Luís Filipe Vieira e Domingos Soares Franco - administrador da SAD -
insurgiram-se hoje contra o Sporting pelos rumores noticiosos sobre um alegado perdão da dívida a este pela banca. Típico do líder encarnado, lança a acusação e logo de seguida admite desconhecimento de causa: «dizem que poderá haver um determinado tipo de perdão:» O referido administrador encarnado foi ainda mais agressivo nas suas críticas: «É difícil entender que bancos intervencionados - BES e BCP - que são intervencionados com os nossos impostos, possam utilizar o dinheiro dos contribuintes para facilitar perdões de dívida, seja a quem for.»
Lamenta-se, sobretudo, a indecorosa intrusão dos líders benfiquistas em questões do foro interno de gestão de um outro clube, optando, ainda, por vir debater a contenda na praça pública. Isto, não obstante a muito transparente intenção em exercer pressão para extrair dividendos. Luís Filipe Vieira confirma esta tese: «Se houver perdão, tem que haver perdão para o Benfica também.» Dá para questionar a essência da «indignidade» sobre o uso do dinheiro dos contribuintes que, pelos vistos, já não será impróprio nem imoral desde que beneficie o clube da Luz.
À parte desta verborreia encarnada, não consta qualquer informação oficial do Sporting neste sentido. Salvo erro, Godinho Lopes anunciou que estava em curso uma reestruturação financeira que foi entretanto congelada pela renúncia ao mandato dos órgãos sociais do Clube. De qualquer modo e indiferente dos quês e porquês desta matéria, a sensatez e o sentido de pudor - raridades encarnadas - indicam que assuntos desta natureza, entre instituições, devem ser processadas em sigílio e preservadas no foro interno das mesmas. Além do mais, alguém deveria comunicar ao mal informado administrador da SAD benfiquista que o BES não é um banco «intervencionado com o dinheiro dos contribuintes» e que se entender conceder qualquer tipo «perdão» ao Sporting, não assume a obrigatoriedade - moral ou material - de dar satisfações ao seu clube.