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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Capítulo II - Do que gostei
- Gostei da reestruturação financeira. Quem não tem cão caça com gato e foi o que a nova Direcção fez. Ameaçou não pagar e, aproveitando a
fraqueza estrutural dos nossos credores (BCP e BES estão com graves prejuízos que não podem deixar agravar mais), conseguimos um acordo que nos permitiu sobreviver, se bem que limitados e dentro de baías extremamente curtas.
- Gostei que tivesse avançado a redefinição de meios - incluindo meios humanos - do Clube e da SAD. Apesar de não ter sido feito nos moldes que me pareciam mais adequados, houve coragem de reestruturar e mexer com hábitos e direitos adquiridos, o que é de louvar.
- Gostei da reestruturação informada das actividades amadoras - contra a qual antes batalhei e do aqui faço um mea culpa. O Presidente referiu que as diminuições de orçamentos estariam em linha com o que os outros grandes iriam fazer e, tanto quanto fui lendo, parece que se confirmou. Foi pois bem pensado e estrategicamente correcto reduzir or orçamentos quando a concorrência também o faz, não desperdiçando os muitos escassos meios de que vamos dispondo.
- Gosto do tratamento que temos tido por parte da comunicação social. Apesar das inúmeras e desnecessárias entrevistas e das "fugas de informação" despropositadas e de ética muito duvidosa, os jornais desportivos estão a tratar-nos muito melhor. Talvez aqui o dedo dos políticos que fazem parte destes Órgãos Sociais, ou talvez seja pura admiração pelo novo Presidente por parte dos jornalistas. Seja o que for, está a resultar, e isso interessa muito na mudança de percepção que vai sendo transmitida sobre o Clube.
- Estou conquistado pelo novo entusiasmo trazido pela nova Gestão, juntos dos sportinguistas em geral. Apesar de eu não ser adepto deste novo estilo de liderança, há que reconhecer que "pegou" junto da grande maioria dos "Leões" poresse país fora. É essencial recuperar as pessoas para o Clube - essa é, aliás, a nossa maiorforça. E se este estilo de dono da verdade com voz de falsete com pronúncia queque que o vai fazer, o melhor talvez seja deixar andar...
Capítulo III - Do que não gostei
- Não gostei do despedimento de Jesualdo. é um treinador valoroso e um homem sério que, colocado numa situação particularmente difícil com a que vivíamos a meio da época passada, conseguiu dar a volta e devolver alguma dignidade ao Clube. Não gosto de ver sair pessoas que fazem coisas boas pelo Sporting e penso que devemos uma palavra de agradecimento ao Professor. Pegou numa equipa em cima da "linha de água", física destroçada e com problemas de salários em atraso e quase só contando com os "miúdos" da B, acabou por nos colocar à beira da Europa.
- Não gostei das guerras com os empresários. Falarei um pouco mais sobre isto já a seguir ao comentar as contratações, mas eram desnecessárias estas cambalhotas todas na comunicação social. Até porque, no final do dia, lá se negociou com o Zahavi a ida do Ilori para o Liverpool (como ele sempre quis) e com o Catio Baldé a ida do Bruma para o Galatasaray (como ele pretendia).
- Não gostei das saídas de Ilori e Bruma. Acho que são jogadores de eleição, do que o interesse de diversos clubes europeus é prova. A ida do Bruma poderia ter sido evitada com algum investimento (talvez 2 milhões), um para o Catio Baldé, outro para o Bruma em salários ao longo de um ano), a ida do Ilori(ainda com 2 anos de contrato), com algum convencimento. Estou convicto que seriam 2 milhões que se traduziriam em 10 milhões ou mais, no final desta época. Para além de que trariam outras ambições a um plantel com poucos verdadeiros valores individuais. É claro que tenho de perceber que esta Direcção não tinha esse dinheiro para gastar. E, mais do que isso, tinha obrigatoriamente de fazer estas receitas para cumprir com os Bancos. Mas tal não me impede de me sentir desagradado com a repetição da situação do Sporting de sempre: mal aparece alguém a dar algum valor às nossas "pérolas", lá são vendidas prematuramente e abaixo do que poderiam vir a valer.
- Não gostei que não haja soluções para os jogadores problemáticos. Escrevo antes de saber o que acontecerá a Jeffrén, Labyad. Evaldo e Bojinov. Mas a verdade é que o mercado já fechou e para aqueles cuja situação está resolvida - Pranjic, Boulehrouz, Onyewu - a solução não foi diferente da preconizada já antes por Duque/Freitas: os famosos cheque e vassoura.
- Não gostei da renovação de Salomão. Nem a entendi. Aliás, acho que ninguém entendeu porque é que este jogador teve direito a mais 5 anos de contrato e a vida garantida até aos 29 anos, nunca tendo provado nada em lugar algum. Terá a ver porser um jogador de Jorge Mendes e terá sido esta a forma mais económica de apaziguar um desaguisado com esse empresário ? Não sei. Há-de haver aqui razões que a própria razão desconhece...
- Não gostei da venda de Arias baratucho, incluído no "pacote" Schaars. Só vi um jogo dele, mas tinha-me agradado. Terá sido o PSV a impor esta aquisição para ficar com o Schaars ? Se assim foi, e consideradas as opções que tiveram de ser feitas a nível salarial, tenho de compreender.
- Não gostei de metade das contratações efectuadas. Cissé, Magrão, Hugo Sousa e Welder nada vieram acrescentar às equipas do Sporting. Este novo Everton ainda estamos para ver, mas não me parece que o Corinthians o libertasse assim. se visse nele grande futuro. Dir-me-ão que não há dinheiro, o que é totalmente verdade, mas por isso mesmo é que devemos ser ainda mais criteriosos no que vamos buscar fora. Se é para ir buscar quem não acrescenta, mais ale valorizarmos os que já temos em casa.
Texto da autoria de Desert Lion
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