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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Não é invulgar o presidente da UEFA surgir com ideias inovadoras; o mais difícil é separar o joio do trigo, ou seja, determinar se a sua visão sobre o futebol visa genuinamente o melhoramento do mesmo, se pretende somente aprazer os interesses múltiplos associados à indústria, ou se, no final do dia, trata-se apenas de mais uma estratégia para marcar pontos, atendendo à sua conhecida ambição em vir ocupar o trono soberano do organismo que superintende o futebol mundial.
Ainda não há muito tempo discursou sobre a possibilidade de selecções sul-americanas viram a participar no Campeonato da Europa, a convite da UEFA. Mais recente, divulgou que está sob estudo a possibilidade da criação de uma competição tipo "Champions" para selecções e, esta segunda-feira, sugeriu o aumento do número de selecções na fase final Campeonato do Mundo, de 32 para 40, constituindo, para o efeito, oito grupos de cinco selecções cada. Esta disposição, segundo Platini, apenas adicionaria três dias à competição e permitiria uma maior distribuição entre selecções de África, Ásia, Oceânia e América do Norte, cujas confederações têm actualmente o número mais reduzido de vagas relativamente à Europa.
Será mera coincidência, decerto, que esta sua sugestão surge dois dias depois de Joseph Blatter - actual presidente da FIFA - ter abordado precisamente a mesma temática, no exacto mesmo sentido.
É difícil, à distância e sem dispor das relevantes estatísticas, avaliar uma proposição desta natureza. Os três dias adicionais de competição não apresentam um obstáculo de maior dificuldade, já a qualidade das equipas (selecções) que se irão apresentar na fase final, é uma contenda que exige cuidadosa ponderação. Se a Europa domina o leque de candidaturas ao título Mundial é apenas e tão só porque salvo casos excepcionais - a exemplo do Brasil - é na Europa que se encontra o maior número de selecções de alta qualidade por confederação e é precisamente no velho continente que a maior dificuldade é sentida para assegurar a qualificação para a fase final da competição. Qualquer sugestão que visa um alargamento para as acima referidas confederações não deve ocorrer em detrimento das selecções da UEFA e, a bem dizer, duvido que seja isso que Michel Platini terá em mente.
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