De Anónimo a 24.08.2013 às 09:34
O presidente do SCP repetiu várias vezes que o erro da gestão GL foi deixar o jogador subir e ganhar importância na equipa principal antes de o prender com um contrato mais longo.
Está claro que o ponto de não retorno foi esse: o Bruma passou a ser um titular do SCP com apenas um ano de contrato, e os seus representantes viram numa transferência livre a grande chance de ganharem um saco de notas.
Estou convencido, e as declarações do presidente confirmam-no, que a partir de Janeiro/Fevereiro ninguém mais no SCP conseguiria renovar contrato nenhum, porque a intenção deixou de ser uma progressão de carreira sustentada e passou a ser o jackpot mais proveitoso para os representantes.
Concordo no essencial, mas já há algum tempo que me perturba uma consideração : quantos de contrato é necessário um jogador ter para poder jogar ?
Temos o diferendo com Ilori que tem contrato até 2015 e agora o promissor Nii Plange que fez toda a pré-época com a equipa principal nem na Liga foi inscrito, sem razão aparente, salvo, por coincidência, ter contrato até 2015.
Compreendo, em parte, ligar os jogadores a contratos de 4/5/6 anos, mas como já tive ocasião de dizer, é uma faca de dois gumes, porque é razoável esperar que entre 15 ou 20, apenas 2 ou 3 chegarão à equipa principal.
De Anónimo a 24.08.2013 às 11:18
Tem sentido a questão, mas penso que não terá uma resposta única, dependerá de critérios de gestão do activo em concreto.
Suponho que terá a ver com a idade do atleta, a fase de evolução técnica, táctica e física, o papel que se antecipa que irá ter na equipa, o ritmo estimado da sua progressão futura, até os potenciais jogadores que o clube possa ter a médio prazo para o substituir após uma eventual transferência.
Seja como for, diria que, à partida, uma transferência negociada a um ano do fim do contrato será sempre menos favorável que a dois ou três, pelo que me parece correcto o princípio de não avançar na valorização de um jogador na equipa principal sem pelo menos 3 anos de contrato pela frente.
Para além disto há a parte remuneratória. Parece-me muito perigoso deixar um jogador ganhar um estatuto desportivo relevante sem que exista um contrato com mecanismos aptos a reflectir financeiramente esse estatuto, à medida que for sendo adquirido.
Dia após dia o jogador sentirá a progressiva divergência entre o que dá desportivamente e o que recebe financeiramente, sentir-se-á penalizado face a outros colegas em que essa divergência é inversa (o que pensará um William ou um Wilson de um Labyad?), e isso criará um clima de insatisfação que depois ajuda a dificultar as renovações dos contratos.
Basta lembrar os casos de Figo e Peixe, que o Sporting permitiu que chegassem a titulares absolutos e internacionais A ao mesmo tempo que lhes pagava ordenados de juniores, com o resultado que se conhece.
Tudo bem, mas algumas comparações não são realísticas. William , José ou o Pedro não têm de se preocupar com o Labyad , até porque cá fora, pela desinformação à conveniência que tem circulado, ninguém sabe ao certo o seu salário. Numa equipa sempre houve e sempre haverá variáveis.
O Fernando Torres quando chegou ao Chelsea como um dos melhores goleadores do futebol, decerto que não mereceu dúvidas pelo seu elevado salário. Desde então, que não tem produzido ao nível esperado, os seus colegas já vão andar preocupados com o seu salário ?... É uma contenda que faz parte natural da indústria.
Concordo que no último ano de contrato tem de se tomar determinadas medidas, mas muito do resto é subjectivo, pelos variáveis.
O que dirá uma Direcção daqui a dois ou três anos quando se vir confrontada com 10 ou 12 contratos de longo prazo dos formados que não atingiram o nível esperado e que terão de ser colocados fora por empréstimo, transferência, etc., e, entretanto, a folha salarial a contabilizar.
Não estou em desacordo com a actual política, mas detesto ver a bancada simplificar uma situação tão complexa, muitos só por ser através das acções do "Bruno" que chegou há dois dias ao futebol e ainda tem léguas por aprender.
Claro que é perigoso deixar um jogador ganhar um estatuto desportivo relevante sem a situação estar precavida, mas muitas vezes isso surge inesperadamente, já que é impossível antecipar a evolução de todos os jogadores com exactidão. Um jovem que milita na equipa B ainda com contrato de 2 anos é chamado à equipa principal para dois ou três jogos e, inesperadamente, faz excelentes exibições que potencialmente precipitam interesse do exterior. Qual é a solução ? Deixar de o jogar pelo "perigo" ou ir logo a correr renovar por mais 4 ou 5 anos. E se aqueles jogos que ele fez são enganadores ?
Tudo matéria muito complexa.
De jose a 26.08.2013 às 16:39
Do que posso inferir das ideias do BC, o que aconteceu com o Fgo e Peixe, se bem que o peixe virou a flop, não irá acontecer. Os novos contratos, o salário é progessivo em função do sucesso desportivo do jogador, se chegar a titular da selecção A, seguramente que passará a ter um salário muito bom, acredito que se for avançado, poderá estar próximo do tecto salarial, 1M, por outro lado se o clube lhe oferecer 10% do passe, a media que que se valoriza, ganhará mais com a transferência.
Sinceramente, acho a forma mais equilibrada, para defender o jogador e o clube.
Como disse e muito bem, um jogador jovem com salário baixo e que de repente tem sucesso, na lógica salarial antiga, continuaria a ganhar o mesmo salário o que gera alguma frustração.
O único problema com a sua consideração caro José é que não se sabe ao certo as condições contratuais oferecidas aos jogadores que renovaram recentemente. Eu também não sei, mas calculo que sejam relativamente modestas pelas exigências da Banca e da folha salarial. Ficaria muito surpreendido ao vir a saber que qualquer um chegava a um milhão como indica, longe disso.
De jose a 24.08.2013 às 13:14
Se os contratos forem feitos por objectivos desportivos, podem e devem ser longos para os miúdos da formação porque o risco é partilhado pelo jogador e SCP.
Se os contratos forem do tipo que o GL colou na mesa para o Bruma, discordo, isso sim, é uma faca de dois gumes, segundo o Bebiano, na quarta época ganhara 450mil, isto independentemente do seu sucesso desportivo, é uma espécie do Labyad com salários mais reduzidos, o salario sobe automaticamente, com esta lógica será impossível renovar com 10 miúdos.
Por outro lado se o contrato for do tipo que julgo que é o que está a ser feito:
O jogador começa com um salário que para a idade e jogando na segunda divisão é óptimo, tipo 30 mil por ano, a maioria dos jogadores da segunda divisão, mesmo os mais velhos não auferem este salário.
Se for chamado para a equipa A, ao fim de determinados jogos, aumento de salário, se for titular da A ao fim de x jogos salario aumentado, se for chamado a selecção, aumento, se for titular da selecção A ao fim de x jogos aumento, nesta logica, se um jogador tiver sucesso, pode vir auferir 1M por ano rapidamente.
Por exemplo, se o Bruma assinar um contrato nesta lógica e se for ao mundial e for titular em X jogos na próxima época pode estar a ganhar 1M e ninguém questiona que o salário é alto.
Julgo que os contractos que têm sido realizados ultimamente têm sido deste género, espero bem que sim e se assim for deixa de ser uma faca de dois gumes. Se um jogador não tiver sucesso, ficará sempre com salário baixo.
Em tudo o caso há sempre um risco de um jogador ser bom num determinado intervalo de tempo e depois por razões várias (treinador, problemas familiares, etc) deixar de o ser, ainda assim, acho que é a melhor forma de minimizar os riscos de investimento nos miúdos.
Tudo é plausível no campo teórico, mas há certas realidades que está a ignorar: primeiro, conjecturas sem se saber os números exactos destas renovações que foram feitas recentemente, são apenas isso, conjecturas; segundo, não pode existir uma estratégica idêntica para todos os jogadores, já que os talentos são diferentes; terceiro, o motivo que esta Direcção conseguiu renovações de longo prazo com os 14 jovens com quem já renovou é porque nenhum deles tem, neste momento, grande visibilidade no exterior e impacto no mercado. Com aqueles que têm, a conversa é outra: exemplos, Tiago Ilori, Eric Dier, Nii Plange, Vítor Golas.
De jose a 24.08.2013 às 14:02
O wilson, o wiliam carvalho não tinha visibilidade, assinaram contrato e neste momento ja foram pre-convocados para a selecção e aqui, como é a historia? foi sorte?
Está a inverter ou a não compreender a questão. Estes jogadores renovaram antes de atingirem os níveis de interesse no mercado como o ilori ou o Eric Dier , a exemplo. Nenhum destes dois já foi convocado ou pré-convocados para uma selecção A e não há clube nenhum no mundo que não os queira imediatamente. Muito por isso, há dificuldades com a renovação do Tiago e o Eric já recusou renovar além de 2016, o seu actual contrato.
E o que é que se passou com o Gael Etock que até recente era uma promessa ao nível do Bruma ?
O todo desta contenda tem de ser revisto pela FIFA que, infelizmente, como quase sempre, tarda a reagir. Há muitos interesses em jogo e política.
Outro aspecto que tem de ser revisto, é os mecanismos de compensação para os clubes formadores. O que existe agora é uma insignificância, pouco mais de um por cento dos valores envolvidos em transferências. Caso contrário, passarão todos a ignorar a formação, a exemplo do FC Porto e do SLB .
De jose a 24.08.2013 às 14:17
A ideia é mesma essa, renovar antes de atingir níveis no mercado, se assim não for, temos os sangue sugas e nem vale a pena ter academia, vamos formar para os outros... ou se quiser, renovar antes de lança-los na equipa A, é o que têm feito ultimamente, se o Ilori, não tivesse sido lançado na equipa A, ja teria renovado, pk nao tinha visibilidade
Bem meu caro José, a minha palavra final sobre este assunto: o meu ponto principal é que as renovações são fáceis quando, entre outros factores, os jovens estão receptivos.
O Eric Dier chegou aos 18 anos - a idade em que pode assinar um contrato profissional - e concordou assinar/renovar só por 3 anos, até 2016. O que é que se deve fazer com ele ? Relegá-lo para a equipa B ou para o Cercle Brugge ?... O chicote não resulta com todos.
De jose a 26.08.2013 às 16:55
Quanto ao Dier e outros cujos contractos não foram devidamente salvaguardados ou até um determinado momento foram e por razões várias o jogador despertou mais tarde e a duração já não salvaguarda, na minha óptica não é complicado.
É chama-lo e dizer a verdade, estamos interessados que continues, queremos renovar e bla.. blá… continuarás a valorizar e dentro de mais x anos sais, tens uma percentagem no passe, suponhamos que é no valor de 10%. Se não quiser, o clube não vai valorizar-te para a seguir receber zero… em todo o caso, existe a opção da venda do passe, ele com o seu empresário que arranje clube que compre o passe no valor proporcional ao salário que pretendem auferir. Não arranja, vai pastar… Agora o jogador não pode é achar legitimo não renovar, não comprar o passe e continuar a jogar.
É óbvio que alguns não vão aceitar mas outros irão aceitar, a vida é assim e quanto mais sucesso tiverem os que aceitaram e mais insucesso tiveram os que não aceitaram, mais jovens aderirão a este modelo.
De jose a 26.08.2013 às 16:31
É importante que os jogadores comecem a entender a lógica do SCP, querem ser valorizados pelo clube, têm que dar retorno financeiro e desportivo ao clube.
Obviamente que se o Ilori não renovar, fica em processo evolutivo ou então, ele e o seu representante tem uma solução, segundo eles, o jogador merece um salário principesco, bem nesse caso, comprem o seu passe de acordo com o salário que pretendem, 7.5 Milhões, está de acordo com o salário que pretende, em tempos li que ele pretendia 750 mil por ano, nesse caso, os 7.5 milhões, até nem é muito.
Se não renovar nem apresentar clube que pague o passe no valor que o SCP pretende, dentro de um ano, ninguém mais quer saber do ilori e nessa altura irão perceber que o verdadeiro motor na valorização dos jogadores é o clube e não os empresários.