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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Ouvi com atenção a entrevista de Luís Duque à Bola TV. Não com agrado, diga-se. Duque é extremamente infeliz nesta entrevista e ao querer afastar a água do capote, afirma-se como uma autêntica nulidade, que se ia deixando ultrapassar em todas as matérias, incluindo as que directamente lhe diziam respeito. O administrador da SAD que não sabe qual a situação financeira e que nunca reuniu com um empresário de um único jogador (é ele que o diz...) é tão surreal que custa a imaginar que o homem realmente lá estivesse.
E depois há o que é dito de Godinho Lopes. Godinho Lopes é apresentado bem... como um gestor acossado e sem capacidade de reacção.
É óbvio que Godinho ouvia toda a gente porque tinha medo de desagradar a alguém. Tendo entrado com a legitimidade ferida depois da "cena" da noite das eleições, pensou que o melhor seria agradar a toda a gente, em vez de gerir o Clube com mão firme. Prova evidente deste temor foi a carta de desculpas enviada aos sócios depois da derrota no jogo de apresentação. Só um homem acossado e em perda de confiança tomaria tal atitude. E ele fê-lo logo no início do mandato, o que seria um prelúdio do que estava para vir.
Depois foi sempre por aí abaixo, desde não mexer na estrutura e empregar novas pessoas, criando redundâncias sem sentido ; a despedir o Domingos por indicação de umas pessoas que eu cá sei (mas que não digo...) ; a dar o lugar ao Sá Pinto para satisfazer certos sectores do Clube ; a ter contratado o Elias por causa de um acordo de cavalheiros?!? ; até nunca ter confrontado, com clareza, o Dr. Barroso, que para além de se movimentar junto dos jogadores do Sporting, certamente com aquela peculiar subtileza que lhe é reconhecida, parece que ainda meteu água ao operar o Luís Aguiar à perna errada (e este é mesmo o tipo de coisa que só acontece no Sporting: o médico opera o jogador à perna errada mas o jogador é que é despachado para o estrangeiro, porque só pensava em acertar contas com o médico que lhe colocou a carreira em risco...).
A propósito desta entrevista posso agora contar uma pequena história que se passou comigo. Estava um dirigente do Sporting a jantar na minha casa, pouco depois de terem vencido as eleições, quando recebe um telefonema do Duque a dizer que queria sair da SAD. De imediato este dirigente liga a Godinho Lopes e fica em telefonemas para um e para outro, durante mais de uma hora. A história acaba com os três a irem para casa do Godinho Lopes e por lá resolverem as suas divergências.
Lá pelo meio diz-se que Godinho colocou o seu património ao serviço do Clube. É apenas uma frase. Mas diz muito do que foi este presidente do Sporting. É preciso mais do que boas intenções para se conseguir o sucesso. E se lhe faltaram as condições externas, com alguns dos nossos de maior notoriedade em guerra notória, pública e permanente contra aquela que era a Direcção eleita, também esta não soube gerir e dar-se ao respeito internamente. Foi uma pena e uma oportunidade que todos perdemos.
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