Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
«É evidente que Jardel não chegou nas melhores condições físicas e técnicas. Não era preciso ser especialista para perceber isso. Esteve três meses parado, sujeito a duas cirurgias e precisava de perder pelo menos 5 kilos. Era um jogador deslocado no plantel. Preparei-lhe dois programas especiais de treino. Achei que seria desaconselhável começar imediatamente com um programa mais exigente. Eram treinos aeróbios, para testar a capacidade de oxigenação face à distância definida. Foi preciso controlar a intensidade da corrida porque ele queria correr mais e mais. O indicado seria uma adaptação gradual e contínua a um esforço progressivo. Tanto no ginásio como no campo, o Jardel teve sempre um treino suplementar.
Sempre me perguntaram porque é que Jardel chegou e jogou imediatamente. Eu nunca tinha trabalhado com ele, nem tinha certezas absolutas sobre o seu estado. Bom, Jardel jogou por cinco razões fundamentais:
1.º Porque é o Jardel !
2.º Porque eu já conhecia o seu jogo e durante os poucos treinos que entretanto efectuámos fiquei esclarecido sobre o que ele era capaz de fazer.
3.º Porque, naqueles dias, Jardel teve o condão de afastar a tristeza que tomou conta da equipa, com a sua alegria sem limites.
4.º Porque o público ia ao estádio para ver Jardel e os adeptos deixavam de criticar aquilo que tínhamos feito mal porque estavam mais ocupados a falar de Jardel.
5.º Por causa da imprensa que deixava de se ocupar tanto sobre esta ou aquela prestação dos jogadores, para se concentrar mais sobre aquilo que o Jardel fazia.»
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.