Em plena campanha eleitoral, o candidato da lista A, Carlos Severino, abordou diversas temáticas no tom algo conflituoso com que já nos habituou:
«Se eu for presidente, vamos tirar a limpo tudo o que se passou com o Izmailoz. Se ficar provado que teve um comportamento lesivo do Sporting, poderamos agir judicialmente.»
Relativamente à presença e actuação de Paulo Baptista no clássico de sábado, disse o seguinte: «Isto deve-se a quem no Sporting deixou de estar atento ao poder do futebol e hipotecou o clube ao sistema. O sistema é a face oculta do negócio do futebol e tem duas cores: vermelho e azul.»
«O que se passou na tribuna (durante o jogo com o FC Porto) deve-se ao facto de os que passaram pelo Sporting não se terem desligado do sistema. A indignação de Paulo Abreu devia ser dirigida às pessoas do Sporting que têm permitido que o clube seja usado como «moço de recados».»
Carlos Severino não deixa de ter alguma razão com os seus argumentos, mas peca por tornar as questões excessivamente simplísticas e por exceder-se com o negativismo. Até admitirei que as suas intenções possam ser genuínas, mas deveria focar-se mais nos problemas internos do presente e deixar aqueles que são mais de ordem colateral para futura acção, caso venha a ser eleito presidente do Sporting. Este tipo de discurso demagógico servirá para satisfazer algumas das emoções menos latentes, mas distancia-se das múltiplas considerações directamente associadas aos superiores interesses do Clube, algo que os sócios necessitam urgentemente de ouvir para determinarem em quem depositar a sua esperança e confiança no dia 23 de Março.