Por muito que o nome de José Mourinho esteja na ribalta do jornalismo desportivo internacional como o melhor e lógico sucessor de Sir Alex Ferguson para a liderança técnica do Manchester United, o meu palpite recai sobre David Moyes, o escocês de 50 anos que orienta o Everton há uma década. Entendo que a prioridade da directoria dos "Red Devils" é preservar a linha de comando que Sir Alex registou durante 26 anos e não um tipo de revolução na condução da equipa que inevitalmente surgiria pelas mãos do técnico português.
Desde 1892 - ano em que foi lavrado o primeiro registo oficial - o clube de Manchester ainda só teve 19 treinadores: 12 ingleses, 6 escoceses e um irlandês. Considerando este historial e a cultura do emblema, nada indica que haja vontade ou disposição para quebrar esta tradição. É bem conhecido que Sir Alex e José Mourinho são bons amigos e o palmarés de David Moyes é incomparável com o do português, mas as raízes e a personalidade irão favorecer o escocês. Como já indiquei em alguns comentários, a única dúvida que sinto, e é apenas uma pequena dúvida, relaciona-se com a família Glazer - os irmãos Joel e Avram e o patriarca Malcom - proprietários do clube. Isto, porque é registo público que após o seu enorme investimento em adquirir o emblema, eles têm vindo a extrair o máximo de retorno possível e é bem sabido que por onde José Mourinho passa as receitas dos seus clubes acusam uma ascenção significativa. Durante os seus três anos no Real Madrid, este ultrapassou o recorde de receitas pela participação na "Champions" e, em geral, o clube vai este ano atingir, pela primeira vez na sua história, 500 milhões de euros de rendimento. Não obstante a tradição, estes números são dificeis de ignorar. Assente neste mesmo palpite meu, diria, até, que José Morinho já foi informado da escolha pelo seu amigo e que o seu destino será o Chelsea, muito embora conste que ainda não existe um acordo formal.