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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Não sou e nunca fui a favor de se efectuar uma auditoria de gestão do Sporting, seja esta requisitada pela actual Direcção ou por qualquer outra !
Para que fique claro, desde já, e para evitar comentários despropositados, sublinho que este meu parecer em nada se relaciona com qualquer oculto sentido defensor ou protector de quem quer que seja, presente ou passado, mas apenas e tão só assente nas seguintes quatro premissas:
1. Não quero acreditar que algum director de topo, nomeadamente presidente, jamais tenha agido com malícia de premeditação para lesar ou espoliar fraudulentamente o Clube;
2. Não vejo qualquer benefício prático e fundamental para o Sporting;
3. Discordo, veemente, com a inevitável exposição pública da vida interna do Clube;
4. Temo que o desmembramento do passado - processos e pessoas - resulte em um género de inquisição que poderá provocar uma brecha irreparável entre sportinguistas.
A especificidade de conceitos sobre uma AUDITORIA DE GESTÂO varia mediante os fins a que se destina mas, na generalidade, entende-se como sendo um levantamento das operações de uma empresa realizadas em ano(s) anterior(es), sob o enfoque gerencial, buscando avaliar as tomadas de decisões e suas repercussões no quotidiano operacional de forma independente. Em síntese, o conceito de auditoria de gestão compreende um exame sistemático e independente para avaliar o planeamento estratégico da organização, a fim de constatar se a directriz organizacional foi definida com coerência garantindo o futuro da instituição, bem como avaliar o gerenciamento dos planos de acção, verificando sua execução conforme o planeado e se o resultado alcançado proporcionou a consecução das metas estabelecidas.
Não sem algum senso de humor, há quem considere o processo equiparável a uma expedição arqueóloga, sem se saber bem o que se vai descobrir e o significado e consequências da descoberta. Dito isto, não deixo de compreender, perfeitamente, diga-se, a visão em voga quanto ao que se pretende apurar - vislumbrando o estacionamento da guilhotina à frente da mítica "Porta 10-A". Enquanto que a maioria de empresas efectua este processo com o intuito de direccionar os passos a serem tomados relativamente ao seu futuro, muito indica que um grande número de sportinguistas pretende somente aprazer os seus intuitos persecutórios, antecipando um relatório sobre a especificidade de erros que todos sabemos que foram cometidos, mas que requerem, neste macabro contexto, e por esses sportinguistas, conversão digital.
Atendendo à instituição que o Sporting é, uma auditoria de gestão disponibiliza uma enorme margem de interpretação sobre pessoas e decisões do passado, nomeadamente no foro desportivo, assente, em muitos casos, em asserções especulativas e escassez de documentação comprovativa. É disposição muito problemática prever defesa por parte dos visados uma vez que a informação comece a circular na praça pública, inevitável e frequentemente desvirtuada à conveniência e insuficiência do interlocutor.
Qual será então o benefício para o Sporting ?
Escrevo este breve texto consciente de que este meu parecer será apenas partilhado por uma minoria, pela urgência do clima vigente que não sossega enquanto a auditoria não for efectuada. E, então, poderemos nos dar ao regozijo de apontar dedos e lavar roupa suja em público.
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