Encontrei este breve texto sobre Cristiano Ronaldo e Ricardo Quaresma que vem de certo modo ao encontro de considerações minhas aqui no blogue, nomeadamente uma conversa com Fernando Mendes - enquanto assistíamos a um treino em Alvalade - em que ele me dizia que Quaresma era o favorito para atingir o estrelato supremo no futebol.
Escreve o autor: «Ouvi ou li, quando Ronaldo e Quaresma alinhavam na equipa de juniores, o treinador achava que não deviam jogar os dois - e, em geral, o escolhido era Quaresma. Este facto, visto à luz de hoje, é extraordinário sobre o caminho que os jogadores fazem entre o aparecimento nos seus clubes e a afirmação no mundo do futebol. Hoje Ronaldo está nos píncaros e Quaresma quase desapareceu.
A explicação para isto é que Ronaldo teve uma evolução sempre no sentido da objectividade, enquanto Quaresma fez a evolução contrária. Ronaldo ganhou corpo, cresceu no jogo aéreo, aperfeiçoou-se na desmarcação, melhorou o remate com os dois pés - e transformou-se numa "máquina de fazer golos". Sendo teoricamente extremo, está sempre a aparecer na área. Também já quase não faz fintas, e concentra o máximo de energia na finalização. Toda a sua acção em campo é orientada para o objectivo do golo.
Ora Quaresma, desgraçadamente, caminhou no sentido oposto. Pouco evoluiu fisicamente, complicou o seu futebol, enreda-se em fintas e quezílias que lhe retiram o fôlego para outras acções, perdeu objectividade.»
Apesar de concordar com muito do que o texto descreve, acho que o autor extreme um pouco pelo exagero, quanto a Quaresma, ao querer avançar a ideia de que contrário às expectativas iniciais, a verdadeira grande estrela acabou por ser Cristiano Ronaldo. Em abono da verdade, os patamares futebolísticos atingidos pelos dois formados do Sporting são bastante distintos, contudo, será injusto descrever a carreira de Quaresma como uma "desgraça", longe disso, em facto.