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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Muito embora os detalhes do recém-acordo com a Banca ainda não sejam conhecidos, tudo indica que o futebol do Sporting para a próxima época - salvo pela intervenção de investidores - terá de se sujeitar a um orçamento muito reduzido que implicará cortes significativos no plantel, além da realização de mais-valias no valor de 10 milhões de euros no verão, através de rescisões e acordos com jogadores e até funcionários. Admite-se, ainda, a transferência de alguns dos activos com maior procura no mercado. Sendo mera conjectura, por enquanto, está previsto que o próximo orçamento do Sporting será inferior a 20 milhões de euros, comparados aos do Benfica e do FC Porto que andam entre os 75 e 100 milhões de euros e o do SC Braga que ronda os 15 mlhões.
A incómoda realidade do momento, é que as receitas do Sporting são muito inferiores às dos seus mais directos rivais: na época de 2010/11, o Sporting realizou proveitos operacionais de 40,8 milhões de euros, comparados aos 72,2 milhões do FC Porto e aos 91,2 milhões do Benfica.
Muito embora o Sporting já tenha melhorado as suas receitas desde 2010, continua em vincada inferioridade, com menos bilheteira: 8,8 milhões de euros, FC Porto: 10,6 milhões e Benfica: 16,1 milhões - patrocínios e publicidade de 7,7 milhões de euros, FC Porto: 13,2 milhões e Benfica: 17 milhões. As diferenças em relação a quotização, merchandising e prémios em competições europeias também são significativas.
No outro lado da moeda, o Sporting, pela aposta risco no futebol, aumentou os custos com activos entre 2009/2010 e 2010/2011 de 23,2 milhões para 42,5 milhões de euros, significando isto que a soma dos salários para atletas, técnicos e outros é superior ao total das receitas. O passivo da Sporting SAD é de 220 milhões de euros, que abrange as dívidas ao clube e 95,6 milhões de euros à banca. O saldo dos capitais próprios é negativo, 75,6 milhões de euros, comparados com os 14,2 milhões de Benfica e 12,7 milhões do FC Porto.
Conclusão final: o Sporting vai ter de «apertar o cinto» por todos os meios possíveis e, mais ainda, se os prometidos investidores não surgirem num futuro muito próximo. As exactas implicações relativamente à competitividade desportiva - e respectivos resultados - só o passar do tempo esclarecerá mas, confirmando-se estes números, irá ser impossível ao Sporting aspirar a um nível competitivo compatível com a sua histórica grandiosidade e fica ainda por esclarecer qual o impacto nos escalões de formação.
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