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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Não, o título do post não se refere à muito provável para breve confirmação que Bruno de Carvalho será o 42.º presidente do Sporting, mas sim, se com o passar dos dias, irei começar a sentir o mesmo que me levou a virar as costas à equipa desportiva que cheguei a idolatrar tanto como o Sporting, durante mais de 40 anos. O «Toronto Maple Leafs» é um clube histórico do hóquei no gelo, o mais rico de todos na «National Hockey League» (NHL), com um valor acima de dois mil milhões de dólares americanos, excluindo património e afins. Aqui não existem dívidas, passivo ou qualquer tipo de impedimentos materiais, é somente chegar ao fim da época e confirmar o número exacto do lucro, em milhões. Dito isto, já não ganha o tíltulo desde 1967, meros 46 anos e até já há três ou quatro consecutivos que nem sequer chega à fase dos «play-offs». A minha devoção era de tal formada profunda, que passados tantos anos ainda consigo citar, de memória, quase todos os elementos da equipa campeã de 1967. Perante toda esta ingrata realidade, comecei a notar os meus sentimentos pelo clube a desaparecer gradualmente, até à exaustão completa. Abdiquei dos meus lugares de época - custam muitos milhares de dólares - e, actualmente, existe uma lista de espera de 20 anos, repito, 20 anos. A lotação do estádio - cerca de 22 mil lugares, mais camarotes - está sempre esgotada, jogo após jogo, época após época. Quem desejar assistir a um desafio, terá de recorrer ao super inflacionado mercado negro ou ter uma amizade que tenha a gentileza de disponibilizar o seu lugar. Não me recordo do último jogo que vi do Maple Leafs, ao vivo ou na televisão - não há um único jogo que não seja transmitido - tantos anos já passaram.
Tudo isto a propósito do resultado eleitoral do Sporting, em que uma maioria decidiu entregar o comando a uma pessoa que não é digno dele e que eu nunca conseguirei respeitar, pela sua indecorosa conduta ao longo destes últimos dois anos e por ser, para mim, sem carácter e credibilidade. Nunca considerei José Couceiro a escolha ideal, mas sim a melhor entre as três disponíveis. No entanto, considero-o uma pessoa de carácter, com dignidade e competência suficiente para merecer o meu respeito e uma oportunidade para demonstrar a sua mais-valia em prol do Sporting. Aparentemente, um número suficientemente grande de sportinguistas não entendeu assim e espero, para o futuro do Sporting, que tenham razão.
Por outro lado, sinto imensas dúvidas que o clima de guerra em torno do Sporting irá deparecer milagrosamente, só porque o seu principal guerreador, com o seu objectivo fulcral realizado, vai deixar de guerrear de fora para dentro. Isto, sem evocar os seus associados da Mesa da Assembleia Geral e outros. Continuará a existir muita insatisfação no universo leonino e, como sempre, muito dependerá dos resultados desportivos. Continuo a não ter uma pequena visão da futura estrutura da SAD e do futebol, sob a liderança das pessoas que se conhecem. Resta saber se Jesualdo Ferreira aceitará trabalhar com a nova Direcção, mas nada me surpreenderá ver Augusto Inácio no comando técnico da equipa. Muito mais há para dizer, mas por agora ficamos assim.
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