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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Podem-me acusar de ser parcial a José Couceiro, sou e já deixei expressa essa posição nos meus escritos de forma muito clara. Temos de assumir posições perante o que conhecemos dos candidatos e eu não me dou bem com declarações de desinteresse, para depois andar hipocriticamente a apoiar quem é a minha real preferência com escritos finórios. Dito isto, gostaria de ver mais específicos da parte de todos quanto às medidas exactas que pretendem assumir para viabilizar a recuperação desportiva e financeira do Sporting.
A plataforma de Carlos Severino tem-se evidenciado pelas afirmações bombásticas, sucessivamente, ameaças aos dirigentes cessantes e até críticas a Jesualdo Ferreira, esquecendo ele que pela sua menor credibilidade como adminstrador, em geral, e gestor desportivo, em particular, tem muito que provar para convencer os sócios da sua competência para liderar o Clube. O candidato da lista B tem-se limitado ao que já faz há mais de dois anos: a diabolização de tudo e de todos, postura esta que obriga os outros a desperdiçar tempo e energias a responder, para não correrem o risco de consentirem as acusações pela ausência de resposta.
Assente na premissa que a recuperação financeira passa pela recuperação desportiva, sinto enorme dificuldade em compreender a composição da estrutura do futebol sob Bruno de Carvalho, começando pelo próprio, que nem um dia de currículo oferece nessa esfera de actividade. Se já há dois anos não aceitei a designação de Augusto Inacio para o cargo de administrador-geral da SAD, também agora não o aceito como dirigente. Bruno de Carvalho terá reconhecido o erro estratégico e, desta vez, recusa definir cargos e funções. Por conseguinte, sabemos que Inácio é treinador com vasta experiência mas ainda não fomos informados quanto à especificidade do que se pretende dele no futuro. Segue Virgílio Lopes; estranhei a aua nomeação porque nada consta do seu passado além de jogador, mas admiti que haveria algo que não seria do meu conhecimento. Quando questionado sobre esta exacta questão na recém-entrevista concedida ao Record, Bruno de Carvalho limitou-se a reiterar que Virgílio Lopes é um homem que «sabe, vive e respira futebol», deixando o balanço das suas habilitações à imaginação da plateia. Em resumo, depreende-se que terá aguma actividade empresarial na sua vida particular e que a sua real associação ao futebol é a carreira como jogador que deixou há 23 anos.
E, por fim, temos uma terceira muito misteriosa pessoa para a estrutura, que Bruno de Carvalho recusa nomear por ainda se encontrar em funções na Academia. Isto tem levado os curiosos a mil e uma conjecturas e também não compreendo como contribui para a validação do projecto do candidato, ficando anónimo. Em soma, o que sabemos do que Bruno de Carvalho pretende para o futebol, é uma maior aposta na formação - até um jovem do ensino primário diria o mesmo pela evidência à vista - manter Jesualdo Ferreira se este concordar com o projecto ainda não divulgado que lhe será apresentado - criar um departamento à parte para a preparação física dos jogadores, proposição de mérito discutível - e atrair investimento sem o investidor assumir posição maioritária na SAD, algo que escapa o escopo da realidade sendo esse investimento substancial. Tudo isto sob o comando de um homem que não tem e nunca teve o mínimo de ligação à modalidade, desporto e indústria. Se eu estivesse indeciso quanto à minha preferência, Bruno de Carvalho teria de recorrer a argumentos muito mais fortes e concretos para me convencer.
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