Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Embora esta "novela" já se tenha tornado algo fastidiosa, é por de mais evidente que é o preeminente ponto de discussão entre sportinguistas, pelo valor do jovem talento e, sobretudo, pelos relevantes interesses do Sporting.
Começando por reconhecer que o caso não foi acautelado atempadamente pela anterior administração da SAD, nomeadamente a partir de Novembro ou Dezembro de 2012, a primeira data possível mediante o seu 18.º aniversário a 24 de Outubro e as regras da FIFA nesse sentido, a resolução do mesmo acabou por cair nas mãos da nova Administração antes do começo do Mundial de sub-20. Porventura pela novidade que este processamento representa e pelo entretanto "braço de ferro" assumido com o agente Pini Zahavi, a SAD entendeu que não queria ou não podia aceder às exigências então sobre a mesa. Dá para compreender que terá sido um erro de cálculo, porque pela montra que o Campeonato do Mundo representa, à partida, e a sua subsequente "performance" na prova, a contenda tornou-se muito mais problemática. Até se compreende a posição do Sporting, além dos condicionantes financeiros - a interpretar bem as afirmações então proferidas - em não querer estabelecer um precedente tão perigoso em relação a negociações com jogadores tão jovens, mas pelo talento excepcional que Bruma representa, a excepção à regra deveria ter sido assumida.
Estamos agora perante um cenário com opções limitadas e, a bem dizer, muito dependente da vontade do atleta: ou renova com melhoramento salarial substancial e, porventura, prémios, ou não renova e chegando a Janeiro ficará livre para negociar com qualquer clube, visando a sua saída em Junho,a custo zero. Por seu lado, o Sporting ou aceita a melhor oferta que surgir agora do exterior ou, então, terá que definir se continuará a promover um jogador que, para todos os efeitos, já não é seu, e cujo retorno limitar-se-á aos direitos de formação.
Está à vista que um acordo dependerá, em grande parte, do reconhecimento do jogador de que a sua continuidade no Sporting, pelo menos por mais uma época ou duas, sob novo contrato, lhe será significativamente benéfica, tanto desportiva como contratualmente, partindo do princípio que continuará a evoluir onde essa dimensão melhor poderá ser assegurada. Daí, o inevitável acréscimo de valorização que o colocará num mercado futuro em termos muito mais vantajosos e, claro, também o Sporting.
A inteligência irmanada com a força de vontade e com a esperança produz uma ideia e, com ela, uma resolução. Esperamos que assim seja.
* Artigo escrito para publicação no jornal "Sporting".
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.