Nesta rubrica, o leitor tem a oportunidade de apreciar - e se entender, criticar as notas (0-6) que eu atribuí aos jogadores do Sporting CP e a outros intervenientes do jogo com o Boavista da jornada 30 da Liga Portugal Betclic, que resultou numa vitória por 5-0. Golos de Viktor Gyokeres 6', 45'+1, 50', 90+2' e Maximiliano Araujo 57'.
DEPOIS DAS AMÊNDOAS PASCOAIS UMA MANITA COM PÓQUER
O furacão GYOKERES atacou de novo com a fúria animal habitual, agora no norte do País, provocando um arraso total na equipa do Boavista, surpreendida e destroçada no seu estádio por um vendaval nórdico que resultou na maior goleada que o Sporting impôs num campo historicamente negro para os leões. A tradição já não é o que era, a equipa de Alvalade passeou no Bessa mantendo o pé sempre a fundo no acelerador. Uma entrada de rompante que asfixiou os boavisteiros através de um futebol veloz, de pé para pé, criativo, imprevisível e muito eficaz no passe e nas triangulações, muitas delas de arranjo expontâneo fruto da inspiração dos mágicos leoninos, insaciáveis na construção de inúmeras oportunidades que foram desperdiçando, valeu a fúria do sueco (líder da Bota de ouro) que com a sua habitual eficácia, facturou um POKER e ainda deu para falhar três lances isolado. Uma resposta fortíssima do Leão, com mensagem bem gelada em toda aquela fervura de quem com muita euforia já fazia festejos no lado Sul da Segunda Circular. Viktor Gyokeres continua a rebentar escalas, Maxi marcou e assistiu, Trincão somou 2 assistências, Morita voltou.

DESTAQUE - VIKTOR GYOKERES - 6 - Já lhe chamaram de tudo: monstro, animal, furacão, 'machine', vingador, exterminador, mas ficará para sempre na gloriosa História do Sporting e do futebol mundial como o homem da máscara, o Viking do Sporting, que triunfa combatendo com golos atrás de golos o sistema corrupto implantado no futebol português há décadas. Ontem deu mais um festival de golos marcados e falhados, quando a bola lhe chega aos pés, os adeptos do verdão, levantam-se nas bancadas, enquanto uns contêm a respiração a vê-lo 'galopar' com pleno domínio da sua bela arte, outros gritam enfeitiçados e invadidos pelo turbilhão de sentimentos mágicos, de enorme entusiasmo e satisfação por verem ao vivo o seu ídolo que já marcou um lugar eterno nos seus corações. Já é uma lenda o líder actual da Bota de Ouro.
RUI SILVA - 3 - O rosto da grande exibição da equipa, é que nem foi testado uma única vez.
EDUARDO QUARESMA - 5 - Está a chegar o momento da verdade na época, o momento das grandes decisões e o nosso jovem central está também a correr em paralelo para a sua grande forma. Destacou-se em múltiplas tarefas com grande sentido técnico e guerreiro, na antecipação e na segurança do passe e transporte da bola.
OUSMANE DIOMANDE - 5 - Na sua posição defensiva original voltou a ser intratável, arrasou, mas à que continuar a insistir na melhoria das bolas paradas na área adversária, tem que conseguir provocar mais danos no adversário para se tornar um central destacado de grande capacidade mundial. Levou o 5º amarelo, que lhe garante a presença no jogo das decisões na Luz.
GONÇALO INÁCIO - 4 - Também mostrou mais confiança nas suas acções, com melhor calibragem nos passes longos, rápidos e com precisão pelo seu corredor a lançar o avançado sueco. Boa eficácia defensiva, fechando bem os espaços laterais entre linhas e nas suas costas.
MORTEN HJULMAND (Cap) - 4 - Com toda a equipa a subir de forma, agarrados uns aos outros a puxarem-se para cima, aparecendo mais soltos e leves com melhor reação na leitura dos lances. O Capitão foi igual a si próprio, absorveu todas as partes do centro do terreno onde reinou. Um deslize desnecessário, no fechar do pano da 1ª parte levou um amarelo que deveria ter evitado e que o coloca provavelmente fora dos jogos em casa com o Gil Vicente e no último com o Vitória.
ZENO DEBAST - 4 - Cada vez mais entrosado nas suas tarefas atirou-se ao jogo destemido, de peito e olhar frontais ao adversário, percebe que na velocidade de execução está o grande segredo do seu sucesso. Está ainda de algum modo em aprendizagem na sua forma de se movimentar quando a bola lhe chega pelas costas.
MAXIMILIANO ARAÚJO - 5 - Um todo o terreno, com tracção total que lhe dá total equilíbrio com a bola bem colada na bota nas acções, quando atravessa com magica pura as linhas apertadas do adversário. Dos elementos com mais "llegada", fez o 4º da noite porque estava lá quando o colega sueco isolado falhou, aproveitando com êxito a defesa de recurso do Tomás Vaclik e ainda assistiu para o primeiro do póquer do Gyokeres.
GENY CATAMO - 3.5 - A subir de rendimento, foi importante na conquista de espaços com o seu mordaz drible a fazer estragos, a provocarem chamamento de mais elementos adversários para o dobrarem e com isso a deixarem espaços vazios nas suas costas.
FRANCISCO TRINCÃO - 4 - Somou mais 2 assistências (2º e 3º golos) mas voltou a desperdiçar oportunidades de deitar as mãos à cabeça, logo aos 2' podia e devia ter feito o golo numa soberba oportunidade, falta-lhe mais audácia e imprevisibilidade na hora de atirar à baliza.
PEDRO GONÇALVES - 3 - Um Pedro ainda longe do Pote, mas que já deu alguns (poucos) sinais positivos. A teimosia pela insistência no lance que resultou no 1º golo e pouco mais conseguiu fazer, pecando sempre no mesmo problema, natural lentidão na reacção. Já foram mais 45' para recuperar o "calo" da competição.
GEOVANY QUENDA - 3 - (entrou 46') Era notório o seu enorme desgaste físico e emocional, a precisar de parar para descanso a que o treinador consentiu em dar-lhe. Ainda se apresentou algo perro nos movimentos, sem a mesma rapidez e agilidade que lhe conhecemos. Os indícios de recuperação já foram claros e estiveram presentes.
HIDEMASA MORITA - 2 - (entrou 69') - "bien venido" é o elemento dos "notáveis" que faltava e que já está de volta, veremos agora se ainda a tempo de conseguir condição competitiva suficiente de poder ajudar. Ontem naturalmente refugiou-se em tarefas mais defensivas, mais distante dos contactos físicos num momento em que necessita de recuperar a confiança.
MATHEUS REIS - 2.5 - (entrou 69') Uma entrada com o resultado já volumoso (4-0), com a equipa a esvaziar a intensidade e velocidade já em forma controladora, cumpriu mantendo a sua zona inviolável mas também ao adversário já lhe faltava atrevimento, resignado pela derrota.
CONRAD HARDER - 3 - (entrou 79') Tinha deixado no último jogo uma má imagem, egoísmo nos lances que provocaram erros infantis e que não se usam a este nível competitivo, apareceu ontem diferente, com outra atitude, mais altruísta, como elemento de uma equipa, mais eficaz a ganhar a primeira bola e com personalidade, como no lance em que ofereceu o póquer ao colega sueco.
JEREMIAH ST. JUSTE - (SEM NOTA) - (Entrou 90').
RUI BORGES - 5 - Assim desta forma mostra serviço ao mais alto nível. Preparou o jogo e a equipa de forma bem irrepreensível, soube como "picá-los" a todos pela goleada dada momentos antes pelo rival e na verdade a equipa percebeu o que tinha que fazer, todos sem excepção alguma arrancaram uma exibição de muito bom nível, foi notório que se preocuparam em fazer bem a sua parte e sem nunca tirarem o pé do acelerador. Excelente triunfo que lhe cai muito bem a todos. Otreinador nunca mais deixou de explorar as 5 substituições, fazendo-as a tempo e horas quando o jogo realmente as pede.
STUART BAXTER - 1 - Ficou perceptível que a sua estratégia era aproveitar todas as bolas paradas com incidência para o 2º poste da baliza do Sporting, mesmo com as artimanhas dos bloqueios que ficaram claros e que foram bem treinados, mas nunca incomodaram com perigo o Rui Silva que acabou como um espectador de cadeirinha. O autocarro que prometeu sempre apareceu, mas muito velho, cheio de buracos e a cair aos pedaços, impossível de conseguir resistir ao furacão GYOKERES.
MIGUEL NOGUEIRA (Árbitro) - 4 - Dirigiu bem o jogo sem grandes casos, não se percebeu o lance em que amarelou o capitão do Sporting, mas ficou a ideia que cabia ao experiente dinamarquês tê-lo evitado.
MANUEL OLIVEIRA (VAR) - 4 - Um lance único de alguma dúvida quando o Gyokeres apareceu estatelado na área boavisteira depois da disputa física de um lance, mas as imagens comprovam que a decisão de não marcar grande penalidade foi correcta.