Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O eng. Tomás Aires - vice-presidente do Sporting entre 1989 e 1995 - deu uma entrevista há dias deveras refrescante, pela forma objectiva e construtiva que analisou - e criticou - todos aspectos da gestão do Clube de há uns tempos a esta parte. As suas considerações não serão recebidas com concordância absoluta, mas é por de mais evidente que se baseiam nos seus conhecimentos pessoais e na sua experiência em co-superintender os destinos do Clube durante vários anos. Nesta ocasião, torna-se pertinente salientar algumas das suas mais incisivas observações:
- «Desde 1995 que o Sporting tem um regime «monárquico», com nomeações, indigitações, cooptações para posteriores ratificações, que tem vindo a agravar a situação financeira do Clube. Na minha opinião, isso resulta de total ausência de um projecto desportivo.»
- «Aquilo que o famigerado «Project Fiance» criou para que o Clube fosse sustentável mesmo que a bola batesse na trave é que pode eventualmente acabar. Foi essa gestão com um nome tão bonito, elogiada e aconselhada até à exaustão por conhecidos cronistas, que conduziu à situação actual.»
- «O Clube sempre teve investidores (os bancos e outras entidades - que são a «troika» do Sporting), o problema é que os financiamentos concedidos pela Banca e as receitas de vendas antecipadas foram mal aplicados, não houve retorno. Há muitos anos que em vez de se falar de jogadores, vitórias e títulos, se fala em activos, passivos, juros, etc...agora são os fundos e potenciais investidores.»
- «Em janeiro eu disse que era necessário investir mais e melhor na equipa de futebol, mas é evidente que os resultados até agora obtidos nos levam a concluir que os investimentos não terão sido os mais acertados.»
- «Quando se candidatou, Godinho Lopes escolheu quem o deveria acompanhar. Uns por um motivo, outros por outro, foram sendo substituídos, pelo que a equipa directiva actual já nada tem a ver com a que iniciou o mandato. Estamos numa nova fase e temos de acreditar que se abriu um novo ciclo, que vai permitir a recuperação do tempo e do dinheiro perdido.»
- «O mandato até agora não tem sido positivo, mas era o que faltava que a direcção de um clube com a dimensão do Sporting se demitisse por causa do resultado de um jogo de futebol, seja com o Benfica ou qualquer outro.»
- «O Sporting precisa de paz e sossego e considero que Godinho Lopes deve terminar o seu mandato, que acaba em 2014. Eleições antecipadas não me parece que sejam benéficas para o Clube.»
- «Caso se deia essa eventualidade, falarei com algumas pessoas que me têm incentivado a assumir a candidatura e depois tomarei a decisão que a minha consciência ditar. O Sporting é demasiado importante na minha vida para eu recusar liminarmente esse honroso desafio.»
Uma manifestação de pareceres que contrasta radicalmente com a demagogia populista das vozes ruídosas que se fazem ouvir há muitos meses e que ainda hoje perseguem o oportunismo como o rato persegue o queijo, sem carácter nem dignidade.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.