De Anónimo a 24.08.2013 às 11:18
Tem sentido a questão, mas penso que não terá uma resposta única, dependerá de critérios de gestão do activo em concreto.
Suponho que terá a ver com a idade do atleta, a fase de evolução técnica, táctica e física, o papel que se antecipa que irá ter na equipa, o ritmo estimado da sua progressão futura, até os potenciais jogadores que o clube possa ter a médio prazo para o substituir após uma eventual transferência.
Seja como for, diria que, à partida, uma transferência negociada a um ano do fim do contrato será sempre menos favorável que a dois ou três, pelo que me parece correcto o princípio de não avançar na valorização de um jogador na equipa principal sem pelo menos 3 anos de contrato pela frente.
Para além disto há a parte remuneratória. Parece-me muito perigoso deixar um jogador ganhar um estatuto desportivo relevante sem que exista um contrato com mecanismos aptos a reflectir financeiramente esse estatuto, à medida que for sendo adquirido.
Dia após dia o jogador sentirá a progressiva divergência entre o que dá desportivamente e o que recebe financeiramente, sentir-se-á penalizado face a outros colegas em que essa divergência é inversa (o que pensará um William ou um Wilson de um Labyad?), e isso criará um clima de insatisfação que depois ajuda a dificultar as renovações dos contratos.
Basta lembrar os casos de Figo e Peixe, que o Sporting permitiu que chegassem a titulares absolutos e internacionais A ao mesmo tempo que lhes pagava ordenados de juniores, com o resultado que se conhece.
Tudo bem, mas algumas comparações não são realísticas. William , José ou o Pedro não têm de se preocupar com o Labyad , até porque cá fora, pela desinformação à conveniência que tem circulado, ninguém sabe ao certo o seu salário. Numa equipa sempre houve e sempre haverá variáveis.
O Fernando Torres quando chegou ao Chelsea como um dos melhores goleadores do futebol, decerto que não mereceu dúvidas pelo seu elevado salário. Desde então, que não tem produzido ao nível esperado, os seus colegas já vão andar preocupados com o seu salário ?... É uma contenda que faz parte natural da indústria.
Concordo que no último ano de contrato tem de se tomar determinadas medidas, mas muito do resto é subjectivo, pelos variáveis.
O que dirá uma Direcção daqui a dois ou três anos quando se vir confrontada com 10 ou 12 contratos de longo prazo dos formados que não atingiram o nível esperado e que terão de ser colocados fora por empréstimo, transferência, etc., e, entretanto, a folha salarial a contabilizar.
Não estou em desacordo com a actual política, mas detesto ver a bancada simplificar uma situação tão complexa, muitos só por ser através das acções do "Bruno" que chegou há dois dias ao futebol e ainda tem léguas por aprender.
Claro que é perigoso deixar um jogador ganhar um estatuto desportivo relevante sem a situação estar precavida, mas muitas vezes isso surge inesperadamente, já que é impossível antecipar a evolução de todos os jogadores com exactidão. Um jovem que milita na equipa B ainda com contrato de 2 anos é chamado à equipa principal para dois ou três jogos e, inesperadamente, faz excelentes exibições que potencialmente precipitam interesse do exterior. Qual é a solução ? Deixar de o jogar pelo "perigo" ou ir logo a correr renovar por mais 4 ou 5 anos. E se aqueles jogos que ele fez são enganadores ?
Tudo matéria muito complexa.
De jose a 26.08.2013 às 16:39
Do que posso inferir das ideias do BC, o que aconteceu com o Fgo e Peixe, se bem que o peixe virou a flop, não irá acontecer. Os novos contratos, o salário é progessivo em função do sucesso desportivo do jogador, se chegar a titular da selecção A, seguramente que passará a ter um salário muito bom, acredito que se for avançado, poderá estar próximo do tecto salarial, 1M, por outro lado se o clube lhe oferecer 10% do passe, a media que que se valoriza, ganhará mais com a transferência.
Sinceramente, acho a forma mais equilibrada, para defender o jogador e o clube.
Como disse e muito bem, um jogador jovem com salário baixo e que de repente tem sucesso, na lógica salarial antiga, continuaria a ganhar o mesmo salário o que gera alguma frustração.
O único problema com a sua consideração caro José é que não se sabe ao certo as condições contratuais oferecidas aos jogadores que renovaram recentemente. Eu também não sei, mas calculo que sejam relativamente modestas pelas exigências da Banca e da folha salarial. Ficaria muito surpreendido ao vir a saber que qualquer um chegava a um milhão como indica, longe disso.