Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Não espero que este meu parecer seja consensual entre sportinguistas -sem que isso me preocupe - mas não partilho do regozijo que se evidencia em algumas partes sobre os negócios que facultarão as transferências de Tiago Ilori e Bruma para o Liverpool e Galatasaray, respectivamente. Considero o desfecho deste duplo episódio um remendo de socorro para uma Direcção que não teve competência para assegurar uma solução mais adequada aos interesses do Sporting e que até à data ainda não importou um cêntimo fresco para os cofres do Clube, não obstante as muitas promessas de registo.
Reconheço alguns dos mais óbvios atenuantes, especialmente no caso de Bruma, já que ao que concerne Ilori nada de concreto se sabe sobre o que levou a esta decisão, uma vez que nem o jogador nem a SAD jamais se pronunciaram nesse sentido. Todos os argumentos que têm surgido na praça pública, e que continuarão a surgir, agora mais do que nunca, decerto, não passam de ruídos fundamentados em conjecturas, rumores e meias verdades.
A essência da minha discordância é assente em uma premissa muito simples: indiferente dos quês e porquês, mais uma vez o Sporting vai ser privado de talentos excepcionalmente promissores da Academia na equipa principal. Ninguém é insubstituível, mas não serão os 20 milhões que irão permitir reforços do calibre que estes jovens representam. Entre os dois, considero a saída de Bruma a mais significativa, porque se o jogador continuar a evoluir na direcção que apontou na época passada, tanto na I Liga como no Mundial de Sub-20, tornar-se-á em um futebolista de referência com a capacidade para "fazer a diferença" em qualquer equipa, e este tipo de talento não nasce todos os dias.
Perante este cenário e as inevitáveis vozes discordantes, é expectável mais do mesmo do que hoje em dia está em voga, nomeadamente por parte daqueles para quem este presidente do Sporting é uma figura imaculada: menosprezar e demonizar todos os que, de uma forma ou outra, não se conformam incondicionalmente à conveniência da actual estrutura. Quanto a Bruno de Carvalho, que tem vindo a dar fortes indicações de querer emular os notórios métodos de liderança de Pinto da Costa, deve-se questionar se o seu "modelo exemplar" prescindiria de dois jovens de reconhecida qualidade de forma tão simplista. Ao fim e ao cabo, 20 milhões foi o que valeu um Paulo Ferreira há quase uma década.
P.S. Seria elucidativo saber quantos dos que agora aplaudam fervorosamente estas transferências, são os mesmos que andam há anos a criticar impiedosamente a transferência de um jovem promissor de 18 anos chamado Cristiano Ronaldo, por 17,5 milhões !!!
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.