De Augusto Inácio a 10.05.2013 às 08:00
O Augusto Inácio deixou bem claro que com este presidente, não será treinador do Sporting, não foi para isso que se candidatou.
Podemos é colocar a questão de outra maneira: tirando Carlos Janela, onde é que estará agora, quem mais, sendo português, tem perfil e competência reconhecidas para ser o homem-forte do futebol leonino? Postulando que Carlos Janela poderia ocupar o lugar. José Couceiro inviabilizou-se para todos os efeitos.
Como bem atalhou o autor deste blog, em Portugal não há tradição no que diz respeito aos "managers" do futebol... o mais perto que se poderia conseguir seria por um processo semelhante ao utilizado pelas empresas de "head-hunting" procurar no mercado de trabalho indivíduos com características e historial profissional que de certo modo encaixassem no perfil e requisitos a prencher para as diversas funções de uma SAD.
No Reino Unido a solução acaba por passar por duas ou três pessoas, o "manager", treinador com poderes alargados, e o "quadro superior" do clube, que tem a seu cargo mais a parte financeira que a parte técnica.
O problema é que num clube como o Sporting, e no estado em que está, aos anos que se assiste a saídas e a entradas e não há meio de se criar uma estrutura mais ou menos resistente aos actos eleitorais... Pinto da Costa e LFV mais recentemente conseguiram-no, porque na prática, fizeram do futebol o seu modo de vida, mais o primeiro que o segundo, uma vez que o actual presidente do Benfica mantêm diversos negócios fora do futebol. Lá está, vitórias, dentro e fora do campo.
Infelizmente, onde BdC está a falhar por completo é na comunicação e na estratégia. Depois do que aconteceu na Luz, perdeu a soberana oportunidade de colocar o Sporting na agenda mediática por bons motivos, desviando as atenções de tudo o que negativo se possa apontar a si. Parece claro que a Young Network não sabe de História... Pinto da Costa, Mestre Pedroto, "Special One"...
Fazendo cavalo de batalha, colocando o país desportivo a ferro e fogo, incendiando o meio futebolístico, permitia-lhe ter maior apoio dos sócios e dos adeptos, criar maior pressão na arbitragem, mesmo que com isso a reacção imediata fosse um continuar da hostilidade prejudicial que se viu personalizada na última actuação de João Capela...
Ao querer ser brando e sereno, Bruno de Carvalho arrisca-se a ficar sem nada dentro de pouco tempo... Verdade seja dita, não faz parte do actual ADN elegermos presidentes guerreiros e combativos, somos mais de lesmas e carneiradas... Somos comidos por parvos e parece que até gostamos, por nos considerarmos "diferentes". Depois como queremos que nos respeitem, em especial pelas gentes do Norte, tão habituadas que estão a lutar?