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As candidaturas e afins

Rui Gomes, em 11.03.13

Podem-me acusar de ser parcial a José Couceiro, sou e já deixei expressa essa posição nos meus escritos de forma muito clara. Temos de assumir posições perante o que conhecemos dos candidatos e eu não me dou bem com declarações de desinteresse, para depois andar  hipocriticamente a apoiar quem é a minha real preferência com escritos finórios. Dito isto, gostaria de ver mais específicos da parte de todos quanto às medidas exactas que pretendem assumir para viabilizar a recuperação desportiva e financeira do Sporting.

A plataforma de Carlos Severino tem-se evidenciado pelas afirmações bombásticas, sucessivamente, ameaças aos dirigentes cessantes e até críticas a Jesualdo Ferreira, esquecendo ele que pela sua menor credibilidade como adminstrador, em geral, e gestor desportivo, em particular, tem muito que provar para convencer os sócios da sua competência para liderar o Clube. O candidato da lista B tem-se limitado ao que já faz há mais de dois anos: a diabolização de tudo e de todos, postura esta que obriga os outros a desperdiçar tempo e energias a responder, para não correrem o risco de consentirem as acusações pela ausência de resposta.

Assente na premissa que a recuperação financeira passa pela recuperação desportiva, sinto enorme dificuldade em compreender a composição da estrutura do futebol sob Bruno de Carvalho, começando pelo próprio, que nem um dia de currículo oferece nessa esfera de actividade. Se já há dois anos não aceitei a designação de Augusto Inacio para o cargo de administrador-geral da SAD, também agora não o aceito como dirigente. Bruno de Carvalho terá reconhecido o erro estratégico e, desta vez, recusa definir cargos e funções. Por conseguinte, sabemos que Inácio é treinador com vasta experiência mas ainda não fomos informados quanto à especificidade do que se pretende dele no futuro. Segue Virgílio Lopes; estranhei a aua nomeação porque nada consta do seu passado além de jogador, mas admiti que haveria algo que não seria do meu conhecimento. Quando questionado sobre esta exacta questão na recém-entrevista concedida ao Record, Bruno de Carvalho limitou-se a reiterar que Virgílio Lopes é um homem que «sabe, vive e respira futebol», deixando o balanço das suas habilitações à imaginação da plateia. Em resumo, depreende-se que terá aguma actividade empresarial na sua vida particular e que a sua real associação ao futebol é a carreira como jogador que deixou há 23 anos.

E, por fim, temos uma terceira muito misteriosa pessoa para a estrutura, que Bruno de Carvalho recusa nomear por ainda se encontrar em funções na Academia. Isto tem levado os curiosos a mil e uma conjecturas e também não compreendo como contribui para a validação do projecto do candidato, ficando anónimo. Em soma, o que sabemos do que Bruno de Carvalho pretende para o futebol, é uma maior aposta na formação - até um jovem do ensino primário diria o mesmo pela evidência à vista - manter Jesualdo Ferreira se este concordar com o projecto ainda não divulgado que lhe será apresentado - criar um departamento à parte para a preparação física dos jogadores, proposição de mérito discutível - e atrair investimento sem o investidor assumir posição maioritária na SAD, algo que escapa o escopo da realidade sendo esse investimento substancial. Tudo isto sob o comando de um homem que não tem e nunca teve o mínimo de ligação à modalidade, desporto e indústria. Se eu estivesse indeciso quanto à minha preferência, Bruno de Carvalho teria de recorrer a argumentos muito mais fortes e concretos para me convencer.

 

publicado às 12:56

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2 comentários

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De Lionheart a 11.03.2013 às 13:54

O que Bruno de Carvalho quer é basicamente que lhe dêem um cheque em branco e há gente disposta a isso, por causa do que outros fizeram antes. Desta vez a sua candidatura ainda é mais vaga que em 2011. Ele acha que está à frente nas intenções de voto (sei que não está, mas isso agora não interessa) e que por isso quanto menos disser melhor, para não ser confrontado durante a campanha eleitoral, nem lhe peçam contas depois de eleito. Num dia diz que manda nos bancos, noutro dia diz que já falou com eles e que estão em sintonia. Enfim, diz o que for conveniente, uma mão cheia de nada. Assim é fácil. Para quem não tem reputação fora disto, lógicamente.

Fala-se no Inácio e no Virgílio, mas não se diz o que estes vão fazer. Nada diz sobre o futuro próximo do futebol a não ser sobre essa treta da preparação física. Quanto a investidores também não diz nada (aqui não é o único) mas quando é obrigado a aprofundar o tema, nota-se que pouco pesca da matéria. Tem o Severino a mandar bojardas para acicatar ânimos e gerar voto de protesto, de modo a ocupar tempo de antena, e para que, mais uma vez, não seja obrigado a falar muito e o Sporting lhe caia no colo. Tal e qual como o poder político tantas vezes muda neste país, não é?

Rui, isto é fraquíssimo. Quase que aposto que se este ganhar vamos ter o Virgílio a director desportivo e o Inácio como treinador na próxima época. Desta vez não há Van Basten (nem nunca haveria...) e o Jesus não vai nisto, nem que ele seja eleito. Que pobreza...
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De Rui Gomes a 11.03.2013 às 14:57

Caro Lionheart, não posso deixar de concordar com a sua leitura da situação. Também já pensei nesse cenário de Inácio como treinador, pela ausência da definição de funções e pela forte probabilidade de Jesualdo Ferreira não consenter trabalhar com Bruno de Carvalho.

Quanto a investidores, não surpreende, porque não vejo nenhuma pessoa sensata a avançar com fundos substanciais sem primeiro avaliar a nova liderança no active. Qualquer outro curso não faz sentido. Suspeito, no entanto, sem haver algo escrito em pedra, que José Couceiro já terá alguma plausível opção neste quadrante, porque não o vejo avançar sem ela.

A campanha de BdC obedece a uma estratégia finória, de facto, assente no pensamento que como «eu fui a alternativa em 2011 e quem foi eleito falhou, agora é a minha vez», mesmo sem currículo nem medidas definidas. Por conseguinte, «não preciso de dizer muito» para não ser obrigado a explicar o que não sabe e o que não pode.

SL

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