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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Gosto de ler os escritos de Pedro Santos Guerreiro e respeito a sua leitura do estado das coisas, sem sempre concordar. Por vezes, tem algumas dificuldades em disfarçar as suas simpatias pelo clube de Carnide, a exemplo deste parágrafo de um recém-texto seu no Record:
«É difícil perceber porque emprestaram tanto dinheiro a clubes que ficariam falidos. Mas assim foi, o que demonstra também incompetência desses bancos. Há muitos casos perdidos, sendo o maior deles o Sporting. Por isso se fala muito de reestruturação da dívida, que é uma forma educada de dizer «perdão». E por isso Luís Filipe Vieira saiu a terreno dizendo que se o Sporting tiver perdão de dívida, o Benfica também o quer. Vieira é esperto que nem um alho e, para mais tem razão.»
Para uma pessoa culta e inteligente, simplifica uma situação que é tudo menos simples e por muito que ele pretenda ignorar, tem ramificações na sociedade portuguesa, não só no futebol. Só se é mais um daqueles que numa palavra diz que o Sporting faz falta ao futebol português e, por outra, é apologista de o deixar cair no abismo. Mas, além destes pareceres subjectivos, Pedro Santos Guerreiro deveria tomar nota dos seguintes números, que foram ligeiramente alterados pelo recém-relatório e contas, mas que eram válidos perto do final do ano:
- Empréstimos (bancos e obrigacionistas)
* SLB: 157 milhões de euros
FCP: 98 milhões de euros
SCP; 95 milhões de euros
*** Não inclui o empréstimo obrigacionista do Benfica de 80 milhões de euros a decorrer.
- Passivos SAD
* SLB: 403,7 milhões de euros
SCP: 230,6 milhões de euros
FCP: 202 milhões de euros
Depois ainda temos os activos, em que o Benfica e o FC Porto estão melhor posicionados do que o Sporting. Mas o ponto fulcral do argumento é que muito de tudo isto é assente em aparências e percepções. Se o Sporting é verdadeiramente «o maior caso perdido», desafio o autor a explicar os números do seu clube, salvo a sua actual competitividade desportiva que, mesmo sem ganhar nada, é superior à do Sporting. E, aí, reside a essência da ilusão.
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