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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Dando seguimento ao prévio post, sinto alguma dificuldade em equacionar, no contexto Sporting, uma das considerações evocadas pelo eng. Tomás Aires, ao que concerne o que ele entende que deve ser o modelo desportivo do Clube, centrado na formação nos moldes gestionados pelo Barcelona. Isto, porque a realidade entre os dois emblemas difere significativamente e muito embora ambos sejam reconhecidos pela qualidade da sua formação, o clube da Catalunha possui meios financeiros muito superiores para complementar a mesma, tanto quanto ao marketing de jogadores como relativamente à sua introdução e eventual produtividade na equipa principal. Concordo com a sua visão de que o projecto global Sporting deve ser assente em jogadores, vitórias e títulos e menos em activos, passivos, juros, fundos e outras questões do género, fundamentalmente porque é o produto de base - o futebol - que dispensa os meios para tudo o resto. Aparenta ainda existir alguma incompreenção que não é a formação que tem falhado, em contrário, mas sim a equipa principal. Os jogadores formados só poderão ser rentabilizados, desportiva e financeiramente, com a equipa principal a competir pelo título com regularidade, a conquistar o mesmo com maior frequência e com presença constante nas competições europeias, designadamente a «Champions». Não é lógico esperar - nem acontece mesmo - que um jovem, por muito talentoso que seja, possa continuar com a sua evolução e vir a realizar o seu potencial numa equipa sénior pouco competitiva ou medíocre.
Regressando ao aparato do Barcelona, não pode passar despercebido de que apesar da sua reconhecida «cantera», o clube complementa a equipa principal com talentos adquiridos a «peso do ouro», algo que é impossível ao Sporting. Num cenário ideal ,a exemplo do que é feito pelo Barça, o Sporting preservaria os melhores talentos do seu plantel sénior actual, promoveria os melhores da equipa B, mediante as posições com maior necessidade de reforço e, então, iria ao mercado adquirir jogadores de elevado nível técnico e atlético, com a já comprovada capacidade para fazer a diferença, mas a troco de $$$$ milhões.
Pela sensação do plantel que milita em Camp Nou em anos mais recentes, vejamos esta componente da sua real actualidade, relativamente a jogadores oriundos do mercado e não da sua formação: David Villa custou 40 milhões de euros, Javier Mascherano 24 milhões, Alexis Sanchez 26 milhões mais 11 em objectivos, Daniel Alves 23 milhões mais objectivos, Alex Song 15 milhões, Èric Abidal 15 milhões e até Cesc Fàbregas, formado no clube mas readquirido ao Arsenal por 29 milhões de euros mais objectivos. O que temos é um investimento adicional de aproximadamente 200 milhões - sem sequer evocar os seus elevadíssimos salários - para reforçar todos aqueles oriundos da formação, os casos de Messi, Xavi, Iniesta e companhia.
Na generalidade, o plano é atractivo mas mais fácil de idealizar do que concretizar. A única possibilidade de sucesso relaciona-se, porventura, com o modelo do Barcelona mas a um nível muito mais modesto e menos ambicioso, permitindo a desejada competitividade com regularidade e acesso às provas europeias.
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