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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O título do post é o titulo do artigo de opinião da autoria de Pedro Santos Guerreiro - jornal "Record" - que provocou o comunicado crítico do presidente do Sporting:
«A reestruturação financeira do Sporting é inteligente, opaca, inclui um perdão de dívida e evitou cenários radicais de recuperação ou insolvência. Agora, basta comparar com Portugal: o Sporting está intervencionado. Está sujeito a uma "troika": BCP, BES e Álvaro Sobrinho.
A "troika" são os credores. O Passos de Coelho da história é Bruno de Carvalho, a quem falta ainda um Vítor Gaspar, que há de ser apontado pelos bancos. Também o Sporting terá de cumprir limites impostos pelos credores, de custos, vendas e compras de jogadores, e de contas operacionais. Mas, ao contrário de Portugal, o plano do Sporting não tem data de saída. E desconhecem-se muitos detalhes, o que a transparência desaconselha, porque a SAD tem investidores e o clube tem associados. E porque os outros clubes têm direito a saber. Há um perdão de dívida bancária disfarçado neste processo. De quanto ?
Os investidores angolanos (Álvaro Sobrinho e amigos) não injectam dinheiro, convertem dívida em capital. Essa dívida terá sido contraída em Fevereiro com Godinho, estava o Sporting desesperado para pagar salários. Sobrinho emprestou, contra garantias dos passes de jogadores. E agora aceitou converter essa dívida em acções do Sporting, assumindo risco. Foi Sobrinho quem fez um favor ao Sporting, não o contrário.
Segue-se um investimento de quase 19 milhões de "históricos" do Sporting, encabeçados por José Maria Ricciardi e Sikander Sattar. Ironicamente, o clube "Stromp", que esteve com Bettencourt e com Godinho, e que Bruno de Carvalho tanto criticara, é de novo aliado.
A factura financeira cai. Fic a faltar o que sempre faltou nas reestruturações anteriores: liderança desportiva e boa gestão. Mas o clube pode agradecer mais esta oportunidade. Afinal, o leão é um felino. Como o gato, tem sete vidas. Esta é a sétima.»
Observação: Não me sinto apto a ajuizar o que o presidente do Sporting considerou de mais grave neste escrito. Sem dúvida que é deselegante para com o Sporting e, de certo modo, para com a sua pessoa, mas por falta de dados não nos é possível determinar a especificidade das "mentiras graves" aludidas por Bruno de Carvalho no comunicado. Se o presidente tivesse elaborado um pouco mais, seria possível, porventura, compreender melhor onde o autor "revela incompreensão e incapacidade de correcta análise". A referência a uma "troika" por Pedro Santos Guerreiro não prestigia o Sporting, sem dúvida, mas o estado actual das coisas torna o Clube vulnerável a essa interpretação extrema. Já a referência a um "perdão" ou a um "perdão disfarçado" só o Conselho Directivo do Sporting e a própria Banca poderão esclarecer. Neste contexto, pode muito bem existir uma intenção deliberada do autor em colocar pressão no Sporting e na Banca e alertar clubes rivais, a exemplo da reacção pública de Luís Filipe Vieira de há uns tempos atrás sobre esta exacta consideração. Neste e em outros contextos, concordo, na integra, com a afirmação do presidente: "Num mundo muito condicionado pela comunicação social, o difícil é provar que visibilidade é sinónimo de competência."
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