A bem dizer, "ainda não há muito tempo era impensável um onze do Sporting sem Fito Rinaudo" também por não haver melhor opção. De resto, julgo que só mesmo com Domingos Paciência é que Fabián Rinaudo se evidenciou revelando-se, inclusivé, indiscutível a sua titularidade (quando saiu do XI, por infeliz lesão, foi quando começaram os problemas).
Não obstante, a (in)gratidão, em futebol, é como a lógica: uma batata!
Como o Rui, também eu nutro - e nutrirei, independentemente do que vier a acontecer, grande carinho e respeito por Fabián Rinaudo. Merece-o, como poucos o merecem, nos últimos anos. Como homem e profissional de futebol, está tudo dito.
Já como jogador, além das qualidades que tem (a garra, o voluntarismo, a condução que faz do próprio jogo, entre outras), terá defeitos que farão com que a escolha não recaia nele (a anarquia táctica, a falta de eficiência no passe, o relativamente mau jogo aéreo, ect) - independentemente da mais-valia óbvia do actual titular, William Carvalho.
Dito isto, não querendo aprofundar muito, julgo que a escolha no jogo de ontem que refere no post se deveu a uma particularidade que difere Vítor de Gérson Magrão: o brasileiro é mais propício ao jogo exterior, ao passo que o português joga mais por dentro. E atentando aos minutos que Gérson Magrão fez, penso que era precisamente o jogo exterior que Leonardo Jardim pretenderia (e conseguiu, com relativo sucesso).
Poderia agorar tentar inserir a discussão sobre a composição do trio do meio-campo, mas julgo que a questão não se põe, por ora, face à dinãmica que, regra geral, William Carvalho, Adrien Silva e André Martins transpõem para o campo. Ainda que o foco pudesse recair sobre a titularidade ou não de André Martins (que ontem até fez questão de fazer uma das melhores exibições que lhe vi), além de que as características de Fábian Rinaudo sejam completamente distintas. Inclusivé, já vi discussões sobre a subida de William Carvalho para "8", inserindo Eric Dier a "6", opinião que, apesar de ter a sua lógica, discordo, pela menor criatividade que um meio-campo de tal ordem emprestaria.
O âmbito político-desportivo que pretende explanar, quanto a mim, não faz qualquer sentido. Quando muito, poder-se-á discutir se os honorários do argentino poderão ou não ser coincidentes com o grau de influência que tem na equipa e, ainda assim - falando em deconhecimento de causa, não me parece que Fabián Rinaudo ganhe tanto assim para que algo dessa ordem ocorra. É verdade também que Leonardo Jardim tem deixado Gérson Magrão de fora das fichas de jogo, recorrentemente. Porém, é igualmente verdade que o tem convocado, apesar disso, para uma fracção considerável dos jogos disputados até agora. Conjecturas nunca serão mais que mera especulação, com a relativa importância que se lhe possa dar....
Tem razão quanto a conjecturas, reconheço essa disposição das minhas e... também das suas.
Este post visa única e simplesmente despertar conversas de bola, mas consigo parece que vai sempre mais além, com a inevitável sensação - certa ou errada - de recados encomendados, recorrendo a uso liberal do termo.
A conclusão parece ser quase sempre a mesma: as mais-valias dos recém-chegados são invariavelmente reconhecidas, os que já lá estavam. de valor duvidoso. Sinto alguma dificuldade em compreender isto. Além do mais, não devemos perder de vista que não obstante a nossa satisfação pelos resultados, esta equipa - especialmente ao que concerne qualidade individual - oferece algumas dúvidas evidentes.
Prezo em constatar que, de 6 parágrafos que escrevi a falar de futebol, vossa excelência se tenha focado precisamente no 7º parágrafo, que deixei para último propositadamente, por achar assunto de somenos. Talvez o Sr Rui ache isso mais importante...
Convido-o, ainda assim, a reler o que escrevi. Talvez uma segunda leitura lhe seja mais elucidativa do que escrevi, de facto, e não do que o Sr Rui retira das minhas palavras.
Abordei os outros parágrafos por outras palavras e de forma abreviada. Faz uma análise técnica sobre Magrão que no contexto real do jogo de ontem, não aquece nem arrefece. Ainda não vi nada dele que justifique a sua permanência do Sporting.
Além disso, como já citei, como explicar que LJ não conta com ele em uma série de jogos e, de repente, já é uma opção lógica. em detrimento de Vítor, neste caso, que se foi contratado e já tem provas dadas no futebol português, me parece que merecia mais oportunidades para se poder integrar no futebol do Sporting.
Sobretudo, e à parte do jogo de ontem, quem o Sporting mais precisa é de quem jogue mais por dentro e não no exterior.
Primeiro, quando fala da opção específica num jogo específico e depois diz que "Faz uma análise técnica sobre Magrão que no contexto real do jogo de ontem, não aquece nem arrefece", então o Sr Rui apresenta-se. O que eu tentei pôr em perspectiva era precisamente o que o treinador pretenderia do jogo da equipa a partir do momento em que fez entrar o jogador em questão e, desse ponto de vista, parece-me que conseguiu inserir na equipa aquilo que pretendia. Tão só. Se vê nisto qualquer recado encomendado, ou o que mais lhe queira chamar, o defeito é seu...
Se quiser falar em termos gerais é outro assunto. Digo-lhe, aliás, que faço tão boa apreciação de Gérson Magrão quanto o Sr..
Bem, você acha, portanto, que estamos bem servidos de alas/extremos? Eu acho precisamente o contrário. Diego Capel, André Carrillo e Wilson Eduardo é muito curto, quer qualitativa quer quantitativamente (apesar de se poder falar, a espaços, de Carlos Mané também).
Bem... agora com um pouco mais de disponibilidade.
~Eu chamo ao Adrien um "todo-terreno " embora a sua maior esfera de acção seja no corredor central . Magrão entrou para o seu lugar aos 68' com o Sporting a vencer por 2-0 e em controlo do jogo. Quatro minutos mais tarde passou a vencer por 3-0 e a jogar contra 10.
Não compreendo, portanto, porque é que LJ desejaria mais jogo pelo "exterior" e, daí, a opção por Magrão .
Não sei se estamos bem servidos de extremos, nem sequer mencionei isso. Temos o que temos e será difícil contratar melhores neste momento, salvo algum achado ou a inesperada ascensão de um dos jovens da B.
Mas, fundamentalmente, por não considerar Magrão relevante para este Sporting, nunca lhe daria preferência sobre Rinaudo , não obstante as características mais defensivas do argentino . Outro facto que merece consideração é que temos vindo a jogar com 12/13 jogadores e muito embora não haja a Europa para nos preocupar, acho o leque de escolhas muito limitado, daí também o valor acrescido de Rinaudo .
Reconheço que enquanto o William se mantiver na sua actual forma, vai jogar sempre e dará poucas hipóteses a Rinaudo , mas é sempre prudente ter alternativas viáveis.
Tenho que voltar a insistir no maior jogo exterior de Gérson Magrão, em dtrimento de Vítor ou de Fabián Rinaudo (qualquer um dos dois, principalmente o segundo).
9 minutos após a entrada do brasileiro (rendendo Adrien Silva), entraia Islam Slimani (rendendo André Carrillo) e é aí que Gérson Magrão se abre na ala esquerda, complementando o 4-4-2 que, então, se via em campo. Neste aspecto, quanto a mim, a escolha fez mais sentido, independentemente de considerar o brasileiro um excedentário, como o Rui. Espero ter-me feito compreender agora, quanto à questão do jogo exterior vs jogo interior.
É verdade que o leque de jogadores em que recaem as escolhas, jogo-após-jogo, é muito reduzido - os tais 12/13 que refere. Comparativamente, os rivais não têm um leque muito mais alargado (talvez uns 15/16), sendo que a diferença estará mormente na qualidade individual dos jogadores - embora esta comparação pouco interesse. Sabesmos e reconhecemos todos que o plantel é curto, mesmo numa época atípica como esta, sem competições europeias e já fora da Taça de Portugal. Caso não hajam (verdadeiros) ajustes em Janeiro, perpectivam-se dificuldades acrescidas lá para Fevereiro/Março, quando os indíces físicos porventura não forem os mesmos, pelo acumulado de jogos nas pernas aos mesmos jogadores- se fôr só para aumentar a quantidade e não a qualidade, também é melhor estar quieto.
Desse prisma, já agora, talvez um central, um ala/extremo e um verdadeiro número 10 fossem necessários, dependendo das condições e da valia dos próprios jogadores.
Pese as nossas diferentes leituras sobre a vertente técnica neste jogo, concordo com as suas restantes considerações, algumas delas, alias, que já referi em escritos.
De Anónimo a 02.12.2013 às 20:56
O Sporting fora da Europa é outra sorte grande desta direcção e fizeram bem por isso.
De MaxMartins a 02.12.2013 às 21:46
Pode explicar porque acha que esta direcção fez tudo para ficar de fora da Europa...?Deve ser um lapso meu...mas não vislumbro o que é que a direcção fez para isso...
De Lionheart a 02.12.2013 às 23:29
Se fizeram por isso, fizeram bem. Costuma-se dizer que primeiro a gente deve certificar-se que não nos "mordem" as costas, depois é que se olha para cima.
De Lionheart a 02.12.2013 às 23:33
Referia-me ao fim do Braga como "contender", e que assim é menos um para nos chatear. Logo aqui se nota que o Porto já não dá para tudo...
Caro Lionheart, para ser sincero, também não compreendi o que o anómino pretende dizer com "o Sporting for a da Europa...". Algo me escapa aqui.
De Clint Eastwood a 02.12.2013 às 20:32
Concordo com o Iorda.
Se Magrão foi aposta pessoal de LJ, é natural que o treinador queira desfazer-se de todas as dúvidas sobre a utilidade do brasileiro no plantel, atenta a proximidade do mercado de inverno.
Também acho que um jogo contra um Paços que prometia vir jogar com o autocarro requeria um banco com jogadores de vocação ofensiva.
Eu não tenho dúvidas que o Sporting, competitivamente, só tem a ganhar mantendo o Rinaudo no 11. Resta saber se o Rinaudo, no seu plano de carreira, e considerando o Mundial que está à porta, não tem a ganhar indo para outro clube jogar com regularidade. A ver vamos.
Admito que não tenho conhecimento de causa, mas duvido que Magrão tenha sido uma aposta pessoal de Leonardo Jardim.
Veremos...
De o meu Sporting está de volta a 03.12.2013 às 18:22
Tem duvidado de muitas coisas que estão a acontecer;
o sucesso da equipa de futebol;
o sucesso do andebol;
o sucesso do futsal;
a inexperiência de inácio e vergílio não iam dar em nada;
o Maúricio era fraquinho;
a durabilidade desta direção, nomeadamente do seu presidente;
a auditoria;
entre tantas...... agora o Leonardo põem os jogadores que a SAD manda....
Ainda bem que o "SEU" Sporting está de volta... agora é uma questão de esperar pelo Sporting de "TODOS" os sportinguistas.
Ainda nem fui ver a quem pertence este IP, mas enfim...
Recomendo que releia o que tem sido escrito para aprofundar a sua compreensão dos textos. É óbvio que não leu bem ou não compreendeu o que está escrito.
A exemplo, LJ, como qualquer outro treinador no mundo, só pode recorrer aos jogadores que lhe são disponibilizados pelos gestores desportivos dos clubes. Há aqui alguma novidade de relevo ?
De Pean a 02.12.2013 às 22:38
Tambem concordo com o Iorda9, parece-me uma explicação bastante lógica para o sucedido.
Gosto de Rinaudo e gostava de o ver ficar no plantel e de não gosto de Magrão apesar de ter entrado bem no ultimo jogo, mas...há um aspecto importante...nenhum deles é titular e a folha salarial parece ser bastante diferente.
Se soubesse o que implicaria nas contas dispensar ou manter cada um deles poderia pesar os pratos da balança e ter uma posição mais definida, assim só me resta esperar por Janeiro e acreditar que mais uma vez as decisões vão ser as melhores na gestão do plantel.
Visões diferentes, mas para mim não tem lógica nenhuma.
Já agora, pela folha salarial, que já está reduzida ao mínimo dos mínimos, é de comprar mais meia dúzia de "Magrões" e tentar então competir.
Com o respeito que todos me merecem, vejo muita ilusão em função dos resultados em uma época - até à 11.ª jornada - em que tudo, mas mesmo tudo, tem decorrido às mil maravilhas.
Espero pelas mesmas apreciações se e quando surgirem contrariedades, e é somente lógico que surjam.
De Pean a 02.12.2013 às 23:24
Como já disse não gosto do Magrão e fui contra a sua contratação.
Eu sou apologista máximo da formação, contratar alguém para não jogar ou nem ser convocado ou ir para a equipa B...NÃO!
Por isso, e especialmente esta época, não me importarei com as contrariedades pois temos muita formação na equipa principal, isso enche-me de alegria. Estrangeiros aos montes e caros são para os outros.
Veremos é para o ano que vem o que vai acontecer aos miúdos quando ficarmos apurados para a champions e haver a tentação de contratar jogadores que vão mandar Cedrics, Wilsons, Andrés, Diers e Manés para o banco ou para empréstimos... talvez aí me veja criticar a gestão desportiva desta direcção.
Concordo genericamente com a sua apreciação meu caro, mas pela minha opinião não visava criticar a gestão desportiva desta Direcção mas sim avaliar o momento que atravessamos,
A apreciação à gestão desportiva, em geral, fica para o fim da época, quando já se sabe os resultados da mesma.
No contexto que cita, até já fizemos algumas contratações desnecessárias, tanto para a equipa principal como para a B.
Detesto ver jogadores como o Eric Dier no banco, quando o que ele mais precisa é de jogar para continuar com o seu desenvolvimento, mas perante o actual estado das coisas não prevejo outro cenário, salvo surgirem contrariedades imprevistas.
Também gostava de ver um jovem como Carlos Mané ter mais tempo de jogo e até me surpreendeu não ter entrado ontem. Bem, só é possível fazer três substituições.
De Tywin Lannister a 03.12.2013 às 06:27
Isso é o mais provável, tendo em conta a intensidade com que se joga a Liga dos Campeões, que em nada se parece com o nosso campeonato, tirando os jogos entre os três grandes.