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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Mesmo admitindo as suas boas intenções - contenda ao critério de cada um - lamento que o presidente Bruno de Carvalho insista no discurso eleitoralista quando o acto eleitoral já faz parte do passado, e se durante essa campanha não falou a verdade e toda a verdade, agora é a altura de o fazer, sem contornos nem vacilações. O querer «moralizar as tropas» é louvável, mas é recomendável que abandone o tipo de expressões que levam os ouvintes e os leitores a pensar que se dirige a uma plateia infantil.
A frase cuidadosamente mensurada: "Temos de trabalhar mais e melhor" é perfeitamente aceitável; "temos de trabalhar 24 horas por dia, sempre com a cultura da exigência que sempre dissemos que íamos impor" já peca pelo extremo eleitoralista e "A mim pouco interessa quem aperece nas primeiras páginas dos jornais. Interessa-me sim que fiquem no Sporting os que entenderem o que é o Sporting e quem perceba que estar no Sporting é um orgulho e não uma fonte de riqueza no final do ano", em referência aos atletas profissionais, penetra a esfera demagógica ao ponto de fantasia total.
Sejamos claros e realistas de uma vez por todas; hoje, mais do que nunca, o futebol indústria reina supremo sobre o futebol desporto e quem não entender essa disposição não se deve envolver na gestão profissional da modalidade. O máximo que se pode esperar do atleta da actualidade é o reconhecimento que lhe foi viabilizada uma enorme oportunidade num clube histórico de dimensão mundial, carácter e disciplina como homem e incondicional profissionalismo como jogador de futebol. É completamente ingénuo pensar que o jovens da formação não aspiram a patamares superiores, especialmente ao que concerne contratos milionários nos emblemas mais potentes do mundo. O objectivo - assente na realidade do Sporting - é extrair o máximo de retorno desportivo e financeiro dos mais talentosos a fim de justificar o investimento monetário e de recursos humanos com a sua formação e, pela mesma via, melhorar as condições de existência do Clube. O "amor à camisola" é uma consideração do passado que não tem lugar hoje. Por isso, vamos exigir empenho, dedicação e profissionalismo e tomar as medidas necessárias para salvaguardar os interesses do Sporting. Tão simples, e complicado, como isso.
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