***O documento estratégico de Miguel Cal e Ricardo Farinha pode ser lido aqui.
Não sei se Rui Jorge seria um nome consensual para assumir o leme da equipa principal do Sporting, mas creio que é um desejo antigo de muitos sportinguistas. O facto do Dr. Frederico Varandas fazer cartaz dele na sua campanha eleitoral, passa apenas por ser um aproveitamento sensacionalista do óbvio
Rui Jorge, 45 anos, actual selecionador nacional sub-21, é um dossier complicado e há vários obstáculos a contornar. Por isso, neste momento é prematuro dizer-se que Rui Jorge vai regressar a Alvalade onde esteve como futebolista durante sete temporadas. Será preciso que o treinador esteja disposto a abdicar de um projecto que se iniciou em 2011 e que tem sido coroado de êxito significativo - há Europeu da categoria no próximo ano, em Itália. As coisas ficam ainda mais difíceis quando se sabe que Rui Jorge tem contrato com a Federação Portuguesa de Futebol até junho de 2021.
José Sousa Cintra vai tentar contratar um treinador que não seja apenas até às eleições. Vingou a ideia de Cintra dentro da comissão de gestão, pois outros elementos mostraram-se mais inclinados para uma opção temporária como Luís Martins ou Tiago Fernandes, actual treinador dos juniores.
O antigo presidente vai contratar um técnico cujo vínculo será de, pelo menos, um ano. José Couceiro, que tem sido associado ao inédito cargo de Director Técnico Nacional da Federação Portuguesa de Futebol, era, em princípio, uma da apostas mais realistas do administrador da SAD, mas Rui Jorge também foi um nome equacionado.
Foi Augusto Inácio que lançou Rui Jorge no escalão maior do futebol português (época 1991/92 no Rio Ave) tendo depois o reencontrado, como adjunto de Carlos Alberto Silva e Bobby Robson, o actual selecionador sub-21 nas Antas. Voltariam a encontrar-se na época 1999/2000 em Alvalade na época em que os leões quebraram um jejum de 18 anos. E depois disso Rui Jorge seria novamente campeão em 2001/2002 no último ano em que os verdes e brancos festejaram o título nacional. O seu treinador nessa época foi o romeno Laszlo Bölöni que no seu livro "Bloco de Notas" confidenciou que Rui Jorge tinha sido o jogador "mais inteligente que tinha conhecido".
Na base da preferência por Rui Jorge estará a sua experiência em trabalhar com jovens, não sendo despiciendo o facto de conhecer os cantos à casa. Teve apenas uma experiência curta na principal equipa do Belenenses (dois encontros), mas goza de crédito junto das pessoas com quem trabalhou em Alvalade e Alcochete e que ainda permanecem no clube. Fica por saber se a decisão de Sousa Cintra em querer contratar um treinador para, pelo menos um ano, não hipoteca esta possibilidade. Isso, e/ou a vontade de Rui Jorge em continuar como seleccionador nacional sub-21.
As próximas horas serão decisivas para se perceber o que pretende fazer o Sporting no que diz respeito ao seu comando técnico. Com a dispensa de Sinisa Mihajlovic e o plantel a apresentar-se na próxima segunda-feira, data limite imposta pelo próprio Sousa Cintra para anunciar o novo técnico, o tempo joga claramente contra os dirigentes leoninos.
Inês Simões
Os advogados "peritos" estão em débito com o futebol, mas agem sempre como se fosse ao contrário.
O Sporting desconfia da Comissão Arbitral Paritária, um órgão da Liga que hoje serve, exclusivamente, para carimbar os pedidos de rescisão, incluindo dos nove jogadores que debandaram de Alvalade. A CAP até não poderá fazer grande mal ao Sporting, mas a desconfiança tem razão de ser.
Há pouco mais de um ano, um dos seus elementos teve de se demitir por ser pateticamente fanático por um determinado clube grande e a substituta trabalha no gabinete de advogados que representa, em nome do sindicato, alguns dos jogadores que rescindiram. O elemento que sobra é comentador crónico de direito do desporto num vasto número de títulos da Imprensa e teceu dezenas de sentenças sobre a vida do Sporting nos últimos meses, para além de ser conotado com o mesmo determinado clube, cujas posições costuma partilhar quase à sílaba.
Esta é a parte muda dos bastidores do futebol que não se cura com banhos de silêncio e harmonia. O "perito" em direito do desporto de hoje, mais perito ainda em escalada social, é o presidente do Conselho de Disciplina de amanhã, ou estará pelo menos entre os vogais; fará parte do lote de juízes do Tribunal Arbitral e, com bons ventos, até chegará a secretário de Estado ou presidente da Câmara de Sintra.
A camada adiposa formada por este tipo de advogados que se entranha no futebol - os "peritos" - foi responsável por múltiplas agressões à modalidade, neste século, que provocaram estragos tão grandes ou maiores do que o Apito Dourado, o caso Pereira Cristóvão, os emails e o Cashball todos juntos. Não são opiniões: são decisões transitadas em julgado que o dizem. Os juristas estão em débito com o futebol. Têm de provar que merecem alguma confiança das pessoas, em vez de continuarem a portar-se mal e a promoverem mil tipos de promiscuidades diferentes, às vezes com um descaramento inconcebível.
José Manuel Ribeiro, jornal O Jogo
Selecções nos oitavos-de-final
Ásia: Japão
América do Sul: Brasil, Argentina, Uruguai e Colômbia
América Central: México
Europa: PORTUGAL, França, Espanha, Inglaterra, Bélgica, Croácia, Suíça, Dinamarca, Suécia, Rússia
Todos os jogos dos oitavos-de-final
França-Argentina, sábado às 15h00
Uruguai-PORTUGAL, sábado às 19h00
Espanha-Rússia, domingo, às 15h00
Croácia-Dinamarca, domingo às 19h00
Brasil-México, segunda-feira às 15h00
Bélgica-Japão, segunda-feira às 19h00
Suécia-Suíça, terça-feira às 15h00
Colômbia-Inglaterra, terça-feira às 19h00
***Horário de Portugal continental
A Academia Sporting, em Alcochete, volta a receber a Sporting Summer School, uma actividade de iniciação e formação de treinadores, dirigido a todos os maiores de 18 anos.
Os cursos são certificados pelo IPDJ e visam dar formação na área de desenvolvimento de atletas e treino prático, com formadores pertencentes ao Sporting.
Acho que Cristiano Ronaldo vai gostar desta nova bola
que a FIFA vai estrear nos oitavos do Mundial
Um dos carros mais caros do Mundo
2018 Rolls Royce Wrath - 32o mil dólares
O Sporting partilhou esta sexta-feira através das redes sociais o equipamento principal que a equipa vai utilizar na próxima época. No vídeo de apresentação, as novas camisolas apresentam o antigo emblema do Clube, anterior à transformação feita em 2001.
Fernando Peres, natural de Algés, representou o Sporting enquanto jogador entre 1965 e 1973, com uma passagem pela Académica pelo meio (1968/69).
De "leão ao peito", sagrou-se campeão nacional por duas ocasiões e venceu duas Taças de Portugal. Chegou ainda a ser campeão brasileiro pelo Vasco da Gama, em 1974. Foi internacional português em 27 ocasiões, apontando quatro golos.
Como treinador, orientou o GD Peniche, União de Leiria, Vitória de Guimarães, Estoril, Sanjoanense e Atlético.
Agora, com 76 anos, ainda vibra o Sporting e não pode, sequer, ouvir falar em Bruno de Carvalho, quem ele apelida de "monstro e louco".
Em declarações à Rádio Renancença, Fernando Peres acredita que o presidente destituído deverá responder judicialmente por "falcatruas" em Alvalade:
"Como uma entidade grandiosa, com 112 anos, o Sporting livrou-se de um monstro e de um louco. O sr. Bruno de Carvalho tem de prestar contas judiciais. Aí é que vamos saber, concretamente, o que há por trás do sr. Bruno de Carvalho e de todos os seus 'capangas'. Diz-se que Carlos Vieira é um crânio excepcional mas parece-me que está louco.
Acredito que, a partir de agora, o Sporting CP vai voltar a ser o Sporting com nobreza, dignidade e sem falcatruas. Ao contrário do que muita gente pensa, não acredito que o Sporting ande à deriva nos próximos anos.
Apelo aos sportinguistas para, cada vez mais, apoiarem o seu clube de coração porque o Sporting é sempre um candidato ao título. Actualmente, tem gente honesta, séria e vai reactivar tudo aquilo que nós, sportinguistas, esperamos".
Paul Le Guen, técnico francês de 54 anos, que depois de uma carreira como futebolista de 16 anos - a maior parte no Paris Saint-Germain -, já treinou cinco clubes (Rennes, Lyon, Glasgow Rangers, Paris Saint-Germain e Bursaspor) e duas selecções (Camarões e Omã). Também já foi director-técnico da Federação da Nigéria.
Neste momento está sem clube, tendo deixado o Bursaspor em Abril de 2018.
A acreditar nas notícias desta sexta-feira, Paul Le Guen é um dos treinadores que está a ser considerado pelo Sporting, muito embora a preferência seja um técnico português.
Queiroz, Quaresma, Maradona: a elegância é sempre facultativa.
Conheci o outro Maradona em 1995, no aeroporto de Frankfurt. Regressávamos os dois da final da Taça dos Campeões, entre Ajax e Milan. Pedi-lhe umas palavras, para um jornal português, e ele deu-mas, mas não as que eu esperava nem aquelas que, em princípio, se publicam na Imprensa. Em cinco segundos (e para a eternidade), o mito degenerou em dejeto e a admiração num asco profundo.
Nos 23 anos seguintes, fui concluindo que ser Maradona não lhe dá o direito a falar daquela maneira, mas também não lho tira. Jogar (muito, muito, muito) bem à bola não obriga a seguir um código de conduta, nem sequer a ser civilizado. Tarde ou cedo, neste caso 23 anos depois de mim, uma câmara russa voltada para o cavalheiro durante o Nigéria-Argentina põe o planeta a debater se Maradona merece, ou não, ser tolerado.
Fora da relva, até em Portugal o futebol é capaz de produzir maradonismos, pessoas com um determinado estatuto que decidem falar sem filtros ou viver sem restrições. Quaresma e Carlos Queiroz, por exemplo. O primeiro preferiu a liberdade à carreira e ninguém o pode condenar por isso. Qual de nós tem legitimidade para lhe dizer: "Devias ter sido infeliz. Ter corrido mais nos treinos; ter sido submisso aos teus treinadores; ter sido altruísta no campo; ter preferido o cruzamento à trivela"?
E também não consigo ensinar Queiroz a ser o herói nacional que talvez fosse suposto. Desde a "merda" na FPF, há quase três décadas, que ele exerce apenas o direito à liberdade de expressão, sem autocontrolo nem concessões, como talvez fizesse se, em vez de figura revolucionária no futebol nacional, tivesse continuado a ser um professor de educação física, por estes dias a berrar contra o congelamento da carreira, em vez de berrar com Quaresma. Ninguém tem de gostar do outro. Nem o outro tem de gostar dele.
José Manuel Ribeiro, jornal O Jogo
Podemos não concordar com tudo, mas O Futuro do Sporting começa por nós não deixa de ser uma obra muito interessante, e creio de grande valor, elaborada por um grupo de sportinguistas e que nos foi referida pelo nosso leitor Fernandes, a quem agradecemos a gentileza.
Passamos a transcrever a Introdução:
"O Sporting vive tempos conturbados, é inegável. O nosso Clube tem sido destaque diário nos meios de comunicação social e não pelas razões que gostaríamos. O debate e a discussão centram-se na componente política de curto prazo, faz sentido. No entanto, o futuro do Sporting é incerto e consideramos que a discussão deverá incluir mais conteúdo, a estratégia para o futuro e os pilares nos quais assentará o caminho a seguir.
Parte do que se passa agora e as respectivas soluções estão indissociavelmente ligados aos desafios de longo prazo.
Decidimos, por tudo isto, colocar a nossa vasta experiência de gestão no papel e contribuir para o debate construtivo.
Quem somos nós? Somos um grupo de Sportinguistas unidos pela nossa paixão pelo Sporting. Cruzámo-nos enquanto tirávamos o curso de gestão de empresas e apesar da vida nos ter levado por caminhos diferentes no Mundo empresarial, o Sporting foi sempre um elo comum, o meio preferido para nos juntarmos. A instituição Sporting acompanhou-nos ao longo das nossas vidas e é parte intrínseca do crescimento dos nossos filhos, merece ter o contributo do melhor que lhe podemos dar. O melhor que este grupo de Sportinguistas tem para dar é uma visão estratégica e a identificação das prioridades que consideramos importantes, assente em anos de liderança nos mais variados sectores.
Este documento mais não pretende ser do que a nossa visão para um futuro competitivo; não estão aqui subjacentes quaisquer intenções eleitoralistas. Tendo sido desenvolvido numa perspectiva outside-in, com dados públicos, este documento terá as suas limitações.
Alertamos para o facto de este ser um documento de gestão empresarial, como tal, para cada prioridade fazemos um diagnóstico no qual frequentemente comparamos o Sporting com outros clubes. Poderá parecer algo estranho ou mesmo anti-sportinguista quando identificamos em clubes adversários melhores estratégias e melhores práticas do que as nossas, mas este é, no entanto, um exercício muito comum no mundo empresarial. Este é um trabalho de análise racional extremamente útil para identificar os gaps de performance existentes e dar sentido de urgência à sua resolução.
Os elementos que participaram neste documento são independentes e não pertencem a qualquer lista ou facção dentro do Sporting. Não somos, nem pretendemos ser, candidatos às eleições. Mas dadas as circunstâncias, queremos contribuir com muito mais do que o nosso voto (se e quando este for convocado), porque consideramos poder aportar mais-valias ao Sporting, e porque temos conhecimentos que acreditamos dever partilhar, de forma a elevarmos o debate para níveis superiores aos actuais. Esperamos poder contribuir para um debate construtivo e livre em que todos os Sportinguistas se possam envolver".
A obra consiste de 32 páginas, devidamente estruturada em capítulos. Transcrevemos a introdução de alguns capítulos para dar uma ideia mais concreta ao leitor.
Estratégia “futuro do Sporting”
Na nossa perspectiva, o Sporting enfrenta um conjunto de desafios de curto prazo que requerem atenção imediata, assim como prioridades de longo prazo a que chamamos “Batalhas de Leão”, pois têm de ser ganhas. O resultado do combate resiliente em cada uma delas ditará a performance e posicionamento no futuro que orgulhe os seus sócios e adeptos.
Desafios imediatos
Para além dos desafios de gestão corrente como a preparação da próxima época e a reestruturação financeira (que não serão abordados por este documento pois são de conhecimento da maioria dos Sportinguistas), identificamos 3 desafios prementes a curto prazo que põem em causa não só a próxima temporada, mas também a própria sustentabilidade do clube – o processo de rescisão de jogadores; o processo jurídico de corrupção movido contra o Sporting; o descontrolo das claques do nosso clube.
Descontrolo das claques
No que respeita ao descontrolo das claques, consideramos que tem havido uma tendência preocupante de escalada de comportamentos inaceitáveis que tem de ser abordada. Abaixo enumeramos algumas situações do passado recente que culminaram no episódio mais triste da história do nosso Clube e que compromete seriamente o futuro do Sporting.
Batalhas de Leão
Ultrapassados os desafios de curto prazo, acreditamos existir um conjunto de “batalhas” que, a serem ganhas, permitirão ao Sporting ter sucesso no futuro, ao mesmo tempo que garantem uma organização saudável, que desempenha as suas funções com excelência e concretiza os seus objectivos de forma consistente e sustentável. Para cada batalha escolhemos as principais alavancas que as suportam.
Potenciar a performance da equipa principal de futebol
Tal como foi referido acima, esta é a batalha mais importante a ser ganha, é a que garante as receitas para o futuro do clube, é a responsável pela maior parte dos custos do clube e que define a felicidade / infelicidade da massa associativa (vejamos, por exemplo, este ano, uma época repleta de êxitos nas modalidades que foram totalmente ofuscados por um terceiro lugar sem acesso à Champions da equipa de futebol).
Constituir um grupo de jogadores de excepção, garantindo a sustentabilidade financeira
Existem dois grandes elementos na construção de um plantel, a formação e a compra de jogadores no mercado. Os clubes utilizam vários modelos, que conjugam estes elementos de acordo com a sua capacidade financeira, urgência na vitória ou qualidade da formação (já que esta tem de ser desenvolvida no longo prazo). No nosso Clube, a estratégia tem evoluído de uma base assente na formação para uma de mercado.
Estratégia do passado
No Sporting, nos últimos 20 anos, todos os presidentes tentaram apostar num “modelo de formação complementado com compras cirúrgicas”. No entanto, foi um modelo que nunca funcionou, a nosso ver pelas seguintes razões.
Estratégia actual
Nos últimos anos temos assistido a uma alteração da estratégia na construção do plantel. Ainda que o Presidente Bruno de Carvalho tenha no seu programa que a “a formação será a aposta base da política desportiva”, a verdade é que nos últimos 3 anos contratou 42 jogadores, nos quais gastou 107 milhões de euros.
E a obra termina assim:
Temos muito trabalho pela frente e esperamos ter contribuído para dar o primeiro passo porque o futuro do Sporting começa por todos nós.
Saudações leoninas
Miguel Cal, sócio 25.591
Ricardo Farinha, sócio 7.151
O Sporting terá notificado a Comissão Arbitral Paritária (CAP) para não se pronunciar sobre a situação dos nove jogadores que rescindiram com o Clube.
A Sporting SAD lembra que o presidente da CAP renunciou ao cargo por considerar que os outros dois membros, Lúcio Correia e Madalena Januário, não têm imparcialidade para continuar na Comissão e que o primeiro fez comentários televisivos em que se pronunciou a favor dos jogadores, enquanto Madalena Januário é sócia de um escritório de advogados que trabalha com o Sindicado dos Jogadores, que esteve directamente envolvido no processo de rescisões.
O Sporting considerará accionar mecanismos legais, como a impugnação dos actos ou uma queixa à Ordem dos Advogados, caso o organismo venha a pronunciar-se sobre qualquer dos processos de rescisão que envolvem o Clube.
A Sporting SAD anunciou esta quinta-feira a cooptação de Manuel Aguiar Reis para administrador, substituindo Guilherme Pinheiro - demitiu-se a 5 de Junho - que tinha a seu cargo a Academia e as negociações com agentes e jogadores.
De acordo com o comunicado enviado à CMVM, o novo administrador "assegurará as funções de responsável pelas relações com o mercado, que acumulará com os pelouros de Governance, Sistemas de Informação e Segurança".
Manuel Aguiar Reis é o quinto administrador a ser cooptado pela SAD nos últimos dias, juntando-se a Artur Torres Pereira, presidente da Comissão de Gestão do clube, Luís Silva Marques, Paulo Chaves e Mendes Salsa.
José Sousa Cintra foi designado presidente da SAD, pela Comissão de Gestão, após Bruno de Carvalho ter sido destituído de presidente do Sporting, ocorrida na Assembleia Geral do clube de sábado.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.