Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Pasma-me alguns denominados especialistas em Direito desportivo - e sublinho "alguns" - que surgem na praça pública a opinar sempre que um caso potencialmente polémico, no foro judicial, dá sinais de vida. No caso de Bruma, surgiu esta sexta-feira João Nogueira da Silva a declarar:
«A FIFA é incompetente para apreciar o caso. O jogador e o clube são portugueses e o eventual órgão competente da FIFA reconhece a Comissão Arbitral Paritária portuguesa. Prevejo um prazo de 40 dias para a resolução do caso e Bruma só poderá ser inscrito noutro clube depois da apreciação da justa causa. Poderá voltar ao Sporting, mas só por mútuo acordo, porque, neste momento, o contrato terminou.»
Até poderá ter razão, mas o que mais exaspera é que faz as asserções e não explica o raciocínio que o levou às mesmas. Primeiro, afirmar que a FIFA "é incompetente" apenas por reconhecer o órgão da Liga Portuguesa de Futebol, tem muito que se lhe diga, já que o diferendo é assente precisamente nas regras da FIFA. Segundo, cita como causa o facto do jogador e do clube serem portugueses. E se o jogador fosse espanhol, francês ou argentino, quem é que teria então competência ?... Terceiro, pela informação disponível, o processo judicial deu entrada em tribunal e não em um órgão da Liga, por conseguinte, para chegar a essa instância terá de haver, primeiro, o parecer da respectiva autoridade.
Com tudo isto, opinei logo ao primeiro minuto que o tribunal não é competente pela matéria exclusiva do foro desportivo e, parece-me a mim que a autoridade totalmente competente é precisamente a FIFA. Pessoalmente, não confiaria a qualquer órgão da Liga a decisão sobre o dia da semana, muito menos um caso desta complexa natureza. Mas isto sou eu, que olho cinicamente para as autoridades desportivas portuguesas com enorme desconfiança, pelos inúmeros precedentes de registo.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.