De Anónimo a 04.12.2013 às 15:07
Este tema foi desencadeado por um post do caro City Lion. Onde para ser franco fiz o meu 1º comentário sem a consciência do autor. E sem a consciência, porque não obstante concordarmos de certeza em muito do que deve ser sempre o “pensar” Sporting, também já discordei e em absoluto com um certo tipo de discurso que também é inclusive responsável pela chegada de uma direcção, com as características da actual à liderança do Sporting. Com mais tempo, essa sim uma discussão que interessa esgrimir pelo Sporting. O futebol não é uma actividade regulamentada normal porque também depende sempre de um jogo, que ainda por cima sabemos todos viciado à priori em Portugal – não é por acaso que esta época já todos devem ter percebido que voltamos a estar encostados ao Benfica. Quem lidera nunca pode estar constantemente a ser julgado por erros como o treinador ou os jogadores. O mais importante sobre quem lidera é se tem ou não capacidade para trazer até ao clube tudo o que o clube mais precisa e a par das decisões mais importantes como a escolha da equipa directiva, o resto vai depender sempre muito mais de quem o rodeia, até porque essa história de um presidente que decide tudo não existe, nem nunca existiu em clube nenhum. E também há limites para tudo e a economia portuguesa não tem capacidade sequer para dois clubes verdadeiramente com expressão europeia e no patamar actual dos orçamentos dos nossos dois principais rivais, quanto mais três.
A controvérsia à volta do tema do post, receitas versus resultados desportivos, por onde passa muito da gestão de uma SAD ou de um clube, em muitas fases como a história do ovo e da galinha, é perfeitamente normal. No Sporting já devíamos ter aprendido todos que mesmo ser campeão não é garantia sequer de mais receitas ou melhores resultados financeiros per si mas sem resultados desportivos é que também não é possível nada. O caro Rui Gomes até já explicou muito bem como é que surgiu toda a novela à volta de sermos ou não candidatos esta época. Por mais que olhemos para o plantel actual e pensemos o quanto dava jeito um par de pantufas só no plano desportivo, até isso chega a uma altura e deixa de ser praticável, sobretudo e outra vez num clube da dimensão do Sporting.
Por último e só para o caro City Lion, que pensa nas receitas como a direcção anterior também pensou e muito bem ambos, independentemente do que vieram depois a ser os resultados no Sporting. Apesar de muito crítico e até de uma brincadeira que com todo o respeito só posso considerar de muito mau gosto - a história dos gémeos? Muito provavelmente a melhor decisão de Godinho Lopes foi a chamada do professor Jesualdo Ferreira, já na 2ª época e segundo sabemos todos porque até foi tornado público, dessa vez bastou o conselho de Aurélio Pereira. Qualquer actividade para ser bem sucedida, mais do que juros baixos, precisa é de boas decisões e para isso precisa acima de tudo das pessoas certas nos lugares certos. E este é que é desde há muito o principal handicap da gestão desportiva no Sporting e que depois também não permite melhores resultados financeiros. E o know-how necessário nunca abunda em clube nenhum, o que obriga sempre e ainda a mais critério.
Ainda alguém se lembra, por exemplo, quem é apresentou e já há quanto tempo o José Couceiro aos sportinguistas? E pergunto isto porque de uma forma absolutamente inacreditável ainda se continua a imputar os maus resultados a alguém que para além de ter apontado o futuro que ainda hoje se discute, ao dotar a formação de condições invejáveis, também deixou o clube há mais de um década e já na altura pelo primeiro devaneio de Luís Duque, "entusiasmado" com o primeiro título, também a ver com custos e receitas.